Eu fiz algo errado.

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GUIA DE LEITURA.

Itálico em primeira pessoa = pensamentos dos personagens.
Negrito em primeira pessoa = pensamentos do lobo.
Itálico: citações/detalhes pertinentes.

Olhos verdes = medo.

Olhos vermelhos = raiva.

Olhos amarelos = mentira.

Olhos roxos = desejo.


A primeira coisa que Jun fez quando acordou foi checar seu telefone, já que não tinha nada pra fazer depois de dormir tão cedo e acordar tão cedo. Estranhou ver a conversa com Minghao no topo de mensagens, já que ele não se lembrava de ter conversado com o garoto em momento algum. Mesmo assim, resolveu checar o conteúdo, de repente se recordava de algo.

De algo que se arrependeu.

Quando viu o vídeo que imaginou ter apagado, Junhui teve um surto. Depois de apagar a mensagem e garantir que Minghao foi o único que viu, o alfa se permitiu esconder a cara avermelhada nos travesseiros, gemendo de frustração. Como é que ele foi capaz de fazer uma burrice daquelas?! Nem mesmo seu lobo tinha palavras para descrever o quão idiota Wen Junhui era, e o garoto apenas ficou lá, deitado e pelado, choramingando e rosnando baixinho feito um cão que aprontou.

Xiaofen entrou no quarto para acordar o filho e o viu com o rosto vermelho, decidindo que ele deveria ficar em casa quando tocou sua testa e sentiu a quentura extrema no local — e Junhui iria entrar na onda dele, fazendo a cara de cãozinho que caiu da mudança toda vez que seu pai ou sua mãe vinham cuidar de si. Em uma dessas visitas, Adele veio lhe trazer um chá antes de se arrumar pra aula, então Jun resolveu lhe pedir um favor.



Minghao chegou em casa tão nervoso que, assim que Lian colocou os olhos no filho, o mandou direto ao quarto e pediu que a governanta preparasse um bom chá para seu primogênito. O jovem nem teve cabeça para discutir, apenas foi tomar um banho bem gelado e vestiu um de seus pijamas de cetim, colocando o ar condicionado no 15º. A governanta entrou e deixou a bandeja com a xícara, saindo trêmula do quarto graças à temperatura.

Assim que colocou os lábios no líquido quente a porta se abriu de novo e a senhora Xu passou por ela, fechando-a de novo e sentando na ponta da cama, encarando seu filho mais velho numa tentativa de decifrar o que se passava na cabeça dele. Se o garoto não fosse um vampiro, ela poderia ler sua mente e tudo ficaria bem mais fácil.

— Quer me contar o que houve? — A voz da mulher era doce, e ela alisava a coxa do filho num carinho singelo.

— Não dormi direito. Tem... algo me assombrando. — O jovem confessou, suspirando e deixando a xícara pela metade em cima da bandeja. — Por que é que me sinto tão chateado por causa de ontem?

— Oh, meu filho... — Lian abraçou o filho, o confortando. — Eu sinto muito que as coisas tenham que ser assim, meu bem. Sabe que eu faria de tudo pra ver você contente.

— Tá tudo bem, mamãe. — Mentiu, já que a mãe não podia ver seus olhos na posição em que estavam.

— Descanse um pouco, vai fazer você se sentir melhor. — Beijou a testa do filho e pegou a bandeja, saindo silenciosamente do quarto.

Não que os Xu não se importassem com os sentimentos alheios, mas eles eram muito reservados e gostavam de ficar sozinhos em momentos tristes ou que estavam pensativos. Até buscavam apoio uns nos outros, mas palavras eram dispensáveis e logo a necessidade de ficar sozinho falava mais alto. Assim que a porta bateu, o jovem esfregou o rosto, suspirando. Era uma sexta ensolarada, ele tinha o resto do dia pra se preparar psicologicamente para a visita na casa dos Wen.

𝐁𝐘 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 || junhao.Onde histórias criam vida. Descubra agora