Capítulo 09

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Sem forças


No caminho tentei falar algumas coisas que atiçasse a curiosidade de Maizom para que ele me perguntasse para aonde vamos.

Porém, ele nada disse e permaneceu calado até chegarmos no aglomerado de pequenos prédios residenciais.

Eu queria dizer que não estou incomodado com isso. No entanto, mentiria se dissesse que não.

Mas sei que o único culpado por estar nessa situação desagradável sou eu mesmo.

Passamos pelas ruas estreitas. Na qual cabe mal mal um carro e pegamos uma pequena viela de iluminação inadequada. O que me faz ficar em estado de alerta.

Por ser uma área periférica, muito mais pobre do que a que moro, ladrões de pertences pessoais aqui é o que bem tem.

Noto que Maizom também fez o mesmo. Pois, passou a andar muito próximo a mim.

As casas foram construídas uma em cima da outra. De modo, que comporte o maior número de residências possíveis.

O que originou a formação dos conglomerados sem planejamento mais perigosos que bomba.

Essas pessoas vieram morar aqui devido a falta de condições por não conseguirem se manter nos bairros próximos à cidade.

É um pouco triste se olharmos bem a situação de cada um. Pobreza quase que estrema.

Como a população aumentou gradativamente com o passar dos anos, o pequeno lugar encheu e ambos tiveram que construir as suas casas dessa forma.

Apesar de estarem em uma área de risco, devido o aumento constante do nível do mar, o lugar até que é bonitinho. As ruas não são de terra.

Quando os mesmos construíram as casas, caiu restos de massas no chão. E como os caminhos são pequenos, acabou cimentando tudo.

Essa parte do trajeto não preciso apresentar a Maizom. Pois, somente de olhar fica notório como tudo isso se formou.
 
Andamos pouco até chegarmos no meio do bairro. Como Maizom não fala nada, optei por ficar quieto também.

Após escolher o melhor prédio, nos dirigimos para a frente do mesmo.

Avisto a escada que procurava e em poucos segundos, passo a subi-la sendo acompanhado por Maizom.

Por conta do nosso peso, o ferro range alto. E eu temeroso, apresso ainda mais os passos.

Quando atingimos o topo, a tensão que acumulou em mim ao longo da escada íngreme, se dissipa dando lugar a calmaria.

Sentimento esse, que não sentia fazia um bom tempo. Assim como eu, Maizom permanece parado no mesmo lugar sem reação alguma

Apenas observando o cenário à frente. Ele se move em direção ao fim da sacada.

Quando os meus pés resolvem me obedecer de novo. Caminho lentamente em direção a beirada.

Escorando o corpo no parapente de cimento. E assim, passo a observar a esplêndida vista.

As enormes estruturas de concreto, disputam espaço em meio ao céu.

As nuvens avermelhadas por detrás dos prédios, proveniente das luzes artificiais da cidade, dá origem a um verdadeiro espetáculo de cores. Aparentando ter sido pintado a mão.

Os prédios transformaram-se em minúsculos cubículos perfeitamente planejados.

Com várias outras formas de quadrados dentro. Traçados por gigantescas linhas retas.

Te Guiando No SubúrbioOnde histórias criam vida. Descubra agora