CAPÍTULO ONZE

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Eu almoçava tranquilamente na sala de jantar, quando Tânia se aproximou com o interfone em mãos.

– Senhor, há uma mulher no portão dizendo que precisa falar com Luiz, ela diz o conhecer, posso manda - lá entrar? – ela perguntou.

Meu coração foi na boca e voltou. Sem responder minha governanta, saí às presas até o portão. Melinda estava lá com uma caixa em mãos. Um pouco grande. Lembrei-me agora o dia em que Luiz me devolveu a arma, ele parecia com raiva, e hoje eu entendo o por que. Aproximei-me da linda mulher do outro lado da grade, com os cabelos preso em um coque, deixando alguns cachos cair em seus ombros. Trajando um lindo vestido rodado azul que ia até as suas coxas grossas. E pra completar, a mesma usava chinelos brancos. Era a combinação perfeita da simplicidade! Porra, essa mulher poderia ficar mais gostosa?

– Boa tarde senhorita Melinda. – prometi a mim mesmo evitar chama - lá de cigana. Isso me fazia ter os piores pensamentos impuros com ela. – A que devo sua visita? Afinal, como achou minha casa?

Seu rosto iluminou, e lá estava, o sorriso acompanhado de suas lindas bochechas cheias. Os olhos sorridentes contornado no âmbar de Marte.

– Boa tarde, Hector! – ela se aproximou da grade. – Vim trazer as coisas de Luiz.

Ele estava morando com ela?

– As coisas dele? – abri o portão.

– Sim, ele está? – indagou.

Luiz não dá as caras dês de ontem.

– Ah, ele ainda não chegou. – sua feição mudou, parecia culpa. – Quer esperar ele lá dentro?

– É, pode ser! – ela entrou. – E respondendo sua pergunta; não foi difícil achar seu endereço. Luiz acabou deixando escapar onde você morava.

– É mesmo? – caminhávamos lado a lado pela estrada de pedras. – É mestre em achar casas então?

– Oh! – ela gargalhou, fazendo-me fechar os olhos por breves segundos, apreciando seu som. Eu realmente tive saudades dessa mulher. – Era segredo?

– Claro que não! – e põe segredos nisso! – Venha, sinta-se em casa.

Ela entrou, e logo umas das empregadas veio em sua direção, Jenny pegou a caixa que estava em sua mão e no mesmo instante os olhos de Melinda brilharam.

– Jenny? – ela indagou surpresa.

– Linda? – Jenny me encarou. – Mais tarde passo lá.

Jenny conhecia Melinda? Jenny acenou para Melinda que ainda estava surpresa e voltou a me olhar.

– Não sabia que uma das minhas vizinhas trabalhava aqui! – disse, estranhando. – Isso é bom?

– Você acha que é? – perguntei, andando a sua frente.

Ela me seguiu.

– Hm, se for, então quer dizer que é um bom sinal. Tive pouco contato com mamãe, mas ela sempre dizia que quando as pessoas boas estavam sempre por perto, significava que coisas boas viriam. – já estávamos na sala de estar. Convidei-a sentar em um dos sofás. – Eu acredito nisso.

– Acabei de descobrir que também acredito. – fitei seus olhos. Melinda me tirava o ar, o jeito, tudo. Porra, ela era a droga da perdição. – Então, como está o namoro?

 – Luiz não deve ter te contado né?! – ela sorria sem graça fitando o nada, pensativa. – Não estamos mais juntos.

Sem disfarçar, acabei sorrindo com a revelação. Não que isso seja de bom grado, mas é algo a ser pensando, como um caminho livre para eu ter acesso a sua loja sem me preocupar em quebrar a cara do meu próprio capitão toda vez que eu estivesse lá.  

DA COR DE MARTEOnde histórias criam vida. Descubra agora