Jeongyeon pov's
ㅡ Amor, você tem que ir pra sua casa ㅡ Nay disse.ㅡ Você não pode ficar aqui o tempo todo, você tem que comer, descansar...
Eu sorri. Fiz carinho em seu rosto com o polegar e depositei um selinho em seus lábios.
ㅡ Eu não me sinto cansada, bebê.
Ela suspirou.
ㅡ Poxa, você tem que tirar um tempo pra ti, dormira em uma cama decente. Essa aqui, além de ser pequena e a gente ficar espremidas nela, tá longe de ser a melhor.
Eu suspirei.
ㅡ Tudo bem, eu vou ㅡ cedi.ㅡ Mais tarde eu volto, ok?
Ela balançou a cabeça.
ㅡ Descansa hoje, tira esse dia enteiro para você.
Fiz um bico e assenti. Beijei seus lábios e peguei minhas coisas, saíndo de seu quarto.
Do lado de fora do hospital, pedi um Uber até minha casa.
Motorista conversava comigo como se me conhecesse desde sempre, seguia seu GPS que, ou invés de uma mulher falando, o relâmpago Marquinhos falava o caminho. Ele disse "kathau!" assim que chegamos no destino.
Dei 5 estrelas só pelo relâmpago Marquinhos no GPS.
Entrei em casa e fui para a coxinha beber um pouco d'água. Minha mãe mechia nas panelas do armário.
ㅡ Como está a Nayeon? ㅡ Perguntou.
ㅡ Acho que bem, pelo menos na medida do possível no momento.
ㅡ Eu entendo...
Ela virou para mim e sorriu fraco.
ㅡ Pode lavar os pratos pra mim? Tenho que preparar a comida.
Eu comecei a lavar os pratos enquanto minha mãe fazia o almoço.
Um silêncio eterno se estabelecia entre a gente. Como se um muro de tijolos existisse entre nós.
ㅡ Eu..ㅡ ela começou.ㅡ Pretendo vender algumas coisas dela.
Eu parei por alguns segundos e respirei fundo.
ㅡ Eu sei.. Isso vai ter que acontecer uma hora ou outra.
Tudo ficou em silêncio por um tempo.
ㅡ Se quiser ficar com alguma coisa, vou entender.
Balencei minha cabeça. Peguei um pano para enxugar minhas mãos, olhei para ela e sorri.
ㅡ Tá tudo bem, o que eu queria mesmo era ela aqui... Mas já que não tem como, eu já fiz minhas lembranças da minha irmãzinha.
Me aproximei dela e mostrei minhas tatuagens.
—— Essa foi quando ela fez um desenho pra mim ㅡ falei ㅡ, e essa aqui foi um recado que ela deixou no meu caderno ㅡ falei mostrando a frase e o desenho no meu pulso.ㅡ Essa última foi a primeira vez que ela escreveu meu nome certinho ㅡ sorri boba.ㅡ Primeira e última...
Assim que terminei de mostrar as tatuagens, lembrei que minha mãe odiava tatuagens. Suspirei e me preparei para o sermão.
ㅡ Essa.... Era a letra dela? ㅡ disse baixo.
Eu assenti com uma cara confusa. Eu esperava tudo, menos aquela reação.
Ela chorou.
Fiquei lá parada por alguns segundos. Mas á abracei assim que voltei a realidade.
Ela chorava de verdade. Eu podia jurar que ia se desmanchar em lágrimas daquele jeito.
Alguns segundos depois, nos separamos num pulo por conta da porta abrindo com brutalidade, fazendo um barulho enorme.
Era meu pai, bêbado de novo. Quase não conseguia andar, tropeçava nos próprios pés o tempo todo.
Não sei como conseguia ficar de pé.
ㅡ Pai! ㅡ O segurei, impedindo que caísse de cara no chão.ㅡ Por Deus, homem, você vai acabar morrendo de cirrose daqui alguns dias.
Ele riu.
ㅡ Não faz diferença, minha filha morreu... Não tem mais nada o que eu fazer.
Mordi meus lábios.
ㅡ Beber não vai trazer Tzu de volta...ㅡ murmurei.ㅡ A única opção é seguir em frente.
Ele ficou quieto e baixou a cabeça.
[...]
Fazia uma semana que Nay não me deixava visitá-la. Queria que eu descansasse por um tempo.
Acabei aceitando isso, ela precisavam de um tempo sozinha, talvez
Mais uma vez, meu pai entrou bêbado em casa. Revirei meus olhos e desliguei a televisão da sala, indo até ele.
Meu telefone começou a tocar assim que tinha me preparando para dar o maior sermão no homem na minha frente.
Meu coração gelou só em ver que era do hospital. Atendi com muita relutância.
ㅡ Alô..
ㅡ Precisamos que venha aqui o mais rápido possível.
Depois dessa fala, meu coração veio parar na garganta e parou de bater. Tentei me acalmar e manter minha voz normal.
ㅡ Aconteceu alguma coisa?
ㅡ Nayeon cometeu suicídio.
Corri para o hospital, sem nem ouvir o que a mulher tinha para falar.
Meu coração á mil por hora, vá estava quase tendo um ataque.
Parei na porta do hospital e sai do carro num pulo. Quase caía de tanto que corria para chegar no quarto dela.
ㅡ Ela o que?!
Uma médica me esplicava o que tinha acontecido com Nay. O que ela fez e as consequências daquilo.
ㅡ Ela bebeu alvejante. Quando a moça da limpeza se destruiu um pouco, ela pegou o pote e bebeu. Teve sangramentos internos por conta disso e ficou por um fio de morrer.
Eu segurava para não chorar. Eu realmente não imaginava que ela faria isso.
ㅡ Ela... Tá bem agora não é?
A mulher coçou a nuca.
ㅡ Mais ou menos. Ela fez uma cirurgia agora, duas na verdade. Uma no estômago por conta que o desinfetante causou uma corrosão no trato gastrointestinal e a do joelho.
Fiquei quietas por um um tempo.
ㅡ Posso vê-la?
Ela assentiu, me dando espaço para eu entrar.
Passei pela porta e já pude ver Nayeon deitada na cama. Olhou para mim e desviou assim que percebeu.
Eu comecei a chorar andei mais rápido até ela e abracei-a.
ㅡ P-por que... Por que você fez isso?!
Ela não disse nada, só me abraçou de volta.
ㅡ V-você tem idéia do quanto fiquei preocupada com você?! Eu achei que tinha ido embora e me deixado sozinha de vez!
Me soltei do abraço e olhei em seus olhos.
ㅡ N-não faz mais isso, Nayeon... P-por favor, você é tão preciosas pra mim.
Ela continuou calada.
ㅡ Por que fez isso, Nay....?
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I don't want your help
FanfictionDesde quando Nayeon colocou os olhos em Jeongyeon, à ajuda com seus problemas ⚠ Essa fic aborda temas sensíveis como: estupro e TEPT (trastorno de estresse pós traumático), idéias suicidas. Se for sensível emocionalmente, melhor ler algo mais calmo⚠