A estranha quase perfeita

Fica Callie, será um prazer!

Callie

-O que você quer? - perguntei irritada.

- Eu sei que eu pisei na bola Callie, mas eu quero mais uma chance com você, eu sei que você ainda sente alguma coisa por mim... - Érica coloca uma mão no meu braço e começa um carinho.

- Você se esqueceu de tudo que você fez, não é? Esqueceu que partiu meu coração, enquanto eu fazia tudo para você, você colocou outra na sua cama.

Flashback ON

    Era uma sexta feira, por volta das 21h da noite. Eu tinha tido um dia muito cansativo na clínica, lembro que tinha feito duas cirurgias, atendido diversos animais e dado baixa em vários documentos burocráticos. Naquele dia eu tinha ligado para a Erica e perguntado se ela queria ir a um restaurante italiano que eu amava, mas a mesma falou que trabalharia até mais tarde e estaria muito cansada para sair, mas que no dia seguinte poderíamos fazer algo. Tudo que eu queria era ir para casa e descansar, mas decidi fazer uma surpresa para ela. Passei nesse restaurante e comprei tudo que eu sabia que ela amava, um vinho caríssimo e massa, comprei até uma sobremesa. 

    Como eu tinha a chave do apartamento dela, pensei em ir para lá antes dela chegar e preparar um jantar a luz de velas. Ao chegar no estacionamento, me surpreendo ao ver que o seu carro está na sua vaga, mas tento não me apegar tanto a esse detalhe, pois ela pode ter ido trabalhar de táxi. 

   Quando chego em frente de seu apartamento vejo que a porta está destrancada e começo a pensar em "n" possibilidades, mas em nenhuma delas eu imaginei que iria ver aquela cena. Ao entrar, vou direto para o seu quarto e sou surpreendida com uma mulher em seus braços e o pior com a mulher que mais me odeia, Eliza Minnick.

    Eu não consigo definir o que senti no momento, mas a minha única vontade era gritar. E eu gritei. 

- Que porra está acontecendo aqui ? - Eu falo colocando as coisas no chão e indo em direção a elas. 

-Calma, Callie, não é nada do que você está pensando. - Erica fala tentando me acalmar. 

-Não ? Então me explica o que essa vagabunda está fazendo pelada na sua cama ? Vai me falar que vocês estão só conversando ? 

-Amor, não torna as coisas mais difíceis...

-Amor? Como você tem coragem de me dirigir a palavra ?- Eu estava furiosa, não conseguia raciocinar direito, estava com medo das minhas ações dali em diante. - Como você tem a cara de pau de falar que eu estou deixando as coisas difíceis ? 

-Foi um mal entendido, eu estava carente... você tem que me entender, eu te amo e não posso te perder. 

-Cala essa sua boca antes que eu perca o controle, há quanto tempo isso acontece? - Ela apenas me olha e fica muda – Pelo visto faz tempo, né?! E você, Eliza? Não tem vergonha de ficar com uma mulher comprometida? Ou vai me falar que não sabia ? Vocês se merecem! 

-Calliope, vamos conversar a sós...

-Eu não tenho nada para falar com você ! Não tem explicação, por favor, nunca mais me procure e nem cite o meu nome, não quero te ver nunca mais. - Eu falo enquanto saio do quarto, ela tenta vir atrás de mim, mas eu sou mais rápida e saio do apartamento deixando tudo o que comprei para trás. 

    Eu estava arrasada, nunca imaginei que um dia ela faria isso comigo, eu sei que tenho uma rotina muito exaustiva e quase sempre os meus horários são descontrolados, mas eu sempre dei tanta atenção para ela e fiz o possível e o impossível para vê-la bem, sempre passava no hospital e tentava deixar um agrado ou tinha pequenos gestos que demonstravam o meu amor. Tudo isso para que ? Para ela colocar um chifre na minha cabeça com a primeira vagabunda que apareceu.