21 - Novos rumos

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   Adrien passou o sábado amuado. Sabia que era a formatura de Mari e queria muito estar com ela. Queria poder vê-la, nem que fosse de longe. Tinha muito orgulho da mulher que ela se tornara, mas agora isso era impossível. Saiu mais uma vez com Chloe para uma sessão de fotos e recebeu seu primeiro pagamento. Sua primeira providência seria comprar um celular novo, já que o dele ele tinha pisado em cima num acesso de fúria. Saiu do estúdio após as fotos e pegou um taxi para a cidade. Foi até o shopping e comprou um aparelho, com chip de internet ilimitada. Aproveitou para comer alguma coisa por lá, não queria voltar para casa para ter que jantar na companhia da loira. Ficou fazendo hora e só voltou quando o shopping já estava fechando. Chegou em casa e Chloe já estava dormindo. Foi para seu quarto e configurou o aparelho como precisava. Pesquisou o Instagram da faculdade de Mari, para ver se conseguia ver uma foto dela, mas não achou nada. Tomou seu banho e foi dormir.

   Os dias foram passando e Adrien conhecia cada vez mais gente. Ele não via a hora de não precisar mais depender de Chloe. Ela estava mais gentil e amigável, fazia de tudo para agradá-lo, mas nada daquilo soava sincero da parte dela. Ele só dava corda, talvez ela pudesse se enforcar...

   A semana passou voando e Marinette já tinha conhecido várias pessoas. Vera a apresentou a Carolina Herrera, uma das mais conceituadas estilistas de moda do mundo. Num papo descontraído, Carolina incentivou Marinette a fazer um curso na Parsons, uma das melhores faculdades de moda de Nova York. Como Mari já estava formada, ela poderia fazer somente um curso de aprimoramento que duraria 6 meses. Mari agradeceu o conselho e as duas voltaram para o hotel.

Mari:—Ella, o que eu faço? 

Ella:—Minha menina, invista em sua carreira. O que te prende a Paris?

Mari:—Tem você, o meu emprego, a Alya...

Ella:—Garota, emprego pra que? Você precisa mesmo desse salário? Olha, você sabe o quanto eu gosto de você, mas você precisa crescer, precisa voar sozinha. Eu já lhe ensinei tudo o que eu podia...agora é com você!

Mari:—Você está certa. Vou voltar com você para Paris para acertar umas coisas e volto pra cá. Não quer voltar comigo, passar um tempo aqui?

Ella:—Eu tenho o meu trabalho lá e, ao contrário de você, eu preciso daquele salário...-riu. Mas nós manteremos contato frequentemente, prometo. Eu vou te ajudar e te orientar em tudo o que eu puder!

Mari:—Está bem. Vamos arrumar as nossas coisas, amanhã o voo é cedo.

   Assim fizeram. No outro dia ao final da tarde já estavam em Paris. Mari foi direto para o apartamento de Alya contar todas as novidades, ou melhor, repetir tudo o que já tinha sido dito pelo telefone.

Alya:—Então você vai mesmo para Nova York, para estudar lá?

Mari:—Vou sim, amiga. É uma oportunidade de ouro! Não posso deixar passar...

Alya:—Sabe que eu vou te apoiar em tudo, né?

Mari:—Eu sei, amiga. E olha só, combina com o Nino um fim de semana de folga pra vocês irem lá me ver. Vou transferir um dinheiro pra sua conta pra você comprar as passagens.

Alya:—Dindin é tudo de bom, né? Ô facilidade boa...-riu

Mari:—É verdade...só com meu salário eu não ia poder fazer isso tudo. A propósito Nino, quero que fique com isso...

Nino:—Seu carro?

Mari:—Esse carro sempre foi do Adrien. Eu já o quitei quando estive no banco, é só transferir pro seu nome. O documento tá no porta luvas. Assim você fica com um e a Alya com outro.

Nino:—Mari, nem sei o que dizer...vou cuidar bem dele, pode deixar...

Alya:—E quando você vai amiga?

Mari:—Depois de amanhã. Só preciso devolver o apartamento, o resto é detalhe.

Alya:—E a sua geladeira? Vai fazer o que com ela?

Mari:—Vou deixar para o proprietário...ele é gente boa. E não preciso mais dela também...

Alya:—Certo. Bom amiga, a gente te leva no aeroporto então, pra se despedir. Vai ser difícil ficar aqui sem você...

Mari:—Se prepara amiga...essa Marinette está partindo para permitir a chegada de uma nova Mari...

Alya:—Estou torcendo por você!

   Mari se despediu e foi pra casa. No outro dia ligou para o dono do ap e rescindiu o contrato de aluguel. Organizou todas as coisas que quis levar com ela e deixou muitas lembranças para trás. Seu tempo de ser feliz naquele lugar tinha acabado. Agora era hora de buscar pouso em um novo ninho.

 Agora era hora de buscar pouso em um novo ninho

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   E assim ela fez. Mari viajou para Nova York e alugou um apart hotel, assim não precisaria se preocupar com documentos para locação de imóvel, empregados para cuidar da limpeza e compras constantes de comida. O apart hotel fornecia todo esse serviço, além de lavanderia e transporte para onde ela quisesse, ou seja, tudo que o dinheiro pode pagar. Mari fez a sua matrícula na Parsons e também procurou um instrutor de artes marciais. Conheceu um senhor de 70 anos que parecia ter 55. Era conhecido como Mestre Fu. Ele era mestre em várias artes marciais e propôs a Marinette que ela não só aprendesse defesa pessoal, mas que também aprendesse a ter total domínio de seu corpo e de suas emoções. Mari aceitou a proposta e ia ao encontro de Mestre Fu todas as noites. Aprendeu um pouco de Jiu-Jitsu, Karatê e defesa pessoal. Com muito treino e condicionamento físico, em pouco tempo Marinette  já era a melhor aluna do Mestre. Ela também já tinha concluído o seu curso de moda. Agora era a hora de começar a por o seu plano em prática.

   Seis meses já haviam se passado e Adrien era cada vez mais requisitado para fotos. Passava suas horas vagas na academia malhando. Quando não estava lá, estava correndo 20 quilômetros pelo bairro.  Seu corpo era escultural e, em conjunto com seu belo par de olhos verdes e maxilar bem marcado, era um dos modelos  mais bem pagos da Alemanha. Chloe continuava com suas investidas para o loiro, que não ligava a mínima. Ela adorava quando tinham que fazer fotos sensuais juntos, mas Adrien era frio como o mármore. Ele guardava todo o dinheiro que ganhava, de qualquer trabalho. Queria juntar o valor da multa que teria que pagar a Chloe caso desistisse do casamento. Em seis meses ele já tinha 70% do valor que precisava e Chloe nem sonhava com isso. Quando ela perguntava o que ele fazia com o dinheiro que ganhava, ele simplesmente se limitava a responder "não é da sua conta".

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