Castigo

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05/01/2012 4:00Am

Autora pov's

Nayeon estava cansada de tanto esperar, estava para desistir e ir logo dormir. Seu plano de fugir para encontrar sua mãe era perfeito em sua cabeça.

Durante uma semana, ficava acordada até bem depois do horário que ele ia no seu quarto para saber quando ele costumava ir dormir. Sabia a rotina do homem de cabo á rabo, desde as horas que ele vinha no seu quarto até quando ia trabalhar. Havia desenhado um mapa da casa durante uma aula de filosofia na escola. 

Seu coração estava a mil por hora, a esperança do plano da certo e finalmente ver sua mãe era enorme.

Acreditava que era impossível ainda estar de castigo, talvez sua mãe tinha esquecido de onde ela estava. Queria pular nos braços dela e reencontrar a mulher que havia mudado e agora não usava drogas nem bebia.

Tinha pensado em tudo, a única coisa que não conseguiu achar solução era como ia chegar até sua casa. Seu plano era perguntar á todos na rua se conheciam sua mãe até alguém levá-la para sua casa.

— Vem aqui, Nicolau.

Puxou seu ursinho e o abraçou, olhando para a porta para ter certeza que estava tudo seguro antes de entrar debaixo da cama.

Acendeu uma lanterna e mostrou para o urso, explicando seu plano infalível como se fosse uma missão em que sua vida estava em jogo, e de certa forma estava mesmo.

— Ele vai dormir sempre ás 3 e meia, mais ou menos — disse apontando para uma folha de um caderno, onde anotou tudo que precisava saber antes da fuga —, ai a gente vai ter que descer as escadas mas toma cuidado, tem um monte de madeiras soltas que fazem um barulhão quando pisa.

Puxou um papel dobrado entre as folhas do caderno e abriu.

— Esse é um mapa da casa. Aqui tá a gente, ai nós temos que sair pelo quintal, já que ele tranca a porta. Mas também se a de trás tiver fechada, é só a gente pular a janela da sala, ela é fácil de destrancar. 

Se arrastou para sair de baixo da cama e abriu o armário tirando umas roupas aleatórias e jogando no chão, depois colocou-as espremidas na sua mochila.

— Eu já tô indo, mamãe..— sussurrou para si mesma.— Logo, logo chego em casa.

Abrindo a porta do quarto com cuidado, para ver se ainda tinha alguém lá. Com sua lanterna na mão, desceu as escadas na ponta dos pés e caminhou com todo seu cuidado. A porta da frente estava trancada, como o esperado, deu a volta na cozinha e saiu pela de trás. Quando chegou na parte da cerca que dava para a  rua, subiu na lata de lixo para conseguir pular.

— Ai! — gritou ao cair em falso e machucar o pé.

Choramingou baixo, mas logo limpou suas lágrimas. Mesmo com o pé doendo —  e provavelmente torcido — não podia parar por ali.

Saiu correndo sem nem olhar para trás, quando dobrou a esquina deu um pulinho de alegria. 

Depois de quase 2 anos, tinha conseguido sair dali!

Enquanto andava pelas ruas, uma coisa veio em sua mente.

Nicolau. 

tinha o esquecido debaixo da cama. Não pensou duas vezes em voltar correndo. Era só pegar ele e sair bem rapidinho e tudo estaria resolvido e em poucas horas já ia estar com sua mãe novamente. 

Fazendo todo o percurso de novo, voltou para a casa. Não tinha nenhum sinal dele pela sala nem cozinha. Estava tudo sob controle.

Abriu a porta do quarto e gelou ali mesmo ao vê-lo sentado na ponta da cama.

— Sabia que ia voltar para pegar ele — disse o homem, se referindo ao urso de Im.

Ele levantou, andou até a criança e sorriu.

— Acha que sou burro, Im? Achou que eu não te veria pelas câmeras?

Segurando cada braço da pelúcia, puxou forte fazendo-a rasgar. Ergueu Nayeon por um dos braços e deu um tapa estalado no rosto da menina. Á jogou no chão com força, sua cabeça bateu no canto do armário e começou a sangrar.

Ele se ajoelhou na frente da menina e acertou vários socos em sua barriga, fazendo Im ficar sem ar. Puxou seus longos cabelos pela casa inteira até o quintal.

— Vou te dar uma boa lição agora, Im.

Sentindo vários chutes um suas costelas, a menina chorou. Nem pedia para que parasse, sabia que seria em vão.

O homem pegou um alicate numa caixa de ferramentas e forçou Nayeon abrir a boca, puxando sua língua com a ferramenta por todo o quintal. 

Quando o viu se afastar, achou que já havia se cansado e que tudo aquilo tinha acabado. Mas não, depois de poucos minutos ele voltou com uma bacia cheia d'água e colocou a frente da menor.

Afundou sua cabeça na água, forçando seu pescoço para baixo. Im tentou subir de volta, mas já estava quase sem forças até para respirar. Pensou que morreria ali.

Quando o homem percebeu que Nayeon estava quase morta, tirou sua cabeça de lá por alguns segundos e colocou de volta. Repetindo isso várias e várias vezes. Aquela sensação de quase morte 17 vezes seguidas, era algo que ela nunca iria esquecer sem nenhuma dúvida.

Já sem qualquer força em nenhum músculo de seu corpo, a criança apenas conseguiu respirar quando aquele ato antiterrorista acabou. Nem chorar conseguia mais. Conseguia sentir a dor da água em seus pulmões.

Sentiu um arame enfarpado ser amarado nas nos seus pulsos e apertados com tanta força que podia jurar que as farpas entraram na sua pele. Foi puxada pelos pulsos que sangravam até seu quarto, foi amarrada em um dos pés da pelo mesmo arame em seus pulsos e chorou novamente.

— P-por favor, para! — disse por um fio de voz.— Eu não faço mais isso, só para.

Ele sorriu para ela e balançou a cabeça. Limpou as lágrimas que caiam dos olhos de Im.

O homem pegou um impulso com a perna e pisou forte no joelho esquerdo da menina, recebendo um grito alto e agudo e troca.

I don't want your helpOnde histórias criam vida. Descubra agora