3a Marca, 3o Elemento

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Arrumei o livro no lugar e voltei para o meu quarto onde me sentei ao pé da janela. Encostei a cabeça ao vidro frio e fiquei a ver a rua. Não sei bem quando, mas tinha começado a chover. Acabei por adormecer com lágrimas a escorrerem-me pelo rosto.

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No dia seguinte levantei-me já na minha cama (o meu pai deve-me ter carregado até lá), lavei a cara e os dentes, vesti umas calças de fato de treino cinzentas e um cropped de manga comprida da mesma cor e desci para treinar todos os elementos que já se tinham manifestado.

Como choveu durante a noite toda, haviam poças no chão, o que facilitou o elemento da água e comecei por este mesmo. Com movimentos da mão, fui levitando água cada vez mais alto e com maiores quantidades. Depois passei para a terra. Fiz nascer flores e plantas, crescer raízes (como não tinha ninguém para treinar, entrelacei-as nas árvores) e arranquei rochas do chão atirando-as para longe.

Repeti e fui tentando misturá-los.

Ao fim de uma hora de treino ia voltar para dentro, mas alguém me pregou um susto por trás, e eu virei-me brutamente fazendo com que nascessem raízes e prendessem a Paty e o Du.

-Desculpem! Assustei-me e não...

-Não faz mal Lena, nós entendemos - o Du e a Paty responderam em coro

-A propósito, as tuas raízes estão muito mais fortes, Lena! Deve ser o calor do momento que faz com que os poderes tenham maior efeito. - Patrícia comentou.

-Obrigada - respondi orgulhosa. - mas agora estou com fome. E se fossemos comer?

Entramos e fizemos panquecas para nós os três e foi aí que percebemos que juntos somos um perigo na cozinha. Rimo-nos muito fazendo-me esquecer por momentos que daqui a alguns dias estaria num combate.

-Onde estão os pais? - perguntei quando percebi que ainda não tinham acordado e que estava tarde.

-Saíram. - Paty encolheu os ombros e respondeu - não disseram para onde.

Depois de limpar e arrumar a cozinha (que tinha ficado de pantanas) fomos de novo treinar, mas desta vez todos juntos.

O Du foi o mais rápido e tentou acertar-nos com bolas de fogo, mas eu e a nossa prima bloqueámo-las com água. Depois eu prendi os braços deles com raízes, mas eles libertaram-se em menos de 1 minuto por ainda estarem fracas.
Ao fim de algum tempo a Patrícia desistiu porque por só ter um poder tornava-se difícil acompanhar. Eu e o Du resistimos durante 45 minutos, mas eu acabei por ganhar. No entanto, acho que ele perdeu de propósito.

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Era quase hora de almoço e estávamos a ver Stranger Things enquanto esperávamos os meus pais para comer.

Eles chegaram com vários sacos e foram direitos à mesa de jantar. Desta vez não fui só eu a curiosa. Seguimo-los todos e vimos que os sacos continham várias caixas de pizas e refrigerantes.

-Achamos que mereciam um almoço diferente por todo o esforço e stress que têm tido. - o meu pai piscou-nos o olho.

Sentámo-nos rapidamente e atacámos logo a comida. Só agora reparei que não comia piza há imenso tempo.

No fim o Du foi dormir um pouco, a Paty foi estudar e eu fui ler. Estava a ler um livro de filosofia. Fiquei muito confusa com algumas frases que não me pareciam fazer sentido.

Do nada uma rajada de vento abriu a janela do meu quarto e bateu com a porta. E foi aí que eu senti uma comichão enorme no braço. Era o 3o elemento...
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Dedicado a: ClaraCardoso212 JoanaVilela07 por me terem apoiado desde o início e por me fazerem chorar de todas as vezes que elogiam este livro!
Hey,
Este capítulo foi mais curto porque tive um bloqueio criativo, mas para compensar vou tentar fazer o próximo maior.
Obrigada pelos 100 votos em menos de um mês!
Bye--

O Irmão PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora