Pais e filhos

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Marcus caminhou pelos corredores do seu castelo em silêncio perdido em pensamentos e alheio as reverências dos seus guardas e sorrisos dos serviçais. Brenna sentiu seu pesar, mesmo ele não comentando nada sobre a discussão com a irmã.

- Não fique chateado com o que Sarah falou – disse a rainha suavemente caminhando ao seu lado.

- Ela me culpa pelas atitudes de Caroline – disse o rei soando magoado.

- Ela está confusa. Talvez seja a doença – apontou a rainha.

- Isso não lhe dá o direito de ser maldosa, nem de falar daquela maneira comigo – respondeu Marcus olhando para sua esposa.

A rainha assentiu em acordo.

- Ou pior. Entregar a mão de Caroline sem ela saber. Não me surpreendo que a menina tenha fugido. Ela não ficou nada feliz. Está na cara que não quer se casar.

- Você tem razão. O que Sarah fez foi precipitado e nós... – Brenna se interrompeu avaliando se continuava a falar.

- Nós o que?

A rainha parou de caminhar forçando o rei a fazer o mesmo. Marcus a observava curioso, então ela disse.

- E nós iríamos fazer o mesmo com Alex, lembra-se? – indagou a mulher com semblante sereno – Quando ela voltou do Reino Sombrio já tínhamos decidido encontrar um pretendente. A diferença é que comunicamos para ela antes. Céus! Imagine só, forçá-la a casar-se com alguém que não amava quando já estava apaixonada pela Amber. Nossa filha nos odiaria mesmo querendo apenas o que fosse melhor para ela.

O rei ficou em silêncio, mas seu olhar dizia que ele entendia onde a esposa queria chegar. Quando não falou nada a rainha continuou.

- Não estou dizendo que concordo com o que sua irmã e George fizeram. Nem sempre os pais sabem o que é melhor para os filhos. Quero apenas que não haja brigas em nosso lar. Sarah está doente, releve as bobagens que ela disse.

O suspiro que o homem soltou foi ruidoso.

- Irei relevar por que minha rainha está me pedindo, mas se houver uma próxima vez... Não vou tolerar as ofensas de ninguém, nem mesmo da minha própria irmã.

Brenna sorriu contente.

- Ela me deve respeito e não é por que sou rei. Não podemos manter relações sem isso.

- As vontades de Caroline também precisam ser respeitadas – disse a rainha vendo o marido concorda.

- Se minha sobrinha não quer se casar com o Dante... Não vou ajudá-la a estragar sua vida.

A rainha riu daquele comentário.

- Também não irei, mas espero que eles conversem e se acertem. Pais e filhos não deviam ficar brigados.

- Por falar em filhos – começou Marcus entrelaçando os dedos aos da rainha e voltando a caminhar – Acho que está na hora de apresentarmos Diana ao povo.

- Estava pensando em falar isso no café da manhã, mas não deu.

- Tem algo majestoso em mente? – brincou o homem.

- Diferente de mim, Alex e Amber são muito simples. Você sabe, não gostam de tanta formalidade, então pensei em uma pequena comemoração na praça central.

- Na praça? Podemos fazer dentro dos muros do castelo – sugeriu Marcus vendo os guardas trocarem de turno em frente à porta da sala do trono.

- Acha mais seguro?

- Embora não haja ameaças à espreita e muito menos uma imprudente o suficiente para atacar um lugar com quatro Mediun... Prefiro que seja aqui dentro.

A Luz e a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora