capitulo 26

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Brass focou no que Vingeance lhe dizia. "Como assim, pensei que Slade tinha coberto minhas costas."
"Não foi Slade. Nem Jericho, ou Trisha."
"Quem, então?"
"Breeze."
Brass recuou como se tivesse levado um soco. "Breeze? Porque?"
Sophia não gostou muito disso.
" Quem é breeze?"
Brass pensou em tudo que poderia falar sobre breeze. Amiga, parceira para sexo casual, irmã, conselheira...
Mas dedo-duro? Nunca!
"Talvez porque desde que essa fêmea apareceu toda quebrada no hospital, você nem falou com ela? Ou porque quando precisou de ajuda, não recorreu a ela? Sabe como ela odeia ficar de fora das coisas."
Vingeance sempre ia no cerne das coisas. E teve a delicadeza de não lembrá-lo de que ele e breeze estavam já há vários dias na mesma cabana.
Sophia ficou três dias desacordada. E ele não saiu do hospital até que ela acordasse. Breeze até apareceu lá com comida pra ele. Ela era uma boa amiga. E ele esqueceu completamente da existência dela.
"Como ela ficou sabendo? Aliás há dias ela está sumida."
Vingeance olhou para Sophia enquanto falou:"Cuidando de kit. Havia alguma substância no bisturi e o corte inflamou."
"Kit? Bisturi? Sobre o que você está falando?"
Ele sentiu quando Sophia estremeceu.
"Brass...  Você se lembra? Eu briguei com kit. Eu cortei a boca dela de uma orelha a outra. Mas eu não pus nada no bisturi, eu juro!"
"Justice deve ter entrado em contato com seus pais. Somos totalmente  contra usar armas uns contra os outros."
Disse, já pensando nas consequências. Não era nada bom. Novas Espécies tinham uma veia violenta, mas a extravasavam com os punhos. Até usar as garras era mal visto. Um bisturi? Todos deveriam estar pensando mal dela. Mesmo que kit fosse maldosa, ninguém apoiava violência extrema.
"Por que?"
"Ela me insultou, e eu..." Parecia arrependida. Depois de tudo que ela tinha contado, ele entendia que para ela,  violência era normal. Mas ninguém a conhecia como ele. Não seria fácil. Ele não queria ter de virar as costas para seus irmãos por causa dela.
"Talvez agora você considere ir para Homeland?"
Lá, ela poderia ter uma chance melhor de convivência. Havia mais humanas acasaladas com seus irmãos.
" Eu não posso deixar Sarah. Aqui eu ficaria perto dela." Ela disse com o queixo erguido. Teimosa!
"Mas você não poderá ficar aqui, depois disso. Se for comigo..."
Escutou um jipe vindo. Devia ser Slade.
"Vamos." Disse secamente. Não estava com paciência, precisava saber de todos os detalhes para saber que atitude tomar.
Saíram da caverna. Vingeance sinalizou que cuidaria das roupas, e das demais coisas.
Ela subiu no jipe sem cumprimentar Slade e se sentou atrás. Ele foi na frente, o silêncio até os escritórios foi pesado. Nem parecia que eles estavam fazendo amor alguns minutos antes.
Ao entrarem no complexo, se dirigiram ao escritório de Slade. Justice já estava lá e Jessie estava com ele. Ela se aproximou de Sophia sorrindo. Jessie tinha raiva de kit, talvez isso ajudasse.
"Sophia? Sou Jessie, esposa de Justice. Podemos conversar? No consultório de Trisha? Seus pais estão lá."
Ela baixou a cabeça, e concordou. Quando Jessie passou por ele, o olhar era de pesar.
"Oi, Brass. Estou feliz por vocês. Vai ficar tudo bem."
Quando elas saíram, Justice se levantou, tirou o paletó e a gravata. Ele quase sempre estava de terno.
"Me desculpe, Brass, mas a situação dela aqui é muito difícil."
"Eu pensei que talvez se fôssemos para Homeland, as coisas poderiam ficar melhores."
"Você é um dos meus braços direitos Brass. Quebrou totalmente a minha confiança em você. Nossas casas são sagradas. Se Valiant não o queria lá, você tinha que respeitar. E ainda fazendo o espetáculo que fez, com todas essas apostas." Brass olhou para Slade, mas ele apenas deu de ombros. E ainda deixou antever a sombra de um sorriso. Filho da puta!" E ainda incapacitando o olfato deles. Você pode ter causado um mal permanente. O doutor Gabriel será despedido imediatamente." Justice estava implacável. Brass não imaginou que haveria tantos desdobramentos.
"Justice, eu roubei os medicamentos dele. Ele não tem culpa." Era doloroso confessar isso, vergonhoso. Justice foi à janela e olhou para fora, como se não podesse olhar para ele.
Slade também estava desconfortável.
"O doutor Gabriel foi contratado por seu imenso saber sobre a fisiologia dos animais. Ele não tinha o direito de fabricar armas contra nós."
Nesse preciso momento, a porta do escritório foi aberta e Breeze entrou impetuosamente.
"Está feliz? Sua fêmea humana vale a pena? Ela vale que todos os esforços do doutor Gabriel sejam jogados no ralo? O que vou dizer para Bela? E midnight? Elas estavam esperançosas que ele as ajudaria a engravidar. Agora devido a sua gracinha, ele está sendo demitido."
Ela colocou o dedo bem na cara dele. Ele nada fez , ela tinha alguma razão.
"Já viu kit? A infecção deixou o rosto dela todo deformado! E pior sua fêmea maldita a atacou pelas costas, Brass. Covardemente. Cortou de um lado e depois de outro! Enquanto estiver com essa filha da puta, esqueça que eu existo." Ela gritava com o rosto banhado em lágrimas.
Saiu tão bruscamente quanto entrou.
"Bom, isso resume o caso de kit." Justice parecia cansado. Com certeza as fêmeas que não gostavam de kit, incluindo Jessie deveriam ter defendido Sophia.
" Trisha disse que ela deveria ser alérgica ao componente de desinfecção usado no bisturi. Foi uma fatalidade, Justice." Slade tentou argumentar.
"Isso não muda o fato da agressão ter sido por motivo fútil, Slade." Justice revidou.
Ele pensou a mesma coisa. Respirou fundo e tentou desculpar aquilo que para ele próprio não havia desculpa:
"Justice, ouça. Ela não conhece outra resposta a ofensas. Ela era espancada continuamente pelos pais adotivos. Você sabe como kit se porta. Ela é maior e mais forte que Sophia, que se sentiu ameaçada. Eu sei que ela talvez deva ser punida, mas você não sabe por tudo que ela teve que passar até hoje. E eu irei acasalar com ela, nem que tenha que deixar a Reserva, ou Homeland."
Pronto! Fudeu com tudo de vez. Ele sabia que Justice odiava ser colocado contra a parede. Slade olhava para ele com um misto de admiração e pena.
"Brass." Justice começou.
"Os pais dela não vieram a meu pedido. Eles se dizem arrependidos por terem virado as costas para ela. Dizem que vão levá-la com eles, e que a irmã dela está sofrendo muito, por ter sido separada de Sophia. Diante das circunstâncias, acho que o melhor seria eles levarem-na, e você voltar para Homeland."
"Se fossem você e Jessie, ou" disse olhando para Slade" Você e Trisha? O que fariam?"
"Não estamos falando de Jessie ou Trisha, Brass. Elas não são consideradas incapazes judicialmente, nem são tuteladas. Eles têm o direito de decidir sobre a vida dela. Se dizem que vão levá-la, não podemos fazer nada."
Disso Brass não sabia. Céus, não poderia acasalar com ela, nem mesmo vê-la se eles não permitissem. O desespero apertou seu peito, fazendo-o sentir uma dor forte. Sentiu lágrimas atrás dos olhos e quase deixou elas descerem. Caminhou até a outra janela do escritório e apertou o caixilho de alumínio desta. O material não resistiu. Slade e Justice se aproximaram silenciosamente dele. Justice se juntou a ele na janela, olhando para a floresta.  Slade se postou do outro lado e apertou o ombro dele. Em uma clareira daquela mesma floresta, ele tinha tomado a virgindade dela e a feito dele. Achava que para Sempre. No momento não tinha muita certeza disso.




















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