"-Desculpa, Lena."

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-Posso saber o que se passa para estarem todos aqui? - perguntei.

-Lena, nem sabes! - a Hannah respondeu-me logo. - Acabamos de descobrir que os 20% de bruxos que haviam a mais do lado dos bruxos normais e mais uns quantos, converteram-se para o nosso lado! Tu e o Du têm agora 65% dos bruxos a apoiarem-vos!

-Espera...Como?

Ela revirou os olhos:                                                                                                                                                               -Conseguimos convencê-los a juntarem-se-nos!

Automaticamente um grade sorriso instalou-so na minha cara e eu corri para a abraçar.

Tomámos o pequeno-almoço todos juntos cá em nossa casa e por volta das 11h 30min os meus pais saíram:
-Bem, nós temos que sair agora, vamos a uma convenção de bruxos. Se quiserem sair têm de ir sempre juntos, por questões de segurança e tentem treinar um pouco durante o dia de hoje. Provavelmente só voltaremos à noite, mais ou menos às oito horas.

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Disseram para treinarmos e era isso que iríamos fazer. Vesti um fato de treino e quando ia a descer para começar, o Romeo chamou-me:
-Lena, desculpa, mas não vou poder treinar convosco hoje...

-Porquê?

-Uma amiga minha precisa de ajuda com um trabalho. Desculpa, tenho de ir...

-Haaa, não faz mal. - respondi, mas era mentira. Fazia mal! Sabem aquela sensação de que o vosso melhor amigo vos trocou numa altura super importante? Pois, foi assim. Só me faltava um elemento que ainda por cima, se aparecesse, teria de ser o Romeo a ensinar-me! E ele foi-se embora!

Senti a raiva a crescer; subi para o meu quarto e bati com a porta. Estava a andar de um lado para o outro como fazia sempre que tinha ataques de stress e/ou raiva. Enquanto vagueava pelo quarto uma vela aromática acendeu-se.
"Oh, boa! Agora é que o fogo aparece! TEVE DE SER MESMO AGORA, NÉ?!"

Nesse momento bateram à porta e senti a raiva diminuir um pouco. Não é por estar zangada que vou descontar a culpa de alguém nas outras pessoas.

-Lena, temos de ir agora treinar, se não não dá tempo. - era a Paty.

-O fogo. O fogo manifestou-se. - disse.

-O quê? Mas... Mas agora mesmo? - assenti em concordância. - Ora bolas. Agora que o Romeo decidiu sair... - ela estava impaciente. - Bem, vai ter de ser o Du a ajudar-te.

-Hãn?

-Ele é o único aqui que consegue  controlar o fogo, por isso vai ser ele a ajudar-te.

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Chegámos lá abaixo e a Patrícia foi bastaaanteee discreta a contar o que se tinha passado:
-Du, vais ser professor. Ajuda a tua irmã a treinar o fogo.

-Hãn?!

-Sim, eu tive a mesma reação, mas o Romeo decidiu sumir agora e eu preciso que alguém me ajude a treinar. - exclareci.

Dito e feito. Seguimos para o jardim e treinámos ao pé da churrasqueira dos meus pais.

O Du começou a explicar que para o fogo é preciso muita raiva e passou à demonstração. Pouco depois já eu tentava produzir uma chama, por mais pequena que fosse. Eu só queria provar que não precisava da ajuda do Romeo, muito menos depois de ele ter  desistido de nos treinar. Ao fim de 3 horas seguidas, eu consegui que uma pequeníssima chama aparecesse no carvão.

Ambos ficamos super entusiasmados: eu por ter conseguido sem o Romeo e o Du por ter conseguido cumprir a sua "missão" como "professor".

No fim decidimos fazer uma piza para o almoço, mas, como não podia deixar de ser, a cozinha ficou uma confusão. Entre conversas, risos e gargalhadas, lá conseguimos acabar de comer e arrumar tudo.

-Que horas são? - perguntei.

Hannah olhou para o relógio de pulso:
-15h e 42min.

-E se maratonássemos Harry Potter? - a Patrícia sugeriu. Todos concordaram  excepto o Du que dizia que HP não presta.

-Já alguma vez assistis-te?

-Não mas... - a Hannah interrompeu-o

-Se não assistis-te não tens o direito de opinar. E por vitória da maioria, vamos ver.

-----"-----

2 horas mais tarde, a campainha tocou. Paty, por ser a mais responsável ali, e por os outros estarem tão embrenhados no filme, foi abrir. Poucos segundos depois estava o Romeo na sala. No momento em que ele entrou eu levantei-me, acendi uma das velas da sala para que ele visse que não preciso da sua ajuda para nada e saí, rumo ao meu quarto.

Ia continuar a ler o meu bendito livro quando bateram à porta. Abri-a um pouco para ver quem era, e tentei voltar a fechá-la na cara do Romeo, mas ele segurou-a. Não queria falar, então voltei à minha leitura.

-Então... Conseguiste dominar o fogo. Não posso dizer que não estou orgulhoso. - afirmou com um pequeno sorriso.

Apenas lhe dirigi uma cara indiferente sem olhar para ele.

-Lena,...

-Helena.

-O quê?

-O meu nome é Helena. - disse de modo agressivo.

-Helena,... Eu tinha de a ir ajudar... Era um trabalho de grupo---

-E o que tenho eu haver? (N/a: não sei se é assim que se escreve) - perguntei já a sentir as lágrimas - Era um trabalho de grupo, Mas tu sabias bem que o fogo se podia manifestar a qualquer momento e mesmo assim foste ajudá-la! Sabes o esforço que o Du teve que fazer para me ensinar algo que nem ele controla tão bem? SABES? NÃO, NÃO SABES! - eu já não queria saber; já deixava escapar rios de lágrimas - Julguei-te meu melhor amigo... E tu desististe de me ajudar num dos momentos mais importantes da minha vida por um trabalho... QUANDO SABIAS QUE SE FOSSE EU, TERIA REMARCADO PARA TE PODER AJUDAR, PARA TE APOIAR!

-Lena...

-JÁ DISSE QUE É HELENA!

-Helena, tu sabes que não foi por mal! E tu disseste que não te importavas!

-E desde quando é que tu te preocupas com o que eu falo, quando sabes que o que estou a sentir não é nada do que estou a dizer?

Conheço-o há tempo suficiente para saber os pontos fracos dele. E eu acertei num. Ele deixou escapar uma lágrima também e aproximou-se. E ao contrário de tudo o que eu podia esperar que fizesse, ele abraçou-me:
-Desculpa, Lena.

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(1025 palavras😁)

Hey...
Chorei. Chorei a escrever.
Peço desculpa pela demora, não tive muito tempo nem disposição ontem para escrever.
Até ao próximo capítulo,
Bye--

O Irmão PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora