Helena, uma menina de 14 anos que em breve fará os 15, que adora ler e desenhar sempre acreditou ser filha única e uma adolescente normal até ao dia em que conheceu o seu irmão gémeo e desenvolveram capacidades sobrenaturais como o resto da família...
-Não sei bem.... Pareceu-me ouvir... Espera, com sinceridade, no que estavas a pensar antes de eu subir?
-Estava a desejar que não olhassem para cima de modo a não me verem a chorar...
-Patrícia, há algum registo de alguém com telepatia em famílias bruxas? - perguntei.
Ela apoiou o queixo na mão enquanto pensava: -Não me lembro de nada do género, mas é bem possível, ainda para mais sendo que vocês são irmãos.
-Então, nós não temos apenas o poder de controlar os 4 elementos? - É a vez de Du perguntar.
-Em parte, sim, só podem controlá-los, mas telepatia entre irmãos é mais natural do que entre outras pessoas. Por isso só vamos saber caso algum de vocês consiga se comunicar mentalmente com outro alguém. Enquanto isso, acho que podemos começar o vosso primeiro treino com os elementos.
-Já??? - eu e o Du perguntá-mos em coro.
-Já. Eu só tenho o elemento da água, por isso vou ajudar a Lena - já não me lembrava que ela me dava esse diminutivo de vez em quando - mas conheço uma pessoa que consegue controlar o fogo. - ela mandou uma mensagem a alguém que não me deixou ver quem era.
Enquanto esperávamos a chegada desse tal ser humano, fomos andando para um local onde não ouvesse tanta gente, que tivesse água e em que fossem permitidas fogueiras. Acabámos por ir para um parque natural não muito longe dali.
Quando lá chegámos reparei nalguém meu conhecido. -Romeo! - exclamei.
Romeo era o meu melhor amigo desde os seis anos. Corri para lhe dar um abraço muito forte. Já não o via há algum tempo e por isso, devido à nostalgia, senti algumas lágrimas escorrerem pela minha cara.
-Então baixinha, saudades? - eu podia ser alta para as raparigas da minha idade, mas comparada com ele sou mesmo muito baixa.
Romeo tinha 17 anos, por volta de 1,79 m, cabelos castanhos e olhos... bem, ele tinha heterocromia*, o que fazia com que ele tivesse um olho azul e outro verde.
-Então, finalmente já descobris-te o teu elemento?
-... Romeo..., ela e o irmão são eles. - Patrícia falou.
-Não posso crer... - ele olhou para mim e para o meu irmão com admiração.
-Romeo, este é o Du, Du, este é o Romeo. - apresentei-os.
-Bem, não temos muito tempo, por isso vamos começar - a minha prima falou - Romeo, o fogo já se manifestou no Du e quero que tu o ajudes a controlá-lo.
-Espera!? Tu controlas o fogo? Quando é que pensavas contar-me? - perguntei um pouco chateada.
-Helena, não há tempo para fazeres fitas. Tu vens comigo.
Separámo-nos e eu e a Paty fomos para ao pé dum rio.
-Para começar, Lena, tens de estar completamente concentrada e focar-te na energia da água. Observa os movimentos dela.
Assim fiz.
-Depois, tens de sentir o sentimento que o elemento te traz. A água normalmente é a tranquilidade, mas isso varia de pessoa para pessoa. Hoje de manhã, quando foste beber água, estavas serena, e por isso a água levitou. Vou exemplificar. - Ela fechou os olhos, respirou fundo e quando já estava completamente calma, levantou uma mão, e com um movimento da mesma, fez alguma água sair do rio e dar algumas voltas no ar. Mas depois, em vez de a deixar lá no lugar dela mandou-a para cima de mim. E riu-se. Primeiro fiquei chateada, mas depois ri-me com ela. É mesmo o género de coisa que a Paty costuma fazer quando está de bom humor.
Concentrei-me, respirei fundo como ela, fechei os olhos e tentei imitá-la. Não aconteceu nada. Fiquei um pouco desapontada mas não desisti. Essa palavra nem existe no meu vocabulário. Tentei de novo. Nada. Mais uma vez. Nada outra vez. À quarta tentativa a água saiu do rio e eu fi-la rodar em torno de mim.
-Conseguiste à quarta tentativa! Bateste o recorde da família! Eu só consegui à sexta! - ela estava meio desiludida, mas pude ver orgulho na voz dela. Desta vez fui eu a atirar-lhe a água à cara.
-Espero que saibas que acabaste de declarar guerra. - ela disse.
A partir daí só nos molhámos e rimo-nos durante algum tempo.
Enquanto puxava um pouco de água do rio, vi o meu reflexo. Eu estava diferente. O meu cabelo estava mais escuro, deixando a sua réstia de cor castanha e passando a ser apenas ruivo, a minha pele estava mais pálida do que o normal dando maior realce às minhas sardas e os meus olhos ficaram muito mais claros, quase cinzentos.
A Paty deve ter percebido o porquê de eu estar a olhar para o rio porque comentou: -Isso é normal, vais ficar assim de cada vez que usares os teus poderes durante mais e mais tempo, até que será sempre assim. Mas não te preocupes que estás bonita na mesma. - ela piscou-me o olho e atirou-me água de novo.
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*heterocromia é uma condição genética não tão rara como parece. Ela faz com que a pessoa tenha duas cores num olho ou um olho de cada cor. Se nascermos com esta condição, não afeta a nossa saúde, no entanto se ela aparecer devido a alguma doença ou algo do género já não é tão simples. Sim, eu pesquisei sobre.
Hey, Gente, eu gostei muito de escrever este capítulo. O próximo vai ser a descrever o que aconteceu para o lado dos rapazes, pela visão do Du. Espero que tenham gostado!!! Bye--
Se alguém não tiver percebido a minha explicação de heterocromia, a seguir estão alguma fotos desta condição que, pessoalmente, acho bonita:
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Este é um desenho que eu fiz em que observamos que eu acho que pessoas com heterocromia são bonitas😂:
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