"Roxanne
Você não tem que colocar essa luz vermelha
Caminhar pelas ruas por dinheiro
Você não se importa se isso é errado ou se é certo"
Eles dançavam compenetrados, a única luz era proveniente da lua no topo das montanhas geladas de Aspen, as respi...
LEIAM A LETRA DA MÚSICA E OUÇAM QUANDO FOREM LER!!
-Alfonso, espera- a loira gritou outra vez vendo o moreno parar de andar e virar para ela.
Ela viu o olhar assassino dele mas não se deixou intimidar, ele tinha que ouvi-la antes. Aproveitou que ele estava parado e acelerou o passo de baixo de chuva para alcança-lo.
-Esperar por que Stormy?- ele gritou irado.
-Eu preciso falar com você!- ela gritou de volta, por mais que seu interior dissesse que ela tem que se explicar,como se estivesse fazendo algo errado, seus princípios a impediam, ele sabia que não devia se sujeitar a isso, mas até explicar que focinho de porco não é tomada....
Na realidade, Anahí não sabia o que sentia ou o que pensava, o que devia falar?
-Falar o que? Falta mentir mais o que? O nome?- ele gritou fora de si rindo debochado.
-Eu não menti para você caralho- ele falou, a sorte é que estava sem movimento na rua, o que era raro em Nova York.
-Não? Certeza que não porra? Você é uma puta, uma prostituta de merda!- ele chutou uma possa de água - Você me enganou, me fez de idiota. Só se esqueceu que ninguém me faz de otário.
-Você não é ninguém para falar comigo desse jeito Alfonso.-ela queria se explicar, no memento se sentia culpada, mas ela também não era de se sujeitar a ofensas- Eu não menti para você, eu apenas omiti algumas partes da minha vida, partes que não lhe dizem respeito- falou controlando a vontade de chorar, era muito novo essa confusão em sua mente.
-Puta! É isso que você é inferno, você é uma vadia mentirosa e manipuladora. As pessoas sabem que modelo é só uma fachada para o negócio sujo que você faz? O mundo sabe que a esplendorosa Stormy Harondale é prostituta? As marcas sabem quem representa o rosto delas mundo a fora? Eu não acredito que deixei você divulgar meu hotel, uma prostituta- ele falava com ódio nos olhos, queria ferir e ofender, e modéstia parte, ele era bom nisso. O que o deixava mais irritado não era ter dormido com uma prostituta, e sim ter se entregado tanto a uma. Sua mente conturbada e machista estava em pani.
-Escute aqui seu merda, limpa a sua boca antes de falar comigo, você não é ninguém para me humilhar assim, minha carreira na moda não é faxada, eu sou modelo desde os 16 anos, mas nem todo mundo tem o mundo de bandeja, a vida não é fácil e muito menos justa com adolescentes órfãs que não tem onde cair morta. Eu fiz tudo o que fiz, vivi todo o que vivi por que eu precisava, só eu sei como é viver nesse mundo sujo e escondido. Você acha que é fácil? Eu faço tudo isso por que eu preciso, eu não tenho ninguém pra mim nunca, essa è a minha forma que mostrar para mim mesma que eu dei a volta por cima, é só como eu sei viver. Eu não gosto de nada disso, eu odeio todas essa vida de bosta que eu vivo, mas eu fingindo gostar consigo suportar, eu fingo para mim mesma que amo essa vida, que amo o dinheiro e tudo que traz, mas eu estou apenas me engando, colocando uma máscara para mim mesma. E quanto ao meu profissionalismo, nunca duvide disso, eu jamais colocaria minha carreira que lutei tanto para construir, na reta.- ela gritava e deixava algumas lágrimas se misturarem com as horas de chuva que caiam naquela noite fria, era mais um desabafo para sim mesma, uma coisa que ela guardava para si mesma.
-Cala a porra da boca Stormy, nada do que você fala me convence, você mente. Mente para caralho. É só isso que você sabe fazer não é mesmo? Mentir e enganar. Eu tenho nojo de você, nojo de ter me deixado envolver a ponto de vir atrás de você, de tentar de alguma forma me redimir por aquele dia. Mas eu fui um tolo, me deixei levar por uma buceta boa e um corpinho bonito. Minha vontade era de contar para todos o que você é, uma mentirosa enganadora. Mas é melhor deixar você nessa vida de merda, se enforcando com a própria corda. Afinal, você é isso não? Uma prostituta. Nada mais que isso, uma prostituta que passou na mão de todo e qualquer magnata de Nova York- ela falava baixo, destilando veneno. Estava se sentindo tão traído que não media as palavras, queria ferir e machucar, o que ele não sabia é o quanto isso atingia Anahí.
Anahí não falou nada, não sabia mais o que dizer. Queria xingar até a décima geração Herrera, mas não conseguia, as palavras simplesmente não saiam, ela nunca tinha se sentido tão pequena, tão insignificante. Toda a máscara de força que ela achava ter tinha ido por água abaixo, sonhava agora a adolescente órfã que fugiu do abrigo apavorada e sozinha.
Alfonso não falou mais nada. Não tinha mais nada a ser dito, ele deu as costas e foi em direção ao carro luxuoso que veio, entrou e deu partida cantando pneu.
O moreno se foi deixando uma Anahí desolada e destruída para trás, a chuva limpava todas as suas barreiras e trazia a tona toda sua dor. Dor por tudo, por toda sua vida até agora e principalmente por ter ouvido tudo isso de uma pessoas que mesmo sem ela querer admitir tinha tanta influência sobre ela, só faltava ela descubrir isso.
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