Sophia dormiu mais um pouco, mesmo com John agarrado em seu seio.
Quando acordou novamente, Kit estava olhando-a. Ela se assustou. Olhou para os lados, mas elas estavam sozinhas no quarto.
"Você pensou que poderia acabar comigo, com o meu rosto e que tudo ficaria bem?"
Ela tinha duas finas linhas dos lados da boca. Os pontos também apareciam como se a pele estivesse costurada.
"Eu não pensei que havia alguma coisa no bisturi, kit, eu juro!"
"Mas você me cortou! Pelas costas, sua vadia!"
Não adiantava discutir. Ela parecia meio louca. Sua aparência era muito importante para ela.
"O que você quer?"
"Que você vá embora. Deixe o filhote. Eu ficarei com ele." Ela sorriu com crueldade."E talvez com Brass também, ainda não me decidi."
"Eu não vou embora! Você está louca!"
"Sim você vai. Você vai embora, e vai deixar seu filhote. Pegue aquela menina insuportável e saiam" Ela sibilou.
"Ou o que?"
Kit só estava esperando que ela dissesse isso. Riu e apontou para um monitor de tv. No vídeo, John sorria mostrando os dentinhos e as presas. Qualquer pessoa que o visse saberia que era um bebê Nova Espécie.
"Você não pode estar falando sério. Ele é como você, talvez tenha até seu sangue!"
"Eu estou cansada de todas essas humanas entrando aqui e acasalando com os nossos machos. Tendo filhos. Mandando em nós!"
"Mas os bebês não têm culpa! Porque você os exporia?"
"Só vou expor se você não for embora."
"Eu vou contar para Brass!"
"Você não sai daqui viva, a não ser que decida ir embora com a pirralha."
"Sarah! Onde está Sarah?"
"Num lugar que só eu sei. Saia agora e eu te deixarei lá, junto com um jipe, dinheiro e a pestinha. Saia, não pense em voltar, não pense em contar. E ninguém saberá do seu filhote maldito."
Ela estava tão sorridente. É claro que não havia jipe nenhum. Ela mataria Sophia. Era a única forma de garantir que Sophia não contaria a ninguém, nem voltaria. Mas tinha medo por Sarah. Se aquela cadela fizesse alguma coisa com Sarah...
Ela precisava de tempo. Alguém iria aparecer, tinha que aparecer. Começou a chorar. Sabia que a dor dela faria bem para o ego de Kit.
Ela só precisava chegar perto da janela.
"Por favor, kit! Pense! Se você expor os bebês, todos irão odiar você."
"Todos já me odeiam! E não serei eu que vou expor os bebês. Eu apenas sei quem vai fazer isso."
"Eu estou implorando, kit! Me deixe ficar. Por favor!"
O prazer dela era evidente. Ela se divertia causando a tristeza em Sophia.
Sophia foi dando alguns passos para perto da janela. O quarto era no andar térreo. Ela gritaria o mais alto que pudesse. Alguém iria ouvir. Esse era um plano ruim, mas podia funcionar.
"Anda logo!" Ela se aproximou e cravou suas garras na garganta de Sophia. Ela não poderia gritar agora.
O ar ia escapando dela e ela arregalou os olhos. Kit sorria com um sorriso distorcido pela cicatrizes. Ela estava ensadecida. Sophia foi amolecendo e quando seu olhos iam se fechando, as garras pararam de apertar sua garganta. Ela caiu e viu kit também cair, como uma boneca de trapos. Atrás de Kit, o doutor Gabriel estava em pé, com uma seringa na mão.
"É a terceira vez que salvo sua vida. O que mais preciso fazer para ser padrinho de John?
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Brass
FanfictionSophia sempre pensou que sua vida nunca mudaria. Mas, quando teve diante de si os olhos marrons daquele gigante, que a olhava como se lhe pertencesse, descobriu que a vida sempre tem uma ou mais cartas na manga. Primeira história de uma série: Bras...