- Até que em fim! - ela vinha com uma bandeja amarela, e em cima dela havia bolos, um copo de leite, e um comprimido. Suponho que é pra essa merda de dor de cabeça que estou sentindo. Ela sentou ao meu lado na cadeira, pondo a bandeja na cama. - Bom dia Hector!
Passei as mãos pelo cabelo, e logo tomei postura tentando me lembrar da merda que fiz ontem.
- Tudo bem? - ela sorria para mim, como se fosse bom nos estarmos ali. No seu quarto, dando um grande trabalho para a mesma. Ou não - Hector sou eu, Melinda.
A encarei e sorri ladino.
- É. Eu sei. Ai... - pus a mão na cabeça por conta da fisgada. - O que aconteceu? Porque estou aqui?
Ela suspirou juntando as mãos, e logo riu.
- Me perdoe Hector. -lambeu os lábios. - Mas eu gravei tudo para te mostrar que não é mentira minha, e que também não me aproveitei de você!
- Corri risco disso? - indaguei com uma pitada de humor.
Melinda me encarou erguendo uma de suas sombras celhas.
- Bem, essas coisas não fazem o meu tipo. - ela saiu da cadeira indo para a mesa onde estava um notebook, enquanto eu tomava o remédio. - Afinal, você dizia coisas com coisas ontem.
Ela ria para si mesmo, parecendo não acreditar no que ouviu. Melinda voltou para o meu lado, e deu inicio em um vídeo que já estava aberto.
A cada segundo que o vídeo rodava, eu não sabia onde enfiar minha cara. Melinda riu em algumas partes. Foram quase meia hora de vídeo. Ela gravou partes em que eu ria para ela, falando do seu cheiro e cabelo, de seus olhos. E a pior parte, a parte em que eu disse que queria muito a beijar. Já que não era mentira mesmo. Na verdade o que estou fazendo? Era só dizer a ela o que realmente quero da sua pessoa.
- Você bêbado é outra pessoa! - ela fechou o notebook. Melinda encarava meus olhos atentamente. - Bom, tem um banheiro no corredor, e há toalhas limpas lá, tome um banho. Estou com a loja aberta, descerei para lhe dar tempo.
Sem me deixar raciocinar direito, ela saiu do quarto as presas, o que foi estranho.
Deitei-me na cama novamente, gravando o cheiro dessa mulher. Tudo aqui era ela, falava sobre ela. Até as almofadas com contornos dourados. Ela era uma verdadeira cigana.
)(
Saindo do banheiro, um delicioso cheiro de comida impregnou o ar. Caminhei pelo corredor seguindo a melodia que vinha direto da cozinha. Chegando lá, vi Melinda remexer os quadris enquanto mexia a colher na panela. A grande saia que pendia em sua cintura larga e contornada balançava deixando seu grande bumbum marcado. Deus, essa mulher... Puta merda. Ela não é desse mundo!
Melinda mexia as mãos como se estivesse realmente dançando, mas era só coisa da minha cabeça. Pois a mesma apenas mexia o quadril em movimentos sexy que me deixaram duro rápido. Quando se tocou que eu estava a sua costa, rapidamente me sujeitei a puxar uma cadeira me sentando à mesa para esconder a merda da ereção.
- Espero que esteja com fome! - ela não perdia a harmonia, o sorriso, o jeito delicado e desajeitado ao mesmo tempo. Eu nunca reparei tanto em uma mulher como reparo em Melinda, tudo nela me parece novo e fascinante. - Aqui, eu mesmo fiz uma feijoada bem carregada e macarrão.
- Olha só, o nosso tradicional cardápio brasileiro. - sorrir minimamente para mesma. Ela colocava nossa comida, enquanto eu olhava sua casa. O tipo de casa que minha mãe com certeza iria adorar. Pequena e aconchegante. Era assim que eu estava me sentindo ali, com Melinda.
Melinda sentou a minha frente, abrindo a coca cola.
- Pode falar se não estiver bom! - disse, após encher nossos copos.
- Tenho certeza de que está! - levei uma colherada à boca e tive certeza. Melinda cozinhava melhor que as minhas próprias serviçais. - Hmm! Acho que irei te contratar em. Está uma delicia Melinda.
Ela riu, e suas bochechas fizeram aquilo que eu adorava.
- Obrigada. Vou cobrar caro em! - brincou.
Comemos alguns minutos em silêncio, até que ela terminou e se levantou indo para o quarto. E eu, já entendendo, fiquei onde estava. Sei que ela queria que eu não a seguisse. Peguei nossos pratos e levei a pia, lavei a louça, quando terminei sequei minhas mãos no pano de prato. Quando me virei, Melinda estava com minhas roupas secas em uma mão e na outra minha arma.
- Ah! - eu abria e fechava a boca, sem ter o que dizer, ou como dizer. - Melinda eu...
- Não é necessário me dar explicações. - ela se aproximou deixando tudo em cima da mesa. - Não sou nada sua, bom tenho certeza de que você não matou ninguém com isso e que nem veio pra cá depois disso, não é?
Ai caralho!
Ela riu, mas eu sabia que no fundo havia uma verdade, e a minha mentira.
- Não, claro que não! - me sentei novamente. - É só proteção, eu tenho licença para usar. Afinal, estive sozinho em um lugar ontem.
- É. Eu imaginei isso Hector! - Melinda inclinou a cabeça, olhando em meus olhos. - Não fique apreensivo, não tenho dons como meus ancestrais tinham. Se estiver escondendo algo, as consequências logo virão. - sussurrou a ultima parte - Em fim, volto a dizer, não somos nada então não é a mim que deve explicações.
Se ela tentou fazer um tipo de chantagem emocional comigo, devo dizer, que funcionou, por que agora estou com a consciência pesada em esconder dela o que sou de verdade. Quais as chances de Melinda descobrir que sou o Capo da Máfia Brasileira? Afinal, ninguém nunca de fora viu o Capo ou nem mesmo sabe o nome verdadeiro dele. A única coisa que ela pode obter é o meu apelido fora daqui; Lone! Mas acho que ela está desinteressada demais com esse assunto.
- Fique tranquila. - e lá estava eu, aumentando a minha mentira por puro egoísmo. - Não tenho nada a esconder.
Melinda acenou com a cabeça, sorrindo com os olhos. Ela estava feliz.
- Sabe... É tolice minha perguntar, sei que não vai lembrar. - nervosa, engoliu em seco. - Mas porque veio aqui hoje de madrugada?
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DA COR DE MARTE
RomanceDizem que pra tudo na vida tem um jeito, menos pra morte, e aqueles certos meios que aparentam não ter fins, o destino sempre da um jeito, mesmo que no final nada saia da forma como você planejou. Me chamo Hector Gollene e sempre tive tudo sobre meu...