*Helena/Lena pov:*
Quando nos aproximamos deles, o Du também estava diferente. Tinha o cabelo pouco mais ruivo e os olhos mais verdes (se é que é possível) deixando a sua réstia de cor azul. A Patrícia emprestou-lhe o telemóvel dela para que ele visse a sua aparência. Não vou mentir: na minha opinião ele estava bonito.
-Por quanto tempo vou ficar assim? - ele perguntou.
- Vais ficar assim de cada vez que usares os poderes. Vai ficar durante mais e mais tempo até ser permanente. - expliquei.
-Certo...
-Então? Conseguiste? - perguntei meio excitada mesmo já sabendo a resposta. Se a aparência dele mudou, é sinal que sim.
-Óbvio que sim. Eu sou o melhor. - ele acendeu uma chama para que eu visse.
-Não concordo. - fiz alguma água do rio, que agora estava a uns 7 metros de distância, levitar e vir apagar o seu fogo. Começámo-nos a rir muito e, aos poucos, o Romeo e a Patrícia juntaram-se a nós.
Não estava com vontade de voltar para junto dos meus pais, mas a minha barriga já dava horas.
Fomos andando e num certo momento separámo-nos: eu e a Paty fomos pra minha casa, o Du para a dele e o Romeo não faço ideia para onde foi.Ao chegar, os meus pais tentaram falar comigo, mas eu simplesmente ignorei-os e fui me sentar à mesa que já estava posta.
Comecei a comer e os meus pais tentaram meter conversa, mas eu dei sempre respostas curtas e secas, nomeadamente monossílabos e dissílabos (como: sim, não e talvez).
A campainha tocou e a minha mãe foi abrir. Nem olhei para ver quem era, só ouvi a minha mãe conversar com uma senhora qualquer. Quem quer que estivesse à porta foi entrando, e para eu não ter de conversar, levantei-me com a desculpa de ir buscar água.
A minha curiosidade venceu e, quando me virei de novo, engasguei-me com o líquido. O Du e a família adotiva dele estavam ali!
Voltei lenta e desconfiadamente para o meu lugar. A minha mãe falou:
-OK, eu já sei que os vossos primeiros elementos já se manifestaram e que alguém vos contou o básico do que deviam saber - ela olhou para Patrícia que corou - mas eu faço questão de vos explicar melhor. Aos dois.-Eu não preciso de saber mais nada. Já sei todo o que quero e dispenso a vossa ajuda. - respondi desagradávelmente.
-Filha, sabemos que estás zangada, mas pelo menos deixa-nos explicar antes de decidires o que fazer. - o meu pai pediu
Posso estar o mais zangada que conseguir, mas ainda sou uma pessoa justa, por isso deixei-os falarem.
-No dia em que nasceram eu e o teu... vosso pai, percebemos que vocês eram aqueles de quem a professia falava, mas não vos podíamos manter juntos. Seria perigoso. Existem muitos bruxos que apenas controlam um elemento ou, até mesmo nenhum, que por ciúmes e raiva, vos poderiam, e podem tentar matar. Como a professia dizia que nasceriam 2 crianças, se vos separássemos ninguém poderia saber que eram vocês os "escolhidos". Então mandamos um para o orfanato, e pedimos a uns amigos nossos para te adotarem, Duarte, para poderes viver com uma família.
Eu estava chocada e nem sabia como reagir nem o que dizer. Mas não foi preciso porque o Du começou a gritar.
-Então porque é me deixaram no orfanato tanto tempo? Se já havia alguém que me podia adotar, PORQUE É QUE NÃO ME VIERAM BUSCAR MAIS CEDO? - ele já tinha lágrimas a escorrelhem-lhe pela cara - NINGUÉM SABE O QUE EU TIVE QUE SUPORTAR TENDO APENAS 2 ANOS! NINGUÉM! E NÃO ME CHAMEM DE DUARTE!
Ele correu escada acima e a Patrícia foi atrás dele.
-Ele não gosta do nome, prefere Du. - senti que devia explicar e logo em seguida corri atrás deles.------"------
Estava a tentar acalmar o Du há pelo menos 15 minutos pelo que quer que aquilo tenha sido enquanto a nossa prima tinha ido falar com os nossos pais.
-Quando era mais novo e ainda estava no orfanato, as outras crianças mais velhas (deviam estar entre os 7 e os 11 anos), passavam o tempo a gozar comigo. Acho que não eram bruxos. De alguma forma deveriam ter conseguido ouvir algo sobre mim, porque diziam que eu era uma aberração, diziam que os meus pais me tinham abandonado por medo ou nojo de alguém como eu e faziam-me a vida num inferno. - ele fungou - Desculpa, senti que devia explicar o que se tinha passado lá em baixo.
-Está tudo bem. E lamento muito por teres tido de passar por isso sozinho. - pus-lhe uma mão no ombro como um sinal de apoio. Ficamos assim por um tempo.
-DU! - ele olhou de repente por eu ter gritado e olhou em volta - Pla... Plantas... São... Plantas a crescer no... No teto e na... Nas paredes do... Meu quarto...
Sentimos ambos comichão no braço. A segunda marca estava a aparecer.
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Oiie oiie,
Foi hoje: Eu chorei a escrever.🥺
Então, os nossos protagonistas descobriram a segunda marca. Qual será o sentimento que permitiu este elemento manifestar-se??? Palpites?
Bye---
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O Irmão Perdido
FantasíaHelena, uma menina de 14 anos que em breve fará os 15, que adora ler e desenhar sempre acreditou ser filha única e uma adolescente normal até ao dia em que conheceu o seu irmão gémeo e desenvolveram capacidades sobrenaturais como o resto da família...