CAPÍTULO OITO

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- Estive ocupado! - falei com desdém. - O que foi?

Verônica revirou os olhos dando uma risada irônica.

- Eu não sou idiota baby! - ela lambeu meu queixo deixando um gemido escapar de seus lábios vermelhos. - Sei que faz tempos que não sai com outras além de mim. O que foi? Não esta gostando do meu trabalho?

A encarei.

- Você sabe que não é isso! - tentei me afastar, mas Verônica foi mais rápida, ela colou seu corpo no meu e logo me beijou. - Verônica! - tentei dizer.

- Hector, me desculpe eu... - Melinda entrou com tudo na sala, e porra, quem a deixou subir?

Ela nos encarava com decepção e repudia então se tocou onde estava. E quando ia dar meia voltar, Verônica rapidamente reparou a menina, o que não foi nada agradável.

- Deus, aqui não é a ala de serviços mocinha! - Verônica estava irritada. - Você dá muitas liberdades para os serviçais meu amor!

Melinda parou no mesmo estante, e voltou seu olhar para nós, agora um longe do outro.

- Senhor Hector, perdoe-me pela invasão. - ela encarava Verônica com desdém e raiva, e depois seus olhos vieram para mim, sem expressão. - Eu... Confundi-me, achei que era o banheiro.

- Ah querida, por favor, eu ouvir muito bem você chamar o nome do meu homem! - de braços cruzados, a loira se deslocou do lugar indo em direção a Melinda.

- Verônica, por favor... - me aproximei, mas Verônica, como sempre não parou.

- Presta atenção amorzinho, Hector nunca olharia para uma mulher como você! - ela empinou o nariz, assim Melinda baixou a cabeça. - Faça um esforço pelo menos, primeiro feche a boquinha, ai você pode tentar a sorte.

Ela riu maldosa.

- Verônica, pare já com isso. - pedi já no alcance das duas.

Melinda ergueu novamente a cabeça para nós, e a tristeza e raiva eram tão visíveis em seus olhos cor de Marte, que não parecia à menina de hoje de manhã.

- Obrigada pelo o conselho senhora! - disse, em voz baixa. - Perdão, novamente. Não queria incomodar!

E se retirou a passos firmes.

Verônica sentou-se sobre a mesa.

- Não precisava fazer aquilo com ela! - resmunguei. - Ela apenas se enganou.

- Ah, me poupe Hector. - riu. - Você comeu aquela pobre garota? Ela me parecia necessitada disso. Foi na casa dela que passou a noite?

- Não é da sua conta Verônica! - respondi já sem paciência. Sentei-me na cadeira novamente.

- Acho que a pobrezinha se apaixonou! - pegou sua bolsa na cadeira. - Bom, tenho certeza que ela não é o seu tipo, então não á porque me preocupar com isso.

Ignorei suas declarações discretas, enquanto a mesma selou meus lábios e se retirou da sala.

)(

Chegando em casa, fui direto ao banheiro, tomei um banho para esfriar a cabeça. Eu não tinha o numero de Melinda, então único jeito de falar com a mesma era indo até lá. Vesti-me informal, bermuda jeans, um tênis e uma camiseta, tomando o caminho da sua casa.

Estacionei em frente à loja reconhecendo o carro prateado do outro lado da rua. Era só o que me faltava.

Saindo do carro, me deparei com cena de Melinda trancando a porta com Luiz a sua espera. O mesmo, por incrível que pareça não esboçou nenhuma reação e nem surpresa.

- Boa noite senhor. - ele disse.

Se sentir ciúmes era querer matar o homem a minha frente, então não passo longe disso. Queria poder jogar Melinda em meus ombros colocá-la no carro e sair dali. Deixar esse idiota longe dela.

- O que faz aqui? - perguntei, tomando a atenção de Melinda que já tinha terminado de trancar a porta.

Não é exagero meu dizer que sinto inveja de Luiz por está com Melinda, com ela vestida desse jeito. Seu vestido vermelho vinho desenhava cada curva de seu corpo, coxas, bunda, seios. O cabelo preso em coque deixando alguns cachos rebeldes caído sobre seu ombro, e não havia maquiagem nenhuma que superasse seu rosto natural. Nunca vi uma mulher passar apenas um batom e ser o suficiente para dar um toque final na sua beleza, porém, hoje tive a prova viva de que Melinda tem esse poder. Sem esforço nenhum, essa mulher consegue me deixar louco. E pra terminar, esse perfume que invadia minhas narinas, por Deus, é perturbador, me faz querer tocá-la.

- Boa noite Hector! - ela disse surpresa. - Precisa de algo?

Agora, reparando melhor, os dois estavam bem arrumados. Luiz trajava calça jeans camufladas, tênis rasteiros como meu e uma preta. Provavelmente era um encontro.

- Vim apenas pedir desculpas pela...

- Sua namorada! - ela sorriu desconfortável, e Luiz sem entender encarou Melinda. - Tudo bem, eu entendo, a errada fui eu. Entrar daquele jeito... Enfim, perdão novamente. E quanto ao que eu fui fazer lá, Luiz lhe entregará depois. - ela encarou o homem ao seu lado e logo a mim. - Fique despreocupado Hector, tenha uma boa noite. Vamos Luiz?

- Claro. - Melinda passou por mim deixando seu perfume me dominar. Quando Luiz ia passar, segurei em seu ombro parando o mesmo.

- Traga ela em segurança! - pedi.

O mesmo me encarou e pela primeira vez, vi confusão e irritação em seu olhar. Ele logo tratou de sair do meu aperto e ir para o carro, onde Melinda estava parada, fitando-me. Olhos tristes e decepcionados, como hoje mais cedo.

Voltei para casa e tudo que eu poderia fazer era abrir um Martine e beber, já que amanhã era feriado de São Jorge. Então encher a cara estava nos afazeres da noite.

)(

Despertei com cheiro de rosas.

Por Deus, eu estou enlouquecendo. Ficando maluco de verdade. Esse perfume me persegue até nas horas que acordo. Eu não havia aberto meus olhos ainda, porém, sentia braços a minha volta e também cabelos, cabelos com cheiros de rosas, porra, malditas rosas. Cocei meus olhos, e os tratei de abrir.

Puta que pariu!

A cena a minha frente, ou era ruim demais, ou boa demais pra ser verdade. Ruim porque não me lembro de nada, boa porque era com quem eu mais queria está.

Melinda estava agarrada a mim, com o rosto sobre meu peito, uma perna entrelaçada na minha e os cabelos espalmados no travesseiro. A mesma vestia um tope preto acompanhado de um pequeno short folgado. Puta merda, essa mulher era tudo de bom! Ela dormia serena e calma sobre meu peito, o rosto estava um pouco perto do meu, e eu como sou um puto, aproveitei-me da situação para ao menos alisa - lá. Sentir sua pele quente e macia, cheirosa. Boca rosada e carnuda, como eu queria beijá-la agora. Faze - lá minha. Em um impulso, não resistindo aos meus extintos, automaticamente me aproximei do seu rosto e deixei um selinho rápido em seus lábios. Porra, eu fiquei duro instantaneamente. Eram macios. A textura era tudo que eu imaginei. Afastei-me, observando ela dormir. Eu trocaria qualquer coisa para ver isso todos os dias. Melinda era uma boneca em forma de gente, cílios grandes, cabelos escuros, tão escuros que não pareciam reais. O contorno dos seus lábios era fora do normal, se ajustavam perfeitamente com seus olhos, que eram um tanto puxados. Tudo nela é perfeito, e a minha musica preferida era sua voz, sua melodia, e até mesmo sua risada.

Melinda se remexeu na cama, rapidamente seus olhos abriram dando de cara comigo e no segundo seguinte gritou afastando-se de mim, tão assustada que caiu da cama.











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DA COR DE MARTEOnde histórias criam vida. Descubra agora