Sophia não estava gostando do rumo que as coisas tomaram. Ela estava a uma semana na Reserva, e parte disso tinha estado desacordada. Eles sabiam que deveriam ter dado a ela mais tempo. Porque estavam ali então?
Quando entrou no consultório da doutora Trisha, logo foi abraçada por uma Rose chorosa. Sempre se admirava do talento que a mulher tinha para fingir.
"Oh, Sophia! Minha filhinha! Como senti sua falta!" Ela tinha os olhos inundados de lágrimas." Você pode nos perdoar? Nós não prestamos queixa, você sabia?"
David, que não fingia tão bem, apenas balançava a cabeça e sorria como um idiota.
"E Sarah ficou arrasada! A pobrezinha não comeu quase nada, até emagreceu. Ela está muito triste e chama por você a noite. Não pode imaginar o sofrimento que estamos passando."
Sophia imaginava era a casa toda imunda esperando que ela a limpasse. Toda a roupa que haveria pra lavar e passar. Algo aconteceu para que a buscassem, mas ela não iria.
Porém, se lembrou do problema que causara à felina. Eles poderiam dar queixa por agressão, e ela poderia ir presa.
Talvez o menor dos males seria ir com eles. Ela veria Sarah. Já estava com saudades.
Mas, e Brass?
Ela sofria, mas tudo de bom que ela já teve, foi tirado dela. Ele só seria mais uma. Ainda que fosse a melhor coisa que tinha acontecido em sua vida e que jamais se sentiria como se sentiu com ele, ela sobreviveria.
"Se vieram me buscar, vamos logo."
Disse e virou-se para Trisha:" Obrigada, doutora Trisha. Eu agradeço o tratamento carinhoso e profissional com que a senhora me tratou. Diga a kit, que eu sinto muito. De onde eu vim, eu tinha que mostrar que não tinha misericórdia, principalmente com os maiores que eu."olhou David com ódio." Mas eu faria diferente, eu aprendi muito no curto tempo em que estive aqui."
As lágrimas vieram.
"Agradeça a Tammy e a Halfpint pela amizade."
Saíram. Curiosamente, ela não tinha tido uma visão do complexo todo. Era um prédio enorme de dois andares, com uma recepção no meio. Foi por essa recepção que eles saíram.
Havia um Nova Espécie em um jipe esperando por eles. Quando entraram viu que era Brass, mas ele estava com um semblante de indiferença. Também estava com outras roupas. Que estranho!
"Sou Harley, vou levá-los até os portões. Andem logo!
Ele estava claramente com raiva. Harley? Ele seria gêmeo de Brass? Não importava agora. Ela entrou no jipe e ele deu partida. Não iria olhar para trás.
Trisha e Jessie olhavam pela janela o jipe sair pelos portões. Harley os deixaria no estacionamento. Seriam monitorados pelas câmeras até que o carro saísse das terras da Reserva.
"Você devia ter visto como Brass ficou quando ela chegou aqui. Se não tivéssemos usado a droga regenerativa de Gabe, ela não sobreviveria. Brass brigou, exigiu e até implorou que eu e Gabe a salvassemos. Quando ela voltou, eu pensei que ele finalmente seria feliz. Agora, só espero ter forças para ajudá-lo a passar por isso."
Alguém a chamou e ela saiu do consultório. Jessie também saiu e no caminho do escritório onde Justice estava com Brass e Slade, se deparou com um menininho, ruivo de cabelos encaracolados, que a viu e sorriu.
"Tia Jessie!" Ela sorriu mas não sabia qual dos trigêmeos idênticos de Valiant ele era. Candid? Honest? Ou Simple?
"Oi, meu amor" Ele franziu o narizinho." Simple? O que faz aqui?"
Ela lembrou que dos três, Simple sempre estava com o nariz franzido.
"Vim com mamãe. Eu acertei o número de irmãos que mamãe está esperando. São apenas dois. Onde está Sophia?"
Jessie sabia do poder do olfato dele, mas mesmo assim ficou admirada. Saber quantos bebês Tammy esperava! Incrível. Já sentir pelo cheiro que Sophia tinha estado ali, não era nada demais para um Nova Espécie. Isso se não se levasse em consideração que ele não tinha nem dois anos.
Ela acariciou o rostinho dele. Queria tanto um bebê...
"Sophia se foi. Os pais dela vieram buscá-la. Ela pediu que eu agradecesse a vocês por terem a abrigado."
Ele assentiu. Jessie não tinha reparado em como ele não tinha modos de criança. Parecia um pequeno adulto.
"Eu não consigo saber se ela está esperando dois ou três. Mas sinto que ela cheira como a mamãe."
"Simple? Oi Jessie!" Disse Tammy a abraçando apesar da barriga enorme.
Jessie estava espantada.
"Você pode esperar aqui com Simple? Eu deixei minha bolsa no consultório da doutora Allison. Precisamos conversar."
Jessie estava ainda em choque. Mas preferiu não acreditar no pequeno menino. Afinal ele era apenas um bebê.
"Simple, se eu te pedir para não contar a ninguém o que acabou de me dizer, você me atenderia?"
"Nem pra mamãe?" Meu Deus, Jessie estaria encrencada se ele falasse! Quis voltar atrás, afinal quem acreditaria nele?
"Eu não conto, mas eu quero um carrinho de controle remoto, um não, três, para eu e Honest e Candid apostarmos corrida"
"Simple!" Tammy parecia indignada. Jessie se apavorou." Meu filho! Já não te falei para não pedir nada às pessoas! Isso é muito feio!"
"Eu estava perguntando o que ele
gostaria de ganhar em seu aniversário, Tammy! Ele estava só me respondendo. Ele não pediu nada. E faço questão de comprar hoje mesmo os carrinhos para ele e os irmãos." Quando Tammy abriu a boca, continuou:" Por favor, Tammy, me deixe ter essa alegria, já que eu e Justice temos tentado tanto e até agora nada." Era golpe baixo, ela sabia.
"Claro, Jessie! Eles vão adorar. Eu fico muito agradecida, eles ainda são tão pequenos e já há mais dois a caminho. As vezes eu me sinto um pouco culpada."
"Você é uma mãe maravilhosa, Tammy. Seus filhos são o maior presente que alguém poderia ter, sinta-se afortunada." Ela falou com toda a sinceridade. Tammy era uma mãe incrível.
"Certo, eu já vou indo, antes que Valiant apareça aqui rosnando pra todo mundo. Venha me visitar antes de voltar para Homeland."
" Não vai dar, nós vamos hoje mesmo. Mas eu irei levar os carrinhos dos meninos, então vamos ter um tempo para colocar as novidades em dia" falou piscando para Simple que piscou de volta. Felinos piscavam estranho! Ela sorriu.
Enquanto Tammy e Simple se afastavam, Jessie estremeceu. A sorte estava lançada.
Se o pequeno bebê-leão estiver certo, um problema enorme estaria nas mãos deles. Justice piraria.
Mas ela duvidava que ele estivesse certo, afinal, eles só transaram naquele mesmo dia. E Brass deve ter usado camisinha, claro.
Assim, Brass estaria livre para Breeze.
Ela não se julgava um cupido, mas Breeze estava gostando de Brass, ela mesmo dissera.
Que melhor oportunidade que agora, que ele estava de coração partido?
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Brass
FanficSophia sempre pensou que sua vida nunca mudaria. Mas, quando teve diante de si os olhos marrons daquele gigante, que a olhava como se lhe pertencesse, descobriu que a vida sempre tem uma ou mais cartas na manga. Primeira história de uma série: Bras...