"-Nunca-Mais-Me-Voltes-A-Chamar-De-Idiota!"

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-Tens de lhe contar. - eu sabia a quem ela se referia.

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-NATAAAAAAL!!!! - foi o que gritei assim que acordei. - Vamos, Paty, Acorda!!!! - eu estava a abaná-la com tanta força que receei que ela se fosse separar pela metade do corpo.

-Já vai, ainda são 10 horas... - ela disse com voz sonolenta.

-Ainda?! são 10 horas! Vá, levanta-te que eu quero ir abrir os presentes.

-Tá.

Levantámo-nos e descemos as escadas a correr e desta vez acabei mesmo por cair mas nem senti a dor. Acho que é verdade quando dizem que sou desastrada.

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O Natal passou da melhor maneira possível, mas quando a Paty me disse que queria falar comigo, percebi o que ela queria. Já era a 3a vez esta semana.

-Helena, tens de lhe contar! Já passou uma semana desde que cá estou! O vosso aniversário é daqui a 3 meses e ele tem de estar preparado para o que vai descobrir!

Era estranho ouvir alguém dizer que o meu aniversário agora também era de outra pessoa, mas acho que vou ter que me habituar.

-Eu já disse que vou falar com ele! Só não sei bem quando...

-Olha, Helena, eu daqui a 4 meses tenho de me ir embora para começar as aulas e eu quero treinar-vos.

-Tu? Treinar-nos? - ri-me, mas ao perceber que ela estava séria parei.

-Sim. Treinar-vos. Só consigo controlar o elemento da água, mas fui a mais rápida da família a conseguir, e isso porque tenho táticas de concentração e treino, tanto para antes, durante e depois de se aprender a usar os poderes. E, se fizeres o favor de contar ao rapaz o que se passa, eu vou ajudar-vos.

Mordi o lábio inferior. Como é que era suposto eu abordar o assunto?

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Um mês se tinha passado. A Patrícia já entrava em desespero comigo.

-Pronto! Tu vens comigo e com o meu pai e eu conto-lhe hoje! - para grande alívio dela, eu cedi.

Peguei em tudo o que seria necessário e partimos com o meu pai.

....

Ao chegarmos fui procurar o Du. Avistei-o a brincar com o Alex não muito longe de onde estávamos.

-Oi Du! - chamei-o

-Oi Helena! Desapareces-te.

-A minha prima chegou no mês passado. A propósito, Du, esta é a Patrícia, Patrícia, este é o Duarte mas ele prefere que o chamemos de Du.

-Prazer Du.

-Oi.

Disse-lhe que precisávamos de conversar urgentemente e sentámo-nos os três. Contei-lhe tudo.

-... E a Patrícia vai ajudar-nos a treinar para---

-Ó, podes parar por aí! Se achas-te mesmo que eu ia acreditar estás muito enganada. A sério? Eu não tenho irmãos nem poderes e não vou aceitar ajuda de duas idiotas que nem mentir sabem!

Eu estava de boca aberta completamente chocada. E magoada com as suas palavras. Senti as lágrimas a quererem sair dos meus olhos mas não ia chorar à frente dele.

Tirei da mochila as nossas certidões de nascimento e os livros que eu e a Patrícia tínhamos lido, marcados nas páginas que ele também deveria ler. Atirei isso para cima dele, esfregue-lhe as certidões na cara e dei-lhe um tapa* na bochecha.

-Nunca-Mais-Me-Voltes-A-Chamar-De-Idiota.

Deixei-os para trás e corri. As lágrimas já me escorriam pela cara. Não sabia para onde ir, visto que o meu pai ainda não tinha saído, mas não ia ficar perto dele enquanto não me pedisse desculpas.

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*Tapa- deixei em português do Brasil porque não encontrei palavra melhor em português de Portugal e "chapada" parecia forte demais.

Oiie oiie
(580 palavras😁-estou a evoluir)
Deu-me tanta pena da Helena a escrever este capitulo🥺... Mas prometo que no próximo as coisas se irão resolver (entre eles)

Bye---

O Irmão PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora