Sophia estava com febre. O sangue esvaía dela e ela não tinha mais forças pra nada.
Ouvia ao longe, John chorar, tentava ir até ele, mas não conseguia. Olhava para o teto da cabana e pensava em Brass. Devia ter contado. Agora iria morrer e outra mulher, ou fêmea, como eles falavam, ficaria com John.
Sarah voltaria para as garras de Rose e David. Meu Deus, como o plano que parecia ter tudo para dar certo, tinha dado tão errado?
Uma lágrima rolou de seus olhos. Ela morreria, o doutor não viria. As ameaças de Vingeance não foram suficientes.
Sarah refrescou a testa quente dela com um pano molhado. Era bom. Mas logo o calor voltava. Ela estava em chamas. E sentia dor por todo o corpo.
"Monstri... Nha... Cuide de John. Não dei..."
Não havia mais forças. Apagou.
Vingeance colocou o bebê na cama. Finalmente conseguiu fazê-lo parar de chorar. Ele devia estar com fome. Não havia nada que pudesse dar para ele.
Quando o doutor chegasse o levaria para a Reserva. Era isso ou ele morreria de fome. Deixaria o filhote com Tammy. As duas fêmeas pequenas de Valiant, Daisy e Violet, já estavam mamando na mamadeira, Tammy saberia o que fazer.
O carro do doutor parou em frente a cabana e Sarah abriu a porta. Ele entrou meio desconfiado. Olhando o bebê na cama, e para Sophia desmaiada ao lado.
"Um bebê Nova Espécie? Você fez o parto?"
"Não, eu a encontrei desmaiada, com o filhote ainda ligado a ela pelo cordão. A trouxe pra cá, pois eles iriam procurá-la na Reserva. Mas ela não pára de sangrar."
"E o bebê?"
O médico era fascinado pelos filhotes dos Nova Espécie. Mas ele entrou no modo médico eficiente, abriu a maleta e começou a tirar as roupas ensanguentadas de Sophia. Vingeance pegou o bebê, que acordou e abriu o berreiro novamente. Ele e Sarah foram para a sala.
"Eu tenho leite de caixinha no carro, só não sei como vão dar para ele."
"Ele pode furar com os dentinhos, ele tem duas presas!" Disse Sarah.
"Dentinhos? Sério?" O médico adentrou a sala olhando o filhote.
Vingeance rosnou.
"Tá bom, vou cuidar dela." Voltou para o quarto.
Vingeance se sentou na poltrona e ajeitou o filhote no colo. Ele chorava alto e se contorcia com força. Sarah se aproximou com a caixinha de leite mas tomou um tapa forte no rosto que uma lágrima escorreu. Ela começou a cantarolar bem baixinho e o filhote parou de chorar. Firmou o olhar nela e sorriu. Sarah, com o rosto vermelho, também sorriu. Ela aproximou a caixinha novamente e o filhote segurou com força e cravou as presas na caixinha. Ele sugou todo o leite e quando acabou, começou a berrar de novo. Sarah apareceu com outra caixinha e o guloso pegou, furou com as presas e esvaziou a segunda caixinha também.
Vingeance o sentou no colo e o safado soltou um arroto enorme.
Vingeance e Sarah caíram na gargalhada. Foi nesse instante que Brass entrou na cabana.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Brass
FanficSophia sempre pensou que sua vida nunca mudaria. Mas, quando teve diante de si os olhos marrons daquele gigante, que a olhava como se lhe pertencesse, descobriu que a vida sempre tem uma ou mais cartas na manga. Primeira história de uma série: Bras...