Sem forças
No caminho tentei falar algumas coisas que atiçasse a curiosidade de Maizom para que ele me perguntasse para aonde vamos.Porém, ele nada disse e permaneceu calado até chegarmos no aglomerado de pequenos prédios residenciais.
Eu queria dizer que não estou incomodado com isso. No entanto, mentiria se dissesse que não.
Mas sei que o único culpado por estar nessa situação desagradável sou eu mesmo.
Passamos pelas ruas estreitas. Na qual cabe mal mal um carro e pegamos uma pequena viela de iluminação inadequada. O que me faz ficar em estado de alerta.
Por ser uma área periférica, muito mais pobre do que a que moro, ladrões de pertences pessoais aqui é o que bem tem.
Noto que Maizom também fez o mesmo. Pois, passou a andar muito próximo a mim.
As casas foram construídas uma em cima da outra. De modo, que comporte o maior número de residências possíveis.
O que originou a formação dos conglomerados sem planejamento mais perigosos que bomba.
Essas pessoas vieram morar aqui devido a falta de condições por não conseguirem se manter nos bairros próximos à cidade.
É um pouco triste se olharmos bem a situação de cada um. Pobreza quase que estrema.
Como a população aumentou gradativamente com o passar dos anos, o pequeno lugar encheu e ambos tiveram que construir as suas casas dessa forma.
Apesar de estarem em uma área de risco, devido o aumento constante do nível do mar, o lugar até que é bonitinho. As ruas não são de terra.
Quando os mesmos construíram as casas, caiu restos de massas no chão. E como os caminhos são pequenos, acabou cimentando tudo.
Essa parte do trajeto não preciso apresentar a Maizom. Pois, somente de olhar fica notório como tudo isso se formou.
Andamos pouco até chegarmos no meio do bairro. Como Maizom não fala nada, optei por ficar quieto também.Após escolher o melhor prédio, nos dirigimos para a frente do mesmo.
Avisto a escada que procurava e em poucos segundos, passo a subi-la sendo acompanhado por Maizom.
Por conta do nosso peso, o ferro range alto. E eu temeroso, apresso ainda mais os passos.
Quando atingimos o topo, a tensão que acumulou em mim ao longo da escada íngreme, se dissipa dando lugar a calmaria.
Sentimento esse, que não sentia fazia um bom tempo. Assim como eu, Maizom permanece parado no mesmo lugar sem reação alguma
Apenas observando o cenário à frente. Ele se move em direção ao fim da sacada.
Quando os meus pés resolvem me obedecer de novo. Caminho lentamente em direção a beirada.
Escorando o corpo no parapente de cimento. E assim, passo a observar a esplêndida vista.
As enormes estruturas de concreto, disputam espaço em meio ao céu.
As nuvens avermelhadas por detrás dos prédios, proveniente das luzes artificiais da cidade, dá origem a um verdadeiro espetáculo de cores. Aparentando ter sido pintado a mão.
Os prédios transformaram-se em minúsculos cubículos perfeitamente planejados.
Com várias outras formas de quadrados dentro. Traçados por gigantescas linhas retas.
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Te Guiando No Subúrbio
RomanceVencedor do THE WATTYS 2022 🏆 Abandonado recém-nascido em um orfanato, Eric Evans aventura-se por toda a cidade através de buscas incessantes e muitas vezes perigosas, tendo que lidar com a frustrante falta de pistas concretas que possam levá-lo a...