I don't want your help

O dia que finalmente Nayon conseguiu uma resposta

Autora pov's

Nayeon jogou água no rosto e esfregou seus olhos. Frustrada pela tentativa falha de suicídio, resolveu tomar um banho quente.

Ligou o chuveiro e deixou a água fervendo cair sobre seu corpo. Estava tão irritada que mesmo se saísse com queimaduras dali, não se importaria.

A criança em seu útero teve a sorte ferrada de não morrer por conta do desisfetante, para a total infelicidade de Im.

A coreana era tão azarada que o que tomou não só serviu para ter mais uma cicatriz, mas ainda sim não á matou nem á fez abortar.

Faltando 6 meses para o nascimento do bebê, já havia passado a hora de fazer o aborto e teria que ter essa criança se não tivesse a sorte de ter um espontâneo.

Estava fazendo tudo que podia para se livrar do parasita em seu ventre. Desde tomar todo tipo de remédio que o obstetra proibiu até ficar muito tempo sem comer.

Claro que aquilo fazia mal ao bebê, mas sim para ela também. E ficar sem comer não era nem a pior coisa que fazia.

Enxugou-se com uma toalha e vestiu suas roupas. Saiu dali e se jogou na cama, afundando sua cabeça no travesseiro.

Seu corpo fervia, e nem era por conta da água, mas sim da raiva que sentia.

Se a cirurgia tivesse demorado mais alguns minutos, teria morrido. Era aquilo que queria.

Praguejava por estar num hospital com médicos e enfermeiros tão competentes. Com certeza se quisesse estar ali, estaria em um caindo aos pedaços e sem estrutura nenhuma.

Muitas enfermeiras diziam que se não mudasse de idéia até Junho, conheciam amigas, primas, avós ou até tias que queriam cuidar da criança.

Mas Im não queria ter o bebê, nem o doar para alguém. Só queria se livrar dele.

Batidas na porta fizeram-a bufar, estava num momento horrível para se ter uma visita. Não se moveu ou virou a cabeça para ver quem era nem quando a porta quarto foi se abrindo devagar.

ㅡ Margarida..

Im gelou totalmente. Fazia anos que não era chamada daquele jeito. Seu coração bateu mais forte ao reconhecer aquela voz.

Não se mecheu, não queria virar e encarar a dona da voz. Mas ao mesmo tempo desejou que estivesse ficando louca e que ninguém esteja em seu quarto.

Sentou na cama e olhou para a mulher parada na porta assim que teve coragem. Era exatamente quem pensava que era.

Sua mãe, Minnie, estava completamente diferente de quem era 10 anos atrás. Não parecia nada com a alcolotra que vivia com olheiras e os dentes amarelados de tanto fumar.

Sentiu uma pontada de raiva em seu coração. Afinal, Im não estaria ali agora se sua mãe não tivesse simplismente deixado a filha com aquele homem.

A mais velha andou até a garota com os olhos transbordando lágrimas. Assim que chegou perto o bastante de Nayeon, á abraçou forte.

Naquele momento, a coreana não teve outra reação sem ser retribuir o aperto. Sentiu a tristeza tomar todo o lugar da raiva.

O sentimento de estar vendo a mãe depois de 10 anos era completamente diferente do que pensou que poderia ser. Era muito mais melancólico.

Deixou que suas lágrimas molhassem o ombro da tailandesa.

ㅡ Como você cresceu, minha filha ㅡ murmurou a mais velha, enquanto acariciava o rosto da menor.

Nayeon não pode conter um sorrisinho fraco no canto dos lábios.

ㅡ Por que...ㅡ Disse Im ㅡ fez aquilo, mãe? Por que me vendeu pra ser a escrava dele?!

A mais velha respirou fundo e mordeu os lábios.

ㅡ Acredite em mim... Eu não sabia que era pra isso que ele te queria e nem te vendi.

Nayeon balançou a cabeça e enxugou as lágrimas.

ㅡ Então por que me deixou lá...?

Minnie respirou fundo e segurou a mão da coreana.

ㅡ Ele era um agiota pra quem eu estava devendo muito dinheiro..ㅡ Disse com a cabeça baixa.ㅡ Seungri começou a me ameaçar de todas as maneiras para que eu  o pagasse... Só que ele não ameaçava me matar.

A mais velha mordeu os lábios.

ㅡ Ele ameaçava tirar você de mim.. Dizia que tiraria a vida da minha menininha.

O coração de Im se apertava a cada palavra que sua mãe soltava. Achava que ficaria feliz quando finalmente soubesse o porque de ter sido abandonada do nada, mas agora nem queria mais ouvir.

ㅡ Eu implorei, meu amor, eu disse que faria qualquer coisa pra ele não fazer aquilo com você ㅡ a mulher soluçava enquanto contava a história ㅡ, a-ai ele me mandou que eu te entregasse pra ele... E-ele me prometeu que cuidaria bem de você, que te daria uma educação boa, que ia proporcionar á você tudo do bom e do melhor.... Mas só agora que fui descobrir que era mentira..

Im passou seu braço sobre os olhos, tentando limpar seus olhos com lágrimas e abraçou a mulher mais uma vez.

Passou sua vida inteira odiando a tailandesa. Culpando-a por tudo de ruim que tinha acontecido em sua vida. E só agora foi saber, que ela só queria proteger a filha.

ㅡ Eu tentei tanto te ver... Conseguir você de volta pra mim, bebê ㅡ Yontararak acariciava os cabelos da menor.ㅡ Até num juíz eu fui só que...

ㅡ Só que o que, mãe?

ㅡ Ele tinha muito mais dinheiro que eu, o suficiente para subornar uma pessoa.

Im ficou quieta.

ㅡ Não sei se vai me perdoar por todos esses anos que você sofreu... Mas eu queria muito te levar de volta para casa ㅡ disse tocando no rosto da menor.ㅡ Não é naquela mesma casa de antes... Eu não conseguia ficar lá sem você, tive que me mudar. Fiz um tratamento por um tempo por conta do vício mas... Acho que você vai gostar dessa casa mesmo assim.

Nicha olhou por um momento para o lado e acabou sorrindo vendo o ursinho na cama da filha.

ㅡ Você ainda guardar ele...

ㅡ É... Nicolau ainda é muito importante pra mim.

A tailandesa sorriu sincera e assentiu.

ㅡ Fico feliz de ouvir isso... Eu juntei um dinheiro muito suado pra conseguir comprar todas aquelas coisas que te dei naquele dia ㅡ disse.ㅡ Eu queria que as últimas lembranças que tivesse de mim fossem boas.

ㅡ❤️❤️❤️ㅡ

Sim, isso mesmo, a fic tá acabando.