capítulo 38

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Vingeance estava inquieto. Ele tinha essa espécie de premonição, ele sabia que alguma coisa importante iria acontecer. Era madrugada e ele já tinha corrido por boa parte da Reserva, mas a sensação não passava. Ele tinha sonhado com a menininha.
Ela chorava, estava angustiada! Depois do nada ele sentia a alegria dela e ela corria! Rindo com os cabelos loiros balançando ao vento. Mas aí ela se entristecia novamente, e ele podia sentir o terror que ela sentia, o desespero. E isso o fizera sair correndo. Correu, correu e o aperto no coração não passou. Então decidiu pegar um jipe, e ir atrás dela. Ele começaria pela casa dela. Se o pai adotivo idiota tiver feito alguma coisa com ela...
Não foi difícil conseguir um jipe. Nova Espécies não roubavam, então os jipes ficavam no estacionamento, todos com a chave na ignição. Sair pelo portão estava fora de cogitação. Ele não sabia porque, mas não queria que soubessem que ele estava saindo.
Ele tinha um lugar por onde poderia sair. Uma garragem escondida disfarçada de casa, onde eles poderiam sair sempre que não quisessem passar pelos portões. Você só precisava saber a senha. E ele sabia.
Chegando na casa da garotinha, sentiu o cheiro dela, já fraco, no portão de trás. Ela tinha saído.
Ele sabia onde Sophia estava. Na cabana de um velho fedorento chamado Simonns. Ele iria lá, se a menina não estava com os Bristons, só podia estar com Sophia.
Não era tão perto então ele acelerou o jipe no máximo. Não entendia, mas seus instintos gritavam para que corresse, então correria.
Quase perdeu a caminhonete do velho indo na direção contrária a dele, na estrada. Ele demorou pra fazer o retorno, mas agora tinha pego o cheiro delas, pareciam ir na direção do aeroporto.
Chegando lá não viu a caminhonete e ficou rodando tentando pegar o cheiro delas de novo. Mas o cheiro do velho empesteava todo o saguão do aeroporto. E não sentia o delas. Parecia que ele desceu do carro e elas foram embora. Mas estava difícil conseguir saber que direção tomaram.
Começou a sentir um desespero. Como se o sonho estivesse acontecendo. Parou o jipe na estrada e tentou se localizar. Sem o cheiro, não poderia seguir. Tinha que voltar. Talvez o leãozinho...
O desespero deu lugar à alegria e ele se lembrou que depois vinha o terror.
Tinha que encontrá-las!
Obrigou se a respirar fundo e entrou no jipe. Continuou na mesma estrada pois essa era a principal. Era um palpite, mas tinha que seguir uma direção, não poderia ficar parado.
Foi rodando e respirando fundo. A náusea pelo que sabia que a pequenina iria passar bateu forte. Ele respirou tão fundo que começou a ver pontos pretos em sua frente. Parou. Respirou o mais fundo e com mais força que podia. Já ia desfalecendo quando sentiu o cheiro de sangue. Ele parou o jipe e saltou. Tinha encontrado!






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