Amber sentiu a presença do pai antes mesmo de ver o céu ser tomado pela escuridão. Precisava deixar Alex em segurança, correu com ela até o castelo e pelo caminho pediu que as pessoas entrassem também. Assustadas, as pessoas as seguiram e se amontoaram no salão olhando umas para as outras em confusão.
Rei Marcus desceu as escadas correndo vendo mais pessoas entrando e não entendeu o que faziam lá.
Amber explicou o motivo. Seu pai estava chegando. Ela também garantiu que defenderia o reino e para proteger as pessoas, pediu que todas que pudessem fossem levadas ao castelo e o envolveu com uma barreira mágica os isolando. Eles não podiam sair e ninguém do reino dos Mediun podia entrar.
Alex estava segura.
Amber tentou não olhar para trás, controlou a vontade de abraçá-la quando deixou a princesa e saiu do castelo. Aquilo também doeu. Ouvi-la gritar seu nome só ajudou no aperto que sentia no peito. Mas não era hora de se distrair com sentimentos, era hora de enfrentar seu pai de uma vez por todas e acabar com a guerra idiota. Resolveria as coisas com Alex quando aquilo terminasse, pediria desculpas por agir como uma boba enciumada e gritaria ao mundo que a amava.
Assumiu sua antiga postura soberba e séria ao caminhar a passos lentos até Tadeu que tinha um sorriso atrevido nos lábios, ela jurou arrancá-lo junto com seus dentes e a coroa estúpida. Atrás dele despontava o exército sombrio. Um mar de cavaleiros de armaduras negras. Vê-los a fez lembrar-se dos irmãos e da Tríplice. Sentia falta deles.
Amber parou a poucos centímetros do rei e o encarou de queixo erguido. Não baixaria a cabeça para ninguém, muito menos para ele.
O exército do Marcus sob o comando de um novo general se organizou nas linhas defensivas atrás de Amber e aguardou em clima de tensão a conversa entre pai e filha.
- De todos os desgostos que você me fez passar, se juntar ao povo de luz foi o pior deles - Tadeu começou descansando a mão no cabo da sua espada.
- Me juntar ao povo de luz foi a melhor coisa que fiz na vida - Amber retrucou sem pestanejar.
Tadeu riu em deboche e trocou o pé de apoio.
- Lhe darei uma última chance para se render, Amber. Para lutar do lado certo.
- É você que está do lado errado, pai.
- Veremos - disse o rei dando um comando aos seus homens.
O exército sombrio se armou em posição de ataque. O barulho das armaduras se movendo costumava ser um dos sons preferidos de Amber. Mas agora lhe causava náuseas. Era o som que antecipava a batalha. Uma que ela não queria que Alex presenciasse.
Bom, não havia outro jeito. Amber tinha que enfrentar. Afinal foi ela quem mandou o corpo de Taz com um desafio explícito para o pai:
Te vejo no inferno.
Deixando a magia das sombras se apoderar e cobrir seu corpo com sua armadura, Amber sentiu quando seus olhos mudaram de cor e estalando o pescoço se preparou para o ataque.
Tadeu estava confiante de que sairia vitorioso daquele ataque. Podia ouvir alguns soldados do exército inimigo tremendo dentro de suas armaduras. Torcia para que urinassem de medo. Achou aquilo patético.
Percebeu que a filha tinha protegido o castelo usando sua magia e quis rir da sua bondade, mas se controlou. Deu um sinal silencioso a seus homens que se posicionaram com suas espadas, lanças, machados e bestas para iniciar a fase final do seu plano. Destruir os líderes do Arco de Lux.
O céu já estava completamente tomado pelas sombras. As armaduras do povo de luz eram pontos prateados na penumbra.
Alvos fáceis.
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A Luz e a Escuridão
Roman pour AdolescentsAs forças das trevas e da luz sempre foram inimigas e tentaram se destruir ao longo dos tempos, mas o que acontece quando elas se tornam muito mais do que melhores amigas? O Povo de Luz luta há séculos para proteger e manter o mundo livre dos Sombr...