Amigos Silênciosos

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Enquanto desenhava, reparei que ele estava ali...

O rapaz tinha cabelos castanhos e grandes olhos verdes escuros com um pouco de azul no meio. Era mais ou menos da mesma estatura que eu e era magro. Acho que ele é a única razão que me faz vir para aqui sem reclamar com os meus pais.

Quando o vi desisti de desenhar a paisagem e decidi fazer um retrato dele. Ele estava a ler, então eu tentei esquecer o livro e desenhá-lo meio de frente meio de lado.

No momento em que eu acabei o desenho, ele olhou para mim. E acenou sorrindo. Sorri também e acenei de volta.

Sempre foi assim. Nunca trocámos uma palavra, tanto que nem sei como soa a voz dele. Mas também nunca precisámos porque nos entendiamos mesmo sem palavras. Somos uma espécie de amigos silênciosos.

Ficamos um pouco a olhar um para o outro e foi quando eu reparei que ele tinha um pardal ao lado dele. Devo ter feito uma cara um pouco desentendida porque ele virou-se para onde eu estava a olhar e riu-se.

Quando observei o pardal com mais atenção, percebi que este estava a comer umas sementes que o rapaz havia tirado de um saco que, por sua vez, estava dentro da mochila dele. Nesse momento fez-se luz na minha cabeça e percebi que a ave também era uma espécie de amigo para o garoto. Achei fofo.

Assustei-me quando, do nada, o pardal voou em direção a mim e pousou no caderno que estava no meu colo. Olhei para o meu 'amigo silêncioso' e ele assentiu com a cabeça dando a entender que eu poderia fazer festinhas na ave. E foi o que fiz. As penas da sua cabeça minúscula  eram macias. Passados 5 minutos o pardal voltou para o "dono".

Nesse momento o meu pai voltou.

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Segundo capítulo prontinho também😁
Estão a gostar da história? Se sim deixem a estrelinha, pfv🥺
Até ao próximo capítulo, byee---

O Irmão PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora