capitulo 10

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Sophia corria, mesmo sabendo que não adiantava nada. Estava encrencada, e a única forma de se safar era parecer louca. A felina ia contar, eles costurariam a boca dela.
Ela só queria encontrar um lugar para se esconder, analisar as possibilidades e voltar.
Sophia tinha ouvido falar que eles, os Nova Espécie, tinham sua própria prisão. Meu Deus! E se a mandassem pra lá?
Parou, para tomar fôlego. E se orientar. Essa mata era estranha. Estava tão silenciosa! Sophia fechou os olhos e se concentrou. Colocou as mãos em sua têmpora, e com os dedos foi sentindo sua pulsação. Acariciando levemente a testa, foi acalmando os seus batimentos, normalizando sua respiração. Inspirou profundamente. Começou a sentir a floresta a sua volta. O chão era macio. Sentia cheiro de Pinho, havia grandes pinheiros ali. E rosas. Deveria estar perto de algum canteiro. Isso significava que estava perto de alguma casa.
Um galho estalou e ela pulou de susto. Mas não conseguiu correr. Braços fortes a agarraram. Ele também tinha corrido, estava suado. Sophia se desmanchou naqueles braços. Era uma sensação que nunca tinha experimentado antes. Se sentia presa, mas se sentia poderosa. Ele a segurou não como se quisesse conte-la, mas como se precisasse dela. Ele afastou um pouco, sem solta-la, para que pudessem se olhar nos olhos.
Ela sabia que devia olhar para outra direção mas não pôde. Ele a encarou e foi como a primeira vez que o viu. Não conseguia pensar, só queria mergulhar naquele olhar castanho. Sua pupilas eram grandes. Bem redondas e escuras, a convidavam a desvendar os mistérios daquele homem. E ela constatou mais uma vez que ele a estava conhecendo, descobrindo todos os seus segredos. E também revelando alguns dele.
Ele era solitário. E estava cheio de tesão. Não se importou. Poderia estar presa daqui a pouco mesmo. Não faria mal nenhum provar um pouquinho aqueles lábios. E ela esperou ele fazer o que quisesse com ela.



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