Grite

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O príncipe Matheus acabou adormecendo na cama de Amber com o livro no colo e Vito ao seu lado. Alex conversava com Izzie na sacada da janela e percebeu o silêncio do lugar.

- Acho que ele caiu no sono - disse a princesa dando uma olhada para dentro do quarto.

- Até Vito está cochilando - apontou a curandeira.

Alex riu e olhou para seu reino na imensidão da noite. As casas já estavam todas no escuro. Ela devia se deitar também.

- Vou levá-lo para o quarto e depois irei para o meu tentar descansar.

- Faça isso, querida. Tomarei conta de Amber - disse Izzie sorrindo com a mão no ombro da princesa.

- Obrigada por tudo, Iz.

Alex se aproximou da cama deixando um beijo na testa de Amber e lhe dando uma olhada demorada. Queria ficar com ela. Depois tirou o livro do colo do irmão e o pegou nos braços. Vito resmungou algo e se aninhou esfregando seu corpo no braço de Amber. A princesa sorriu sem perceber. Izzie abriu a porta do quarto para ela e a princesa saiu carregando o pequeno irmão pelo corredor de pedras.

Alex não conseguiu dormir bem. De novo.

Os dias até o julgamento do antigo general se arrastaram. Foram cansativos e torturantes e intermináveis para Alex que fingia está sendo forte para não preocupar a família, mas que no fundo sentia-se um caco. Sentia-se ainda pior quando Matheus lia para Amber todas as noites.

O garoto conseguiu ficar muito próximo de Vito como sempre quis e o animal o acompanhava para cima e para baixo quando não estava de olho em Amber. Alex tentava se distrair com as mais variadas coisas. Conversas, passeios pelos jardins e pela cidade, brincadeiras com os irmãos, até cavalgar ela tentou, mas nada lhe dava alegria de verdade, pois tudo a fazia lembrar-se de Amber. A sustentação era acreditar no que Izzie lhe dizia. Que ela estava melhorando. Era no que Alex estava se segurando para não desabar de vez. Um dia ela seria rainha e não poderia demonstrar tal fraqueza.

Naquela manhã encontrou Matheus caminhando orgulhoso e feliz com Vito no braço. A coruja voou até ela assim que a viu e pousou em seu ombro esfregando o topo da cabeça em seu rosto. A princesa quis chorar, mas se controlou e fez carinho no bicho enquanto sorria.

Odiava sentir-se daquela maneira.

Encontrou-se também com a prima que se dirigia a sala do trono acompanhar Dante no julgamento do pai.

- Soube que temos um contador de histórias no castelo - disse Caroline em seu elegante vestido rodado.

- Pois é.

- Não está feliz, prima?

- Apesar de ser fofo, isso está me matando, Carol. É tão... Triste - Alex admitiu.

- Sinto muito.

- Tudo bem, mas e você?

Caroline sorriu brincando com o colar com pingente de coração em seu pescoço.

- Vou encontrar o Dante na sala do trono.

- Bom, então não perca tempo comigo. Vá encontrá-lo.

- Queria fazer alguma coisa por você, prima. Sei o quanto está triste - disse Carol segurando o queixo de Alex com delicadeza.

- Não se preocupe comigo.

Caroline a abraçou com forte e a beijou a testa como Amber fazia.

Infernos!

- Te vejo depois?

- Claro.

A menina ruiva piscou para ela e foi embora deixando Alex de volta com seus pensamentos.

A Luz e a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora