CAPITULO DEZESSEIS

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Eu caminhava em direção ao escritório do meu avô, ignorando todas as sensações ruins que me sercava, tenho certeza que ele não me chamaria aqui a toa.

Ao entrar no recinto, o velho me aguardava apreensivo e preocupado. Ali, no canto da sala, mexendo em seu celular totalmente entediado Raphael estava. O mesmo me encarou e guardou seu aparelho.

– Até que enfim. – Raphael disse. Caminhou até a cadeira de frente a mesa de meu avô e se sentou. – Podemos começar. Afinal, o que é tão importante para ter seus dois netos aqui vovô?

Sentei ao lado de Raphael e deixei que meu avô dissesse o que tanto lhe afligia.

– Não sou de rodeios! – ele começou. – Sabem disso... Hector, você pesquisou sobre a vida da menina Melinda?

Meu sangue gelou. Eu não tinha pensado nisso, afinal, Melinda não me dava motivos para essas coisas.

– Não tem por que fazer isso! – falei, entre dentes. Melinda era um assunto delicado, em todos os sentindo, ela é a historia mais delicada da minha vida, não tinha nada que me fizesse ir atrás do seu passado, até porque para mim, sua vida era um livro aberto.  – Melinda não está metida com nada. Sabem disso!

Raphael ouvia tudo com atenção.

– Tem certeza? – meu avô respirou fundo.

– Pare de enrolar, disso que é uma pessoa direta e fica dando voltas de...

– Melinda talvez seja a filha bastarda de Marco! – disse por fim.

O encarei sem acreditar.

– Marco? – eu sabia de qual Marco ele falava, sabia muito bem. – Marco da máfia Italiana? –Raphael perguntava. Nem ele mesmo acreditava nisso.

– Pelo amor de Deus! – passei a mão pelo rosto. – Isso é impossível. Ela saberia e... – se me lembro bem, Melinda não falava do pai verdadeiro. E nem o conhecia, se é que isso seja verdade. – Por que desconfia disso?

Ele inclinou a cabeça, pensativo.

– O sobrenome dos pais dela, do pai adotivo. – dizia. – Pelo o que me lembro, ele sempre foi o braço direito do Marco, até se envolver com sua mulher.

– A mãe de Melinda? Ela não era da Máfia. A mãe de Melinda era uma namorada que Marco mantinha fora, fora de tudo. – Raphael estava de pé, mexendo em seu tablete. – Estou vendo aqui... Parece que todos os registros da família foram apagados. Só há uma manchete dizendo sobre os corpos chamuscados encontrados nas redondezas da Itália. Por enquanto foi só isso que consegui.

– São os pais dela? – perguntei, aflição tomava meu corpo. O que eu iria fazer? Melinda realmente estava dizendo a verdade? Ela me perece tão verdadeira sobre sua vida. Sobre não saber de nada.

– Sim, foram mortos na mesma época em que descobriram algumas traições na máfia italiana. – Raphael sentou novamente. – Se quiserem posso ir a fundo nisso sobre...

– Não! – gritei. Meu avô se pôs de pé rapidamente.

– Não seja burro Hector! – ele veio ao meu encontro com sua bengala em mão. – Vai destruir a Máfia por causa de um rabo de saio?

Meu sangue ferveu. Isso não vai acontecer.

– Não é qualquer rabo de saia! – falei entre dentes. – Raphael, descubra tudo.

– Mas você...

– Faça essa merda, descubra tudo sobre Melinda, seus pais e até mesmo sobre o Capo da Máfia Italiana. – gritei.

– Travará uma guerra com eles Hector! – meu avô disse, era notável a preocupação do dele, mas mesmo sem ele querer teria que aceitar isso. Contra gosto ou não. 

– Enfrentarei até o diabo por essa mulher! –  assegurei logo deixei a sala.

                                 

                         )(

Entrei na loja a encontrando vazia. Era estranho, Melinda nunca deixava essa loja sozinha. Dei a volta no balcão indo para os fundos subindo as escadas. O cheiro de comida estava ótimo e Melinda só cozinhava quando tinha visitas. Com certeza deve ter alguém aqui hoje.

As risadas ecoaram pelo corredor, me fazendo parar ali na entrada, ouvindo a conversa.

– E então, quando vai contar para ele? – Jenny, era ela, ela estava aqui. Menos mal. – Precisa ser sincera com ele!

– Não consigo Jenny, com você foi mais fácil. Mas acho que com ele não vai ser, ele não aceitaria uma mulher como eu!

Não havia duvidas, falavam de mim. Melinda escondia um segredo. E seja lá o que for ela terá que me contar.

– Ele gosta de você Linda, vai entender porque fez isso, qualquer um entenderia. – Jenny disse.

– Queria me sentir segura pra isso! – a voz de Melinda contia tristeza. – Não posso fazer isso agora. Hector nunca mais iria querer me ver, e teria nojo de mim. E você sabe, ele tem mulheres muito melhores que eu!

Não aguentando a curiosidade que crescia em mim eu abrir a porta, pegando as duas de surpresa.

– Oh, Hector, chegou! – a morena rapidamente passou as mãos pelo o rosto. – Que bom que está aqui.

Jenny se pôs de pé.

–Estou descendo, Linda! – ela beijou o rosto de Melinda e logo se retirou após acenar para mim.

Eu encarava Melinda ainda parado na porta, me perguntando se eu realmente podia confiar nela. Depois do que ouvi certa desconfiança se instalou em mim. E eu, como sempre, sem paciência para nada joguei tudo em cima dela.

Sendo egoísta novamente, como se não tivesse segredos.

 – O que você esconde de mim? – indaguei rudemente.






















Eita!! 😬

Deixem sua estrelinha, please!

DA COR DE MARTEOnde histórias criam vida. Descubra agora