CAPÍTULO NOVE

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Disposto a ir ao seu encontro Melinda se pôs de pé apalpando o corpo, como se estive procurando feridas ou algo do tipo. Ela estava tão assustada e desesperada que chegava ofegar.

- Melinda!- chamei, ela ainda se apalpava mergulhada no seu desespero. - Melinda, por favor, pare com isso.

- Meu Deus! - segurou os grandes cachos entres os dedos, arregalando os olhos em incredulidade. - Hector, por favor... - engoliu em seco, andando de um lado para o outro. - Diz pra mim que não fizemos nada, por favor. Não, não diz nada, apenas... Apenas...

Sem me importar por estar só de cueca levantei da cama e fui a sua direção, abraçando a mesma.

- Ssh, por favor, acalme-se. - ela não retribuía, apenas ofegava, era tão assustador assim acordar ao lado de um meio desconhecido? - Melinda, calma. Olhe para mim.

Ela me olhou, nossas alturas eram de grandes diferenças. Eu nos meus 1,80 e ela nos seus, acho que 1,65.

- Olhe preste atenção, não fizemos nada. - Hector, quando vai parar de contar mentiras? Nem eu sei o que aconteceu, afinal, eu saberia se tivéssemos feitos algo, saberia? - Venha aqui.

Fiz ela sentar na cama de frente para mim.

- Respire fundo. - segurei em suas mãos, vendo que ela já estava mais calma. Eu precisava fazer isso, dessa vez não tem vídeo mostrando o que realmente fizemos, e isso é fodidamente desconfortável. - Me desculpe à pergunta, mas está sentindo alguma queimação entre as pernas? Inchaço?

Seu rosto ficou vermelho, porra que adorável! Eu não conseguia lidar com isso sem imaginar coisas obscenas com essa mulher.

- Nã-não! - ela baixou o rosto envergonhada, e diante dessa cena, minhas mente como sempre não deixou de viajar para algo devasso, como a curiosidade sobre sua pureza. Por Deus, não teria como eu ser tão direto a perguntar para ela sobre algo tão pessoal, mesmo que meu corpo esteja pedindo isso. - Não sinto nada, apenas uma dor de cabeça chata.

Alivio tomou meu corpo, até porque eu não iria gosta de ter ela desse jeito. De não lembrar que estive dentro dela, que sentir sua pele por completo. Não iria gosta de saber que não gravei cada parte de seu corpo.

- Viu, não aconteceu nada. - tampei minhas partes com a coberta. - Vamos fazer o seguinte, daqui estou avistando minhas roupas, então...

- Ah claro, eu... eu acho que, acho que vou na cozinha. - ela se retirou, e eu não pude deixar de reparar em sua bunda. Que bunda!

- Tudo bem! - assegurei.

                           )(

E novamente, naquela semana, eu saí do banheiro da casa de Melinda, o cheiro de café invadia o ar, convidativo e forte. Caminhando para a cozinha me deparei com a cena que fez meu humor ir de ralo.

- Bom dia senhor! - Luiz se encontrava sentado ao lado de Melinda. Oh, obrigado amigo, acabou de acabar com meu dia, tudo que eu queria era mesmo da de cara com o capitão dos meus capangas, justamente quando eu teria um pouco de privacidade com ela.

- Bom dia Luiz. - não era hora de bancar o babaca, Melinda estava sentada na mesa com uma xícara e sua mão, ela ergueu em minha direção e eu me aproximei.

- Beba, vai passar sua possível dor de cabeça. - sorriu me entregando a xícara. - Luiz, conte a ele o que aconteceu.

Ele ainda tinha o olhar irritado. Acho que destruí o encontro de alguém.

- Melinda ficou bêbada na boate em que a levei, e quando estávamos chegando aqui, você estava na calçada da loja. - Luiz me encarou novamente, revelando pela segunda vez uma forte irritação. - Você tentou me mandar ir embora...

DA COR DE MARTEOnde histórias criam vida. Descubra agora