Brass chegou na Reserva e logo ligou para Justice.
"Bom dia, Brass, como foram as coisas na delegacia?"
"Esclarecedoras." Brass ainda estava surpreso com o que descobrira.
"Conte tudo!"
"Eles estão tramando algo grande contra nós. Meses atrás, Timothy Sanders foi pego com explosivos e rapidamente alguém se responsabilizou pela carga. Se fosse uma entrega lícita, Timothy estaria com os documentos, não o cara para quem os explosivos seriam entregues."
"O que o xerife disse?"
"Eu não perguntei, não interessava, na hora. Já os tranquilizantes, ainda não apareceu um responsável, e um advogado já foi chamado."
"E o que ele te disse quando o interrogou?"
"Na verdade o importante foi o que ele não disse. Ele faz parte do esquema, talvez ele mesmo tenha arquitetado tudo. Ele planejou ser pego com tranquilizantes, para que chamasse nossa atenção. Eu acho que os explosivos vão ser usados, Justice. E não na Reserva, mas sim em Homeland."
Brass gostaria de estar errado, mas ele sabia que não estava.
"Temos de proteger nossas duas cidades, mas Homeland tem que estar em alerta máximo. Vamos espalhar que estamos aumentando a segurança na Reserva, e estaremos, mas o cuidado maior tem que ser em Homeland."
"Sim, será feito. Vocês voltam hoje?"
"Não, amanhã. Tenho um assunto para resolver hoje, mas amanhã cedo estaremos aí"
"Ok, obrigado, irmão."
"De nada."
Brass desligou o telefone e se dirigiu a casa de Valiant. Se decidira por um videogame onde os trigêmeos poderiam jogar juntos. Bateu na porta e esperou. É claro que Simple seria quem abriria.
"Tio Brass!" Franziu o narizinho." Você esteve bem ocupado essa manhã."
Ele estava maior e mais forte. Os filhotes de Valiant eram os maiores de toda a segunda geração de Nova Espécies. A cada mês cresciam mais e logo estavam já com o corpo de adultos. Noble, Honor e Pride já tinham corpos totalmente adultos e tinham apenas doze e dez anos respectivamente. Noble e Honor tinham nascido no mesmo ano com apenas oito meses de diferença.
"Você encontrou uma roupa de Sophia?"
Impressionante! Ele era excepcional.
"Sim. Eu preciso da sua ajuda. Quero que me diga tudo que puder identificar através dos cheiros nesse casaco."
O menino deu um passo em direção às escadas, e Brass imediatamente sentiu o medo que ele exalou. O pior é que não foi só ele. Logo Valiant entrou na sala, já se preparando para lutar.
"Que tal enfrentar alguém do seu tamanho? A surra que te dei não serviu para nada?
Um choro de bebê se ouviu. Tammy já tinha dado à luz?
"Valiant, me desculpe por perturbar sua casa. Eu não entendo porque Simple ficou com medo de mim." Olhou pela sala e não encontrou o filhote. Ele devia ter corrido.
"Eu até trouxe um presente. Olhe!" Mostrou a caixa com o videogame.
"Vá embora! Meus filhotes nasceram ontem e eu não tive tempo de dormir ainda! Tammy sofreu muito, a casa está uma bagunça, eles não param de chorar! Saia!" Esbravejou. Logo mais um choro forte se ouviu. Alto, muito alto!
"Breeze veio comigo, quer a ajuda dela? Sei que ela vai gostar."
Valiant pareceu hesitar ante a menção de Breeze, mas ainda assim apontou a porta e ficou esperando ele ir. Quando olhou para as escadas, todos os filhotes dele estavam ali, como que protegendo o andar de cima. Todos menos Simple o olharam desafiando a dar mais um passo.
Ele colocou a caixa com o vídeo game no chão, virou-se e saiu.
Se havia alguém que poderia dizer alguma coisa sobre isso era Vingeance.
Chegou na cabana e ele já estava sentado nos degraus da varanda.
"V. Como está? Fui com Trey interrogar o sujeito que foi pego com explosivos antes e agora com tranquilizantes. Acho que ele e seus comparsas estão em algo grande contra nós!"
Vingeance deu de ombros. Ele não queria saber disso, lógico, quando com certeza já devia ter sentido o cheiro de Sophia no casaco.
"Encontrou com ela? E ela deixou o casaco para trás, como a tal de cinderela deixou o sapato?"
Brass sorriu. Sentia falta do amigo. Ele não gostava de Homeland e brass não podia ficar na Reserva.
Tirou o casaco da sacola e o estendeu.
"O que pode me dizer?"
Vingeance aproximou o casaco do nariz e o retirou rapidamente. O cheiro mais forte era o cheiro ruim. Brass sorriu. Esse mal cheiro era o que confundia os sentidos deles.
"Não é dela. Ela emprestou. O dono é que tem esse cheiro ruim. Ele não deve ter tomado banho desde que nasceu."Vingeance torceu o nariz.
"Ela usou por pouco tempo. E outra pessoa, um macho humano, segurou ou vestiu. Também percebo um cheiro estranho, familiar, mas não sei quem ou o que pode ser. Você já deve ter sentido tudo isso." Brass confirmou com um aceno." Leve para o leãozinho. Ele tem ganhado muitos presentes. Leve três, ele é generoso com os irmãozinhos."
"Já levei e ele ficou com medo, não sei se de mim ou do que sentiu no casaco. E Valiant e seus filhotes me expulsaram de lá. Você sabia que Tammy deu à luz? Parece que foi ontem."
Vingeance o olhou de uma forma que só Brass poderia entender. Ele estremeceu. Vingeance sabia, mas não diria. Nem a ele, Brass, nem a ninguém. Ele estava pronto para morrer por esse segredo. Ele assentiu com a cabeça e saiu. Se fosse o que achava que era, ele não ficaria calado.
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Brass
FanfictionSophia sempre pensou que sua vida nunca mudaria. Mas, quando teve diante de si os olhos marrons daquele gigante, que a olhava como se lhe pertencesse, descobriu que a vida sempre tem uma ou mais cartas na manga. Primeira história de uma série: Bras...