OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS
Oi garela, vocês devem tá pensando: porque esse desequilibrado tá cantando o hino nacional? Bom, eu tenho motivo...
Só queria pedir para que vocês leiam esse delírio, como também as notas finais.
Peço para que ignorem os erros, e gostaria de salientar que as "" estão aí para indicar fala, caso alguém não saiba.~*~*~*~
fissura
substantivo feminino.
1. pequena abertura longitudinal em; fenda, rachadura, sulco.
~*~
Era uma casa no interior de Minas Gerais; de um azul desbotado, dois andares, em cima de uma montanha. Se é que aquilo tinha tamanho para ser denominado assim.
O rapaz encontrava-se escorado na beirada da sacada de um dos quartos, o torso moreno completamente nu e um cigarro na mão direita, encarava o sol que nascia diante de toda a vastidão dos Mares de Morros; seus Mares de Morros. Deu uma tragada pouco antes de uma crise de tosse apoderar-se de si. Apertou a grade com a mão livre, os nós dos dedos ficando brancos com tamanha força, o outro correu para ampará-lo, apoiando-lhe as costas.
"Eu já lhe disse para parar com esse péssimo hábito!" disse tentando tirar o objeto da mão alheia. Foi delicadamente afastado, até perceber o olhar de escárnio nos grandes e redondos olhos castanho-esverdeados, fechou a cara e afastou-se, voltando a sentar sobre a cama.
"Acho tão curioso essa preocupação toda que vocês desenvolveram por meus pulmões nesses últimos anos." apoiou-se novamente no encosto da sacada, de frente para a outra nação, e como que para provar seu ponto, levou novamente o cigarro aos lábios rosados e carnudos antes de dizer: "Você não tinha toda essa preocupação quando eu te pertencia."
Portugal revirou os olhos, não sabia como era possível alguém ter uma voz tão inocente, doce e debochada ao mesmo tempo. Não o havia ensinado isso. Certeza que era influência dos malditos Mediterrâneos.
"Sabes que isso é importante para todos nós..." Disse baixo, não tendo a certeza de que fez-se ouvir. Mas a risada melodiosa seguida do "certo, certo" que obteve como resposta dizia que sim.
Brasil voltou a observar a vista enquanto a outra nação levava a caneca cheia de um fortíssimo café preto aos lábios, fazendo uma certa careta, que suavizou-se completamente ao apanhar um dos pães-de-queijo do prato que estava pousado a sua frente.
Outra crise de tosses fez-se presente, mas dessa vez o europeu limitou-se a suspirar pesaroso. A música que tocava constantemente no celular do mais novo mudou e os primeiros acordes de Lamentos começaram, Portugal sorriu, conhecia aquele ritmo, era um... Choro.
"Ainda lembro-me quando tu, Espanha e Itália Romano* apareceram fazendo bagunça," Brasil observou-o por cima do ombro, "disseste que ia apresentar sua primeira música... Argentina ficou roxo de inveja, apareceu com o Tango uns anos depois. E eu realmente não sei como convenceu Romano a tocar bandolim contigo."
O sorriso de Brasil chegou aos olhos. "Romano nunca vai se livrar de mim, São Paulo tem a maior concentração de ítalo-descendentes do mundo, a maioria da parte dele... o sul."
A música parou, dando lugar ao toque do celular da nação mais nova. Planalto, era o nome que aparecia no visor. O clima ameno do quarto parecia ter mudado completamente. Brasil ignorou o aparelho, voltou-se novamente para a vista a sua frente, a sua vista.
"Não deverias ignorá-los." Censurou Portugal. Recebeu uma risada sarcástica em resposta, entendeu o recado. "As coisas não estão tão ruins para mim como para tu! Já lidamos com a pandemia, estamos reabrindo novamente o comércio e não temos uma crise política como aqui!".
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Minha Dona | marichat
FanfictionEle abriu um sorriso deliciosamente malicioso. Colocou os braços um de cada lado do corpo dela, segurando na grade, colou seu corpo ao da garota e aproximou o rosto o suficiente para que ela sentisse seu hálito quente. Ela ficou estática, imaginava...