Capítulo 16

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Hoje faz um mês que desembarcamos em Chicago. Do Brasil só sinto falta das comidas. Viemos conhecer uma das praias, a praia Kathy Osterman Beach, um lindo lugar. As crianças estão tirando foto e fazendo amizades, eu estou sentada no píer olhando a alegria deles.

Nem falei do Bolota né, ele esta com o Paulo que irá trazer ele quando vier. Nós tínhamos muitas malas e achamos melhor deixar ele. Estamos morrendo de saudade daquele dorminhoco, Paulo disse que ele esta mais quieto que o normal, que não esta comendo direito. Guga está colado nele.

Tem uma coisa me incomodando, já tem alguns dias que sinto aquela sensação de ter alguma pessoa te olhando e você não sabe quem, é o que estou sentindo agora. Olho em todos os lados mas não vejo ninguém. Bia já me disse a mesma coisa.

Tirei uma foto dos meus filhos e coloquei na tela do meu celular (mídia), Bia tentando subir nas costas de Caio e a Tatá segurando ela para não cair. Não é porque são meus filhos não, mas são as pessoas mais lindas que eu conheço, por dentro e por fora. 

Tatá não voltou a procurar emprego, ela estuda de noite e de dia ficamos em casa, mas amanha segunda feira iremos começar a ver emprego, Bia já está na escola, ela é caladona na dela, vamos ver se arruma confusão por ser Brasileira, percebi que muitos americanos não gostam de estrangeiros, eles que se mordam porque vão ter que nos engolir.

A Diretora mandou a Bia fazer alguns testes, não sei para que mas Bia disse que são perguntas idiotas e contas ridículas de fáceis.

Caio já se mudou e já está estudando, ele está amando, falou que ainda está sozinho no quarto, não tem previsão de alguém se mudar para lá. Acreditem que a mãe dele nunca ligou, um ano desde a surra que o primo deu em Caio e ela não ligou, o pai ligou apenas uma vez, para oferecer dinheiro, eu delicadamente mandei ele enfiar o dinheiro dele bem no meio do Brioco, pô que péssimo pai.

Falei com Paulo ontem, ele tinha depositado o dinheiro das meninas, falei que não precisava mas ele disse que eu não fiz filho sozinha, ele liga dia sim e dia não para as meninas, isso quando elas e Caio não ligam para ele todos os dias e mais de uma vez. Tudo que acontece eles ligam para contar. Hoje mesmo, já enviaram muitas fotos, e receberam fotos também.

Amanhã a Tatá vai em uma entrevista, passaram o endereço mas ela disse que não mandou nenhum currículo ainda, achei estranho mas irei com ela. Se for trote, estarei com ela.

Lá vem eles correndo na minha direção, todos sujos de areia. Amo a alegria de quando estão juntos.

- nem vem, vocês vão me sujarrrrrrr........ me soltaaaaaaaaa....... não vou fazer janta pra ninguém hoje!!!!!!!

- caramba mãe, a senhora nem sabe brincar, nunca ameace uma pessoa com comida, isso é antiético. - Bia solta essa pérola

- é tia, comida é sagrado, é golpe baixo.

- golpe baixo é você moleque, cadê as comidas gostosas que está aprendendo a fazer? 

- então vamos porque hoje o jantar eu faço. - Caio diz todo alegre e nós três gritamos obaaa.

Estamos indo embora, é longe e vamos a pé, conversando passa rápido, e lá está eu com aquela sensação de novo, olho para trás e não vejo ninguém. Isso é muito estranho.

- Mãe, tenho certeza que tem alguém nos seguindo, mas quem será? - Bia sempre em alerta.

- não sei Bia, mas isso já está acontecendo a dias, vamos despistar e tentar descobrir quem é.

Andamos todos perto e combinamos, eu e Bia vamos fazer um retorno para a esquerda, Tatá faz o retorno para a direita, e o Caio volta para trás em linha reta e correndo, todos ao mesmo tempo. fizemos como se fosse um circulo e não vimos ninguém, até que Tatá grita e vamos todos até ela. 

Arquitetura da Vida - Livro I (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora