28 - A festa

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   Era uma festa à fantasia e M.C. estava de mulher gata. Caprichou na maquiagem, dessa vez ficou mais morena que o seu natural. Era como se a cada aparição ela fosse uma mulher diferente.

   Nathalie tinha deixado uma fantasia para Adrien, mas ele não quis colocar

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   Nathalie tinha deixado uma fantasia para Adrien, mas ele não quis colocar. Era uma fantasia do personagem "duas caras", do filme do Batman. Adrien achou que aquilo pudesse ser uma indireta de M.C., mesmo sem ele entender o porquê. Então colocou seu smoking e uma máscara dourada antiga que tinha pego de um ensaio que fez com Vincent. Desceu as escadas elegantemente e se juntou aos convidados da festa. Era um homem lindo e charmoso, chamava atenção das mulheres o tempo todo, da mesma forma que M.C. chamava a atenção dos homens. Ele a olhava de longe, queria falar com ela, mas ela sempre dava um jeito de fugir dele. De repente M.C. foi para o seu escritório, que ficava no térreo, ao lado do salão de festas e logo Nathalie cochichou com um homem que estava ali na festa. Ele assinou alguma coisa no tablet dela e foi para o escritório de M.C.. Do grande salão Adrien observava atentamente o que acontecia e, de alguma maneira, aquilo o incomodava. Uma hora depois o homem saiu do escritório, novamente abotoando a camisa. Passaram-se 40 minutos e Nathalie levava outro homem ao escritório de M.C. e a mesma cena se repetia. Adrien estava incrédulo a respeito daquilo, daquele comportamento de sua patroa diante de todos ali na festa. Cada vez que um garçom passava com um copo de whisky ele pegava e bebia de uma só vez. Já tinha tomado uns quatro copos quando decidiu ir até o escritório dela. Quando ia bater na porta, Gorila o impediu.

Adrien:—Eu quero falar com ela. Eu tenho direito, eu moro nessa casa.

   Gorila não falava nada, apenas bloqueava a porta. Mesmo Adrien sendo um homem alto e forte, Gorila dava dois dele! Meia hora depois novamente o homem saía do escritório e Adrien já estava furioso. Tentou novamente forçar uma entrada, mas Gorila novamente o barrou. Não se passaram 10 minutos e um terceiro homem se preparava para entrar: assinava alguma coisa no tablet e a porta se abria. Mas dessa vez foi diferente: o alarme no relógio do segurança apitou e ele entrou no escritório feito uma flecha. Em seguida saiu de lá segurando o homem pelo pescoço e tratou de levá-lo até a saída. Adrien aproveitou a ausência dele e entrou no escritório. Encontrou M.C. sentada em sua cadeira com as mãos cobrindo o rosto.

Adrien:—Senhora, você está bem? Ele te machucou?

   Mari não podia olhar para ele...se olhasse em seus olhos tudo estaria perdido. Continuou de cabeça baixa e respondeu "estou bem". 

Adrien:—Se me permite dizer, a culpa é sua. Fica trazendo "qualquer um" pro seu escritório...homem não presta. Não pensei que fosse esse tipo de mulher.

M.C.(furiosa):—E que tipo de mulher pensa que eu sou? Ou melhor, que tipo de homem seria o certo pra mim?-disse rodando sua cadeira e ficando de costas para Adrien

Adrien:—Um homem que a respeite, que a trate como a senhora merece.

M.C.:—Você faz ideia do que aqueles homens faziam aqui?

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