8 - Mais que amizade

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    Dois meses depois Adrien ainda estava desempregado. Marinette estava exausta, mas não deixava ele perceber. Às vezes dormia no chuveiro, de tão cansada. Passou a tomar energéticos na rua para que Adrien não descobrisse. Ele por outro lado estava extremamente mau humorado. Não acreditava que já tinham se passado dois meses e ele não arranjava nenhum emprego.

   Um domingo de manhã enquanto ela ainda estava deitada Adrien levantou, tomou um banho e começou a se arrumar.

Mari:—Vai sair, amor?

Adrien:—Vou trabalhar de garçom com meu pai em um casamento. Enquanto não consigo um emprego na minha área, vou fazer qualquer coisa que aparecer. Não posso deixar tudo nas suas costas, não é justo.

Mari:—Você tem certeza? Você detesta isso...

Adrien:—Não posso me dar ao luxo de escolher. Mais tarde te vejo amor(deu-lhe um beijo e saiu).

  Marinette levantou, tomou café e foi para a sua máquina de costura. Tinha conseguido duas encomendas de vestidos e assim ganharia um dinheirinho por fora. Algumas horas depois foi até a lojinha comprar uns botões e novamente um bilhete de loteria. Conferiu o anterior e nada. Voltou pra casa, fez o almoço, deixou algo pronto para quando Adrien chegasse e voltou para a máquina. Quando Adrien chegou ela estava cochilando sobre o segundo vestido, já tinha terminado o primeiro.

Adrien:—Mari? Amor, acorda, vai ficar toda doída sentada assim.

Mari:—Eu dormi? Ai, não, Tenho que terminar isso!

Adrien:—Ei, calma. Olha, trouxe uns bombons pra você.

Mari:—Oba! Chocolate sempre me anima! Como foi a festa?

Adrien:—Chata. Muita gente rica e esnobe...

Mari:—Muita mulher rica dando em cima de você?

Adrien:—Só as velhas...-riu

Mari:—Então acho que não corro esse risco...-disse enquanto o abraçava e beijava. Vai tomar um banho que fiz comida pra você, caso esteja com fome

Adrien:—Estou sim, não comi nada lá. Papai que separou uns bombons escondido pra eu trazer pra você, a dona da festa não deixou os garçons comerem nada, só água. É como se a gente fosse inferior, sabe? Odeio gente que trata os outros assim.

Mari:—Infelizmente ainda tem muita gente assim no mundo. Mas vai logo pro banho, vai descansar essas pernas.

Adrien:—Não quer vir comigo?

Mari:—Adoraria amor, mas tenho que terminar esse vestido pra entregar amanhã. Esse meu cochilo me atrapalhou bastante.

Adrien:—Tudo bem então...trocado por um vestido!-riu

Mari:—Bobo...te compenso mais tarde...-piscou pra ele

   Adrien foi para o banho e Mari voltou ao trabalho. Ele jantou e foi pra cama descansar. Ela terminou o trabalho e já era bem tarde. Quando ela foi deitar ele já estava num sono profundo. Deitou ao lado dele e dormiram.

   Nos meses seguintes foi a mesma coisa. Adrien procurava emprego todos os dias em jornais e pela internet. Mandava currículos mas não era chamado. Marinette continuava com sua jornada de trabalho extensa e cansativa. Nos fins de semana Adrien trabalhava de garçom com seu pai enquanto não aparecia nada melhor. Estavam sem tempo e sem grana para sair. Alya e Nino às vezes iam lá no domingo, mas Adrien estava sempre trabalhando. E se iam durante a semana, era Mari quem estava fora. Mari já tinha várias encomendas de roupas e só tinha o domingo para fazê-las. Ainda tinha as atividades da faculdade, era seu último ano. Eles sentiam falta um do outro, mas era difícil conciliar o tempo. Um domingo pela manhã Alya foi até o apartamento de Mari para ajudá-la com alguns moldes das roupas e quando abriu a geladeira para pegar água, a geladeira estava vazia. Aquilo apertou o coração da morena. Ela deu uma desculpa de que iria na farmácia e foi ao mercado. Fez uma compra bem grande e chegou ao ap com várias sacolas. Marinette só chorava, não acreditava que a amiga tinha feito aquilo por ela. Tinha frutas, verduras, carne, pães, biscoitos que Mari adorava, sorvete, sucos, queijos, geleia e até 4 garrafas de vinho. Era realmente muita coisa. Marinette só abraçou a amiga e chorou.

Mari:—Amiga, você não existe. Nem sei como te agradecer! As coisas estão apertadas aqui, o Adrien não consegue emprego, eu tô me desdobrando mas as despesas são muitas...

Alya:—Ei, não precisa se justificar...eu sei que tá puxado. Mas amigos são pra essas coisas, certo? Olha só, eu vim aqui pra te ajudar. O que eu faço?

Mari:—Ok, vamos trabalhar. Estica esse tecido xadrez ali em cima da mesa que vamos colocar os moldes em cima para riscar e cortar.

Alya:—Sim, patroa!

Alya:—Sim, patroa!

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   As duas riram. Alya era aquela amiga de ouro, mais que uma irmã pra Marinette. Passou o domingo todo lá ajudando a amiga. No fim da noite, abriram uma garrafa de vinho e logo Adrien chegou. Estava exausto! Marinette e Alya também, tinham trabalhado duro o dia todo e, graças a Alya, adiantaram bastante os serviços de costura de Mari.

Mari:—Oi amor, como foi hoje? Menos ruim?

Adrien:—Festa de criança, até que foi legal. Tirando um tiozão lá que encheu a cara e derrubou o bolo...-riu

Mari:—Coitada da criança! Ficaram sem bolo?

Adrien:—Não, por sorte o buffet tinha um bolo reserva na cozinha. Trouxe até um pedaço pra você.

Alya:—Oba, adoro bolo de festa!

Mari:—Toma amiga, divide comigo.

Adrien:—E o Nino Alya, vem te buscar?

Alya:—Já deve estar chegando.

   Adrien vai beber água e vê a geladeira cheia.

Adrien:—Mari, você fez compras?

Mari:—Foi a Alya, amor. Ela chegou aqui com isso tudo.

Adrien:—Poxa Alya, nem sei o que dizer. Obrigado amiga!

Alya:—Imagina, não precisa agradecer. Vocês dois são minha família, podem contar comigo e com o Nino sempre!

Mari:—Valeu amiga!

Adrien:—Vou tomar um banho enquanto o Nino não chega.

   As meninas continuaram o papo com vinho e bolo. Nino logo chegou e Adrien se juntou a eles. Esvaziaram duas garrafas de vinho e os amigos foram embora. Mari e Adrien foram dormir, também estavam exaustos.

   Mais uma semana começou e a rotina novamente se instalou. Mari trabalhava duro e Adrien procurava emprego. Nos fins de semana ele trabalhava de garçom e ela passava o domingo sozinha, ou às vezes Alya ia para lá para ajudá-la. A mãe de Marinette também começou a ir vê-la aos domingos, porque sabia que a filha não tinha tempo pra quase nada. Às vezes levava o almoço pronto para facilitar a vida da garota. Ajudava lavando as roupas e tirando a poeira. Adrien ajudava durante a semana, mas ultimamente estava batendo de porta em porta pedindo emprego, já estava desesperado.

Qual o preço do seu amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora