capítulo 43

2.2K 319 3
                                        

Sophia estava com febre. O sangue esvaía dela e ela não tinha mais forças pra nada.
Ouvia ao longe, John chorar, tentava ir até ele, mas não conseguia. Olhava para o teto da cabana e pensava em Brass. Devia ter contado. Agora iria morrer e outra mulher, ou fêmea, como eles falavam, ficaria com John.
Sarah voltaria para as garras de Rose e David. Meu Deus, como o plano que parecia ter tudo para dar certo, tinha dado tão errado?
Uma lágrima rolou de seus olhos. Ela morreria, o doutor não viria. As ameaças de Vingeance não foram suficientes.
Sarah refrescou a testa quente dela com um pano molhado. Era bom. Mas logo o calor voltava. Ela estava em chamas. E sentia dor por todo o corpo.
"Monstri... Nha... Cuide de John. Não dei..."
Não havia mais forças. Apagou.
Vingeance colocou o bebê na cama. Finalmente conseguiu fazê-lo parar de chorar. Ele devia estar com fome. Não havia nada que pudesse dar para ele.
Quando o doutor chegasse o levaria para a Reserva. Era isso ou ele morreria de fome. Deixaria o filhote com Tammy. As duas fêmeas pequenas de Valiant, Daisy e Violet, já estavam mamando na mamadeira, Tammy saberia o que fazer.
O carro do doutor parou em frente a cabana e Sarah abriu a porta. Ele entrou meio desconfiado. Olhando o bebê na cama, e para Sophia desmaiada ao lado.
"Um bebê Nova Espécie? Você fez o parto?"
"Não, eu a encontrei desmaiada, com o filhote ainda ligado a ela pelo cordão. A trouxe pra cá, pois eles iriam procurá-la na Reserva. Mas ela não pára de sangrar."
"E o bebê?"
O médico era fascinado pelos filhotes dos Nova Espécie. Mas ele entrou no modo médico eficiente, abriu a maleta e começou a tirar as roupas ensanguentadas de Sophia. Vingeance pegou o bebê, que acordou e abriu o berreiro novamente. Ele e Sarah foram para a sala.
"Eu tenho leite de caixinha no carro, só não sei como vão dar para ele."
"Ele pode furar com os dentinhos, ele tem duas presas!" Disse Sarah.
"Dentinhos? Sério?" O médico adentrou a sala olhando o filhote.
Vingeance rosnou.
"Tá bom, vou cuidar dela." Voltou para o quarto.
Vingeance se sentou na poltrona e ajeitou o filhote no colo. Ele chorava alto e se contorcia com força. Sarah se aproximou com a caixinha de leite mas tomou um tapa forte no rosto que uma lágrima escorreu. Ela começou a cantarolar bem baixinho e o filhote parou de chorar. Firmou o olhar nela e sorriu. Sarah, com o rosto vermelho, também sorriu. Ela aproximou a caixinha novamente e o filhote segurou com força e cravou as presas na caixinha. Ele sugou todo o leite e quando acabou, começou a berrar de novo. Sarah apareceu com outra caixinha e o guloso pegou, furou com as presas e esvaziou a segunda caixinha também.
Vingeance o sentou no colo e o safado soltou um arroto enorme.
Vingeance e Sarah caíram na gargalhada. Foi nesse instante que Brass entrou na cabana.





BrassOnde histórias criam vida. Descubra agora