CAPÍTULO DEZ

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– Senhor, Luiz já está aqui, devo chamá-lo? – Tânia perguntou.

– Manda ele entrar! – pedi. Não ia me conter sobre isso, preciso saber se eles estão mesmo juntos. Então desistiria dela.

O homem trajado de terno preto e postura firme passou pela porta.

– Senhor! – disse.

Sentado em minha cadeira, esfreguei meus olhos tentando manter a mesma postura, sem perder o controle. Dês de ontem não conseguir esquecer ela dizendo que está saindo com ele. É uma droga!

–Vou ser direto contigo Luiz. Você como homem, notou que estou interessado em Melinda, porém, a mesma me disse que estão juntos. – ele perdeu a pose, e todo o seu respeito a mim cessou ali. Vi nos seus olhos a fúria, os ciúmes e irritação. – É verdade?

– Perdão senhor, mas acha que lhe devo explicação sobre minha vida? – indagou, acalma-se homem, não vá matar o seu próprio capitão.  

Fechei os punhos e me pus de pé.

– Quero só que me responda! – pedi entre dentes. – É verdade?

– Isso é entre eu e ela! – Luiz ficou tenso, mas não por medo, e sim me desafiando. Eu vou matar esse cara!

Fui a passos pesados até o homem loiro, o peguei pela gola suspendo o mesmo. Todo o autocontrole estava indo embora, de ralo, pro fundo do poço.

– Olha aqui seu filho da puta... – falei, bem perto de seu rosto. – Sou seu chefe e você me deve respeito, posso te demitir e te...

– Me matar? – Luiz bufou em meu rosto. – Melinda não ia gostar nada em saber que o seu amiguinho “misterioso” matou o futuro homem dela.

Ah, ele tava jogando sujo?

– Desgraçado! – gritei.

– Ela sabe que é o Capo da máfia? – indagou com deboche. Soltei sua gola brutalmente. – Sabe que tem as mãos sujas de sangue?

– Você não fica para trás, idiota! – resmunguei. – Ela sabe que trabalha para a Máfia? Que é um assassino? Assim como eu?

Luiz se viu pensativo e perdido. Estávamos os dois, fodidos!

– Mentiras em cima de mentiras. Eu só não acabo contigo porque respeito Melinda, como disse, ela não iria gostar de saber que você desapareceu do mapa!  – avisei. – Mas vou te dar um único aviso e você sabe como sou bom com avisos! – Me afastei do mesmo lentamente. – Se a fizer chorar, o pouco que for, a magoar ou coisas do tipo. Juro por Deus Luiz, arranco sua cabeça fora.

Ainda me encarando Luiz riu.

– Vai se decepcionar senhor! – e saiu a passos firmes.

Soquei minha mesa, depositando toda a raiva ali. Precisava evitar a loja de Melinda, sei que quando ela me entregar o recinto, vai sumir no mapa. Ainda mais se Luiz a induzir a isso. Será até bom, não vou ficar correndo atrás da mulher dos outros. Posso ser o cafajeste e mulherengo que for, mas não sou de correr atrás do que não é meu.

                         )(

 Três semanas se passaram e tudo parecia estar normal. Verônica continuava a me visitar. Não fui mais a loja de Melinda e faltava pouco para ela sair da lá, o que eu realmente estava repensando.  Lutei muitas vezes para não ir até ela, mesmo tendo todos os tipos de sonhos com a mesma. Houve dias em que acordei suado e eufórico no meio da madrugada, feiticeira, isso que ela é. Minha mente não trabalha em outra coisa a não ser nela, chega ser perturbador.

Algumas vezes ouvi Luiz ao celular com ela, todo feliz. E também a vi em frente a sua loja, feliz tratando as rosas. Não ia interferir em nada no relacionamento deles. Seria até bom para ela não se envolver comigo. Melinda se tornaria alvo dos meus inimigos e eu não queria isso. Ela namorando o idiota do Luiz corria menos risco. Tenho certeza de que ele a manteria longe de tudo, o que é errado. Mas como é Melinda, eu faria qualquer coisa só para manter a mesma segura.

Estou em uma festa com algumas Máfias, e a Italiana estava bem a minha direita, a filha de um deles me encarava descaradamente. Sem pudor algum. A morena era linda, magra, olhos claros e me lembrava alguém.

– Acho que chamou atenção de alguém! – Raphael avisou cutucando meu braço. – Porque não fazer parte dos Italianos?

Revirei os olhos.

– Ta louco? – o repreendi, Raphael riu da minha cara logo tomando seu champanhe. – Eles estão no mesmo nível que a gente, logo vão querer que eu case com ela e tenha filhos

– E isso não é bom? – perguntou, observando o movimento do lugar. Havia um bar, pista de dança, mesas repletas de família aristocratas, socialite e pessoas famosas. E tudo mais onde o dinheiro mandava. Cada um deles tinha seguranças, bem armados e treinados, qualquer merda dita seria motivo de um possível ataque. – Pensa bem nos lindos filhos que aquela morena poderia te dar!

Porra, na hora Melinda veio a minha mente. Nunca fui de pensar assim, mas ao imaginar meus filhos com o jeito e a doçura de Melinda. Puta merda, eu não seria sortudo demais?

Sorrir com a idéia enquanto pensava nessa idéia impossível, totalmente impossível.

– Ta rindo de que? – Raphael me encarou com diversão. – Ah, essa cara, esta pensando na moça da loja, como é mesmo o nome dela, Melinda?

– Não, eu não estou! – encarei o vazio. – Aquela moça já tem alguém.

– Você perdeu pro capitão dos teus homens! – ele prendia o riso, me fazendo o encarar com raiva. – Não me olha assim, não pode me matar cara!

– Mas posso te bater se você continuar com essa merda! – avisei.

Um perfume caro e forte pairou ao meu lado. Meus olhos foram para o dono, ou seja, dona. Era a menina que estava me encarando, da família italiana. Sentir falta de alguém nos faz ver miragem, a garota ao meu lado tinha os traços de Melinda. Menos os olhos, os olhos eram castanhos escuros.  

– Boa noite. Posso me sentar? – a voz era esguiniçada, chegava doer os ouvidos.

 – Claro, pode sim, eu já estava de saída. Com licença. – Raphael piscou para mim e logo se levantou me deixando a sós com a moça.

– Boa noite. – falei. – A que devo sua presença senhorita?

– Não precisa ser tão formal! – ela estava bem ao meu lado, quase ao pé do meu ouvido. Se sua voz não fosse tão esguiniçada, diria até que tem o sotaque sexy, porem, não dava mesmo. – Meu nome é Alaya Berone!

– Hector Gollene. – encarei seus olhos, ela era parecida, mas fugia de toda essência que Melinda tinha.

– Não o vi com ninguém dês do momento em que chegou. – ela sorriu. – Está sozinho? Se é que me entende.

Se ela queria transar, então era isso que eu ia dar a ela. Mesmo imaginando Melinda, como tem sido ultimamente.

– Quer sair daqui? Conheço um lugar na parte de cima! – sorri forçado. 

Seu sorriso aumentou e seu rosto iluminou.

Chegando em casa, dessa vez sóbrio. Fui direto para o banheiro, estava cansado e fedendo a sexo. Alaya teve que sair às pressas assim que acabamos, e logo depois dela, Verônica fez questão de terminar o trabalho. Joguei-me na cama e apaguei.











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DA COR DE MARTEOnde histórias criam vida. Descubra agora