CAPÍTULO SETE

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- Eu não sei! - mantive-me firme, precisava de uma desculpa. Ta tão difícil esconder meu interesse por ela, ainda mais depois desse vídeo. - De verdade, eu apenas bebi muito e quando fui ver acordei em seu quarto.

- Tenho outra pergunta, quero que seja sincero! - ela pedia.

Como se eu fosse sincero. O inferno vai adorar me receber com tantas mentiras contadas.

- Prossiga. - pedi.

- É verdade aqui... - meu celular tocou em cima da mesa. Eu queria ignorar aquela merda, mas o nome de Raphael apareceu na tela, quando era ele, coisas ruins sempre vinham. - Pode atender.

- Não, por favor, continue. - eu precisava saber.

- Hector, pode ser importante, atende o celular. Irei à loja para lhe dar espaço. - ela levantou e desceu as escadas de ferro.

Peguei o celular com toda a raiva, e se não for algo importante, eu vou matar o Raphael.

- Diz que é algo importante cacete!!! -gritei.

- Ah, você ta vivo! - riu. - Seu desgraçado, é melhor você vim no conselho.

- O que? - indaguei apertando os dedos nos olhos. - Pelo amor de Deus Raphael, o que é tão importante que o meu advogado não poder resolver sozinho?

- Traição e lavagem! - não é possível!

- Chego em cinco minutos! - quando ia desligar, Raphael pronunciou:

- A moça da loja te deu um chá em! - e desligou entre risadas.

Filho da puta!!

Troquei de roupa, as roupas que eu estava vestido eram de Melinda, bem, não dela, mas sim de algum homem que deve vir aqui. Bem, não me importo, pelo o que eu vi parecia bem limpas e lavadas.

Desci as escadas atrás de Melinda, encontrei a mesma devolvendo o troco ao homem no balcão. Quando a imagem do homem clareou, certa raiva me tomou. Por que Luiz estava ali, todo aberta para ela?

- Melinda! - seus olhos foram para mim, que saia dos fundos.

Luiz logo cessou o sorriso e ficou tenso. O mais estranho era que ele não estava em seu dia de trabalho. Estava informal.

- Bom dia Senhor! - ele disse surpreso. Logo voltou para Melinda que continha um riso. - Obrigada Linda, lembrarei disso.

- Não se preocupe Luiz, seu chefe está bem, apenas bebeu de mais, não é? - ela me encarou com serenidade no olhar.

Mas eu não entendi nada, ainda mais a parte em que ele a apelidou de Linda.

- Sim, verdade! - falei, entre dentes. - Bom dia Luiz!

- Preciso ir agora, até mais! - sorriu para ela, e saiu da loja.

- Seu funcionário é muito legal! - ela dizia enquanto saia do balcão. - Já esta se sentindo melhor?

- Claro, e parando pra pensar, muito sortudo por não ter vindo até aqui de carro. - olhei para a porta vendo meu carro. - Quem o trouxe?

- Ah sim, Luiz. - seus olhos me examinaram novamente - Ele passou aqui mais cedo, contei que você estava dormindo, pedi que ao menos trouxesse seu carro para você voltar.

- Agradeço Melinda, você é muito atenciosa! - peguei em uma mecha de seu cabelo, e em vez de fazer o certo, acabei dizendo besteiras. - Vocês são só amigos?

- O que? - estranhou.

- Quer dizer, você é amiga dele? - indaguei.

- Acho que sim! - ela se afastou parecendo envergonhada. - Tem um mês que ele vem aqui, na verdade, quando ele me disse que eu teria que deixar a loja, conte-lhe que não tinha lugar para ficar. Ele me disse que não podia ajudar nessa parte, não na parte em que eu desse a loja a você.

- Então ele te ajudaria em outra coisa? - meu sangue fervia, pois Luiz estava mexendo no que era meu. - O que seria?

- Emprego eu acho! - ela me encarou. - Acho que já esta na hora de ir, não é Hector?

Engoli toda a raiva presente em mim. Eu estava como ontem, olhos quentes de raiva. Não posso fazer isso, nem ser assim. Melinda não é nada minha. Recompus-me.

- Perdão pela invasão Melinda. - cocei a garganta. - Estou indo agora, obrigada por tudo!

Beijei seu rosto a deixando surpresa e entrei as pressas no meu carro.

Não acredito que me submeti a ciúmes de uma mulher que nem conheço, e que com certeza esteja saindo com meu capanga.

Por isso Luiz estava nervoso no dia em que veio me avisar sobre o ocorrido com a loja. Ele já a conhecia. Já estava envolvido com Melinda. E quem não ficaria?

)(

- O que houve? - indaguei, sentando na minha cadeira, diante de todos os membros do conselho. Até Verônica estava ali, a mesma me ignorou, parecia chateada.

- Capo alguém esta lavando dinheiro pelas nossas costas, e pior, é alguém de dentro da máfia. - Wendell avisou. - Tenho informações sobre a pessoa, mas aqui consta que ela não existe, ou seja, ela já morreu. Seu nome só esta sendo usado para o desvio.

- Muito bem, um traidor dentro da Máfia, da minha Máfia. - encarei a todos. - Espero que esteja sentando aqui agora, e preste bem atenção no aviso que vou te dar.

Vi muitos manter-se firmes. Eles sabiam que quando eu queria, eu era um cara ruim, um monstro por completo.

- Aviso que vou te pegar! - e eles sabiam que quando eu dizia isso, poderia se passar anos, pegaria o desgraçado. - E você sabe que eu vou!

Silencio se instalou na grande mesa. E logo minha secretaria chegou ao meu pé.

- Há uma jovem na portaria querendo falar com o senhor. - Jovem? - Ela disse que é urgente!

- Tudo bem, diga que já estou indo. - falei, me pondo de pé. - Senhores, por hoje essa reunião termina aqui.

E a sala, como sempre, foi se esvaziando. Até sobrar eu e Verônica.

A mesma se aproximou, irritação tomava seus olhos.

- Onde esteve ontem que me deixou esperando até tarde em sua casa? - merda!!




















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DA COR DE MARTEOnde histórias criam vida. Descubra agora