Era madrugada quando chegaram na cabana. Era uma construção pequena, mas tinha cozinha, sala, banheiro e dois quartos. Vingeance estacionou na varanda e tirou Sarah com cuidado da cabine. Ela tinha dormido na caçamba e Sophia pediu que ele a colocasse na cabine. Ela não acordou. Devia estar exausta. Sophia estava orgulhosa dela, sua monstrinha aguentara firme!
Depois foi sua vez. Jonh dormia com a boca em seu seio. Ela teve medo de o tirar e ele arrancar o seu mamilo fora. Mas ele estava dormindo e não apertou os dentinhos quando ela tirou o seio da boca dele.
Ele estava enrolando em uma blusa, e estava todo sujo de sangue seco. Ela tentou erguê-lo para Vingeance, mas não teve forças. Ainda sentia muita dor. Ele pulou dentro da caçamba e pegou o bebê. Ele era grande, o maior bebê que já vira. Ele desceu da caçamba com um pulo gracioso, sem nem fazer barulho ou sacudir John.
Entrou na cabana e então ela pôde ver a situação das roupas dela. A blusa rasgada, e a calça de moletom encharcada de sangue. O cheiro dela então! Não sabia como ele aguentava.
Ele voltou com um cobertor nas mãos e estendeu para ela. Ela se enrolou no cobertor e ele a pegou. Mesmo tendo a pegado com delicadeza, ela gemeu.
" Vou chamar o doutor aqui, só preciso de um telefone."
Ela tinha um telefone na bolsa, graças a Deus!
" Na bolsa."
Ele a colocou na cama ao lado de jonh e Sarah. Eles dormiam pesadamente.
Sophia olhou-os por um momento. Ela conseguiu! Não sozinha como queria, mas conseguiu! Olhou o Nova Espécie, que a fez ter medo antes, mas agora despertava nela muito carinho e gratidão.
"Obrigada, não sei se eu estaria viva se não fosse você." Sentou se na cama e começou a chorar. Ele a abraçou meio desajeitado e ela enterrou o rosto no peito dele. Ele cheirava bem.
Ele a largou de repente e foi pegar o telefone na bolsa.
Discou e rapidamente a pessoa do outro lado atendeu.
"Doutor? Vingeance. Me escute com muita atenção. Vou te mandar as coordenadas de onde estou. Venha sozinho com sua maleta. Traga as drogas de cura. Se falar com alguém será a última coisa que sairá da sua boca. Não demore."
Sophia achou estranho essa maneira dele de pedir ajuda.
"Ele virá, mesmo com você o ameaçando?"
Ele sorriu e o rosto dele se transformou. Lindo como um modelo de pasta de dentes. Mas foi breve. Logo a carranca estava de volta.
"Doutor Gabriel está acostumado com nossas ameaças. Se não o ameaçamos ele pode pensar que estamos ficando frouxos. Ele me deve favores, muitos."
Ela estava confusa. Sabia que ele contaria para Brass. Então porque o segredo?
"Eu deveria contar para Brass. Mas tenho medo, pois o bebê ficaria protegido na Reserva, mas eu não poderia ficar."
"Um problema de cada vez. Primeiro temos que esperar o doutor chegar e dar um jeito em você com as porcarias dele. Depois vamos pensar qual o melhor jeito de lidar com o imbecil do Brass."
Sorriu de novo. Ela estava gostando muito desse Vingeance que sorria.
"Você fica tão bonito quando sorri" deixou escapar. Arregalou os olhos e tampou a boca com as mãos.
Ele aumentou a carranca.
"Minha companheira falava isso, já fazem anos desde que ela morreu, mas ainda dói."
Ela pegou uma das mãos enormes dele. "Eu sinto muito!"
Ele segurou a mão dela, levou aos lábios, e beijou a palma.
"Vou ver se o chuveiro está funcionando."
Estava! Sophia quase chorou de alívio quando tomou banho. Ela ficou vendo todo o sangue saindo da pele dela e descendo pelo ralo. Era como se toda a impureza, toda tristeza, humilhação e dor pela qual passara estivesse descendo por aquele ralo. Indo embora e a libertando para uma vida nova.
Uma vida nova com Sarah e John. Seu filho, saído dela. Uma onda de euforia tomou o coração dela. Que sensação boa, ela pensou.
Saiu do chuveiro enrolada numa toalha. Era uma das do velho Simonns. Velha, mas Sophia tinha lavado tantas vezes que estava macia e não tinha o cheiro dele.
Entrou no quarto e vestiu roupas limpas. Sarah poderia dormir mais um pouco,mas tinha que acordar John. Ele ainda estava muito sujo.
Ela não sabia como acordá-lo. Riu. Que bela mãe estava se saindo!
Foi acariciando o rostinho dele e ele de repente abriu os olhos. Seus olhos estavam mais claros. Ele era exatamente como Brass. Principalmente o olhar. Ele começou a chorar alto e ela o pegou, mas ele continuou chorando e acordou Sarah.
Vingeance veio e o tomou dos braços dela. Sacudiu-o delicadamente e começou a cantar baixinho. O bebê se acalmou e ele se encaminhou ao banheiro."Deixe que eu o banho, eu abri um pacote de salgadinhos, vamos ter que nos contentar com isso por agora. Coma!"
Ela sorriu, eles todos eram tão mandões!
Ela e Sarah comeram os salgadinhos e beberam refrigerante quente. Ela ainda sentia dor e estava sangrando muito, estava se sentindo um pouco tonta também. Esperava que o doutor chegasse logo.
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Brass
FanfictionSophia sempre pensou que sua vida nunca mudaria. Mas, quando teve diante de si os olhos marrons daquele gigante, que a olhava como se lhe pertencesse, descobriu que a vida sempre tem uma ou mais cartas na manga. Primeira história de uma série: Bras...