capitulo 6

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Sophia arregalou tanto os olhos que pensou que eles fossem sair rolando. Que bosta! Pensou. O plano dos idiotas parecia estar dando certo.
Ela estava na reserva, já tinha passado pela médica deles, e agora outro Nova Espécie estava na presença dela. E não era qualquer um, mas o grande e belo Justice North.
Ele pegou a nos braços com delicadeza e colocou na cama.
Sophia sempre falava o mínimo possível, afinal tantos anos tendo um lábio leporino, tiveram seu preço: ela tinha dificuldade para falar. Se estivesse nervosa então, as palavras rolavam pela língua e nada inteligível saía.
"Como está se sentindo?" Ele disse, olhando preocupado para ela." Quer que eu chame a doutora Trisha?"
"Eu...eu... Estou bem" sussurrou baixando os olhos. "Quando vou pra casa?"
Ele suspirou e falou com a voz cheia de pesar e compaixão:
"Entramos em contato com seus pais adotivos. Eles disseram que não querem mais ver você. Afirmam que você ajudou a roubar uma grande quantia de dinheiro da igreja deles e depois foi surrada e abandonada pelos outros ladrões.A igreja alega que não irá dar queixa por saber que você não é responsável por seus atos. Eu sinto muito."
PORRA! Sophia sabia que não podia confiar em Rose. Agora só lhe restava fazê-los acreditar que ela realmente tinha problemas mentais. E ainda tinha que conquistar a pena deles para que a deixassem ficar.
O pior, pensou, era que Rose e David podiam sim ter pegado dinheiro da igreja. Com certeza não deixariam uma oportunidade dessas passar.
Justice era o terceiro Nova Espécie que ela vira na vida. Ele tinha um ar régio, como felino que deveriam ter misturado nele. Seus olhos eram magníficos, azuis escuros com manchas amarelas e suas pupilas eram alongadas. Depois de se maravilhar com a beleza de seus olhos, Sophia notou a seriedade com que ele a examinava. Parecia que ele não acreditava na sua suposta deficiência mental.
Isso a preocupou. Sempre fora fácil enganar as pessoas, pois ninguém olhava muito para ela. Ela só tinha que desviar o olhar para várias direções, balbuciar alguma coisa e ficar bem quieta. Mas ele realmente olhava para ela. Como toda a sua atenção, como se ela fosse alguém relevante. Ou como se soubesse algo mais sobre ela.
"Pra onde... Eu não sei... Posso ficar aqui? Eu trabalho, ajudo...sem pagamento. Só um colchão..."
Agora era hora de começar a chorar, isso sempre funcionava. Mas Sophia não conseguiu. O modo como ele a tratava, a voz cheia de compaixão. Sophia era má, mas...
"Srta. Briston, eu gostaria que você me falasse a verdade. Não me interessa se a senhorita está envolvida ou não no roubo, meus instintos estão gritando para que eu, contra tudo que diga o contrário, a ajude."
Será que ele poderia ouvir o coração dela? Tinha lido em algum lugar que eles tinham poderes sobrehumanos.
"Eu não tive nada a ver com o roubo." Sempre diga o máximo de verdade que puder, o pai ensinou."Mas eu tentei fugir com minha irmãzinha." Eu não gosto deles, mas eles são..."
"Eles têm a guarda dela?" Ele completou. Outro truque, fingir que não sabia algumas palavras. Ele parecia estar caindo.
Assentiu, balançando a cabeça com força e olhando para o chão.
"Bem" disse ele e se dirigiu a janela. Mal sinal. Se ele fosse acolhe-la, ele iria olhar para ela e sorrir.
Mas ele olhava para a mata fechada que se via ao longe.
"Eu gostaria de ajuda-la, mas há um problema. Um dos nossos, ele..."
Só podia ser o careca dos olhos azuis! Sophia tivera pesadelos terríveis onde ele a mordia na barriga e ficava olhando ela se esvair em sangue. Ele não gostou dela, ela percebeu isso. Ela o odiou com todas as forças também.
Ainda mais depois que ficou sabendo que só foram encontradas na fuga de alguns meses atrás, devido a ajuda que os Nova Espécie prestaram a polícia. Sarah contou que chutou a canela dele. Ponto pra monstrinha!
Justice, pigarreou, parecia que tinha algo preso em sua garganta." O nome dele é Brass. Ele faz parte da nossa força tarefa, ele é um bom macho."
Brass... Diziam que eles escolheram seus nomes, não combinava com ele.
Ela bufou baixinho e ele a encarou intensamente.
"Não gostou do nome dele?" Sirenes apitaram alto em sua mente. Cuidado, Sophia!
"Brass... É um nome... Eu não sei..." Ela estava ficando cansada. Ele era muito esperto.
Brass. Latão. Se Sophia pudesse nomea-los, esse seria o nome daquele gigante que enxugara suas lágrimas. Seu olhos poderiam ser comparados ao bronze envelhecido. Não que ela já tivesse visto bronze envelhecido, mas foi isso que lhe veio a mente quando ouviu o nome.
"Srta. Briston?" Ela olhou para Justice, ele ainda estava falando, mas ela não ouviu nada do que ele disse. Pelo menos ajudaria a que ele pensasse que ela era mesmo uma retardada.
"Sim." Ele tinha feito uma pergunta?
"Então estamos combinados, Brass estará aqui, em algum tempo. Espero que eu não me arrependa disso, srta. Briston." Disse e foi embora.
Puta que pariu! E agora? Ela estava a mercê do careca bonito de olhos azuis frios!












































BrassOnde histórias criam vida. Descubra agora