un día | max verstappen

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MAX

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MAX

you regret it now
but it's your mistake
what makes you think
that my mind will change
and you hate that you know, you know, you know, you know
you messed up

             As festas em Monte Carlo com os meus amigos, costumeiramente, tinham seu término de um único e maçante jeito: comigo acabado de bêbado, sentado ao lado de Dominic - um idiota qualquer que dividia um apartamento com Ralph, meu melhor amigo de infância. -, olhando para ele com os olhos avermelhados e grogues, gesticulando bruscamente diversas e diversas vezes, a voz arrastada e enrolada que, de forma estúpida, repetia mazeuneeeeeimgoxtodelamaiiis sem pausas e sem um pingo de vergonha na cara, a cada dez minutos.

Não era a melhor das cenas, com certeza. Porém, Dominic parecia me ouvir em todas as vezes, me dando conselhos que eu esquecia alguns segundos depois. Ele era um idiota se achava que eu ouviria o que quer que fosse. Não precisava de nada do que ele me diria, eu sabia me virar e um estranho qualquer não tinha nada para me ensinar.

Era bizarro que, apesar de ter repetido tudo o que dissera antes tantas vezes, naquela noite, enquanto Ralph e Dom conversavam no exterior do clube, com uma maço de cigarro entre eles - fumaça subindo para o céu noturno, sumindo entre o breu profundo -, eu me mantinha recostado em uma das mesas redondas, piscando para as pessoas que passavam entre mim e a visão que tinha da noite de Mônaco.

A música parecia tocar distante, mas ela explodia em meus ouvidos. O cheiro de suor era agoniante em minhas narinas, os corpos que moviam-se na pista eram como borrões fantasmagóricos. Eu havia conversado com algumas das mulheres ali naquela noite, buscando por um sinal. Nada parecia reagir. A bebida também não era das melhores ou, quem sabe, eu não fosse dos melhores. Isso explicaria o afastamento dos únicos caras que estavam me aguentando nos últimos dias.

Eu ainda estava perdido. Ainda me sentia inerte ao cenário em que vivia. Acho que Ralph e o filósofo contemporâneo do amigo dele tinham a ideia de que, se eu não estivesse pensando, estar em um clube com uma diversidade impressionante de mulheres e de bebidas, no fim das contas, me ajudaria a esquecer. Nem que fosse por algumas horas.

Que pena. Eu não havia esquecido coisa alguma. Estava impregnado na minha mente, na minha pele, no meu coração. Assim como todos os outros dias. Não tinha como ser diferente.

Eu ainda gostava dela? Puta merda, sim. Acho que, no entanto, a odiava imensamente também. Ou me odiasse e estivesse tentando colocar a culpa em outra pessoa.

Porém, eu a amava. E amar alguém que não te quer, alguém que foi sua amante e amiga, por tantos e tantos anos, era doloroso pra caralho.

Um dia, ela foi embora e quando o fez, deixou para trás alguém que a queria para sempre ao seu lado. E eu era um tanto burro, afinal, percebi que a queria em minha vida até o fim dos meus dias, apenas quando a vi partir.

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