Capítulo 04

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Proposta incomum 
 

Os raios do fraco sol da manhã aquecem o meu corpo fazendo-me sorrir bobamente. O bom de levantar cedo é que você presencia uma das mais belas visões, o nascer do sol, ainda que algumas partes estejam escondidas pelos baixos prédios residenciais não deixa de ser lindo. 


Olhando um casal passar abraçados, acabo alargando o sorriso quando lembro da noite anterior.

Ainda na festa, passei a dançar com Estela, acabamos trocando alguns beijos e no fim dela fomos para a sua casa. Os pais da mesma estão viajando a trabalho o que facilitou bastante as coisas, principalmente na hora de eu sair da enorme propriedade.

Como o casarão não fica muito longe, optei por voltar caminhando.

Quando saí deixei escrito um bom dia e alguns elogios a Estela. Sei que é algo considerado bobo. Porém, não gosto de fazer como a maioria que simplesmente transa e no outro dia vai embora sem nem ao menos olhar para a cara da parceira, ignorando o que aconteceu ali.

Também sei que foi somente uma noite nada mais, entretanto isso não me impede de ser educado.

Entro na rua do meu bairro, caminho por mais alguns minutos chegando em frente ao enorme casarão. Empurro o portão e entro, avistando Jonh e os outros sentados no pequeno jardim.

Caminho até eles, sem dar importância por ainda estar vestido com as roupas de ontem, e sento-me de qualquer jeito em um dos bancos.

✯✯✯

Parado ao lado da cama observo atentamente se coloquei tudo dentro da bolsa. Não é muita coisa, porém as mesmas são indispensáveis. O meu bloquinho de anotações com endereços e algumas perguntas necessárias, todas muito bem selecionadas.

A garrafa de água presa em um dos bolsos laterais da mochila negra, para não correr o risco de passar sede. E a cartela branca contendo somente alguns comprimidos.

Essa definitivamente não posso esquecer em hipótese alguma, a menos que eu queira sofrer com uma intensa dor de cabeça.

Fecho os zíperes, apanho a mochila e a jogo nas costas. Passo pelo corredor, desço as escadas chegando na sala vazia, atravesso a mesma e saio da casa.

Por ser sábado, poucos dos moradores estão sentados na porta das suas residências conversando alegremente uns com os outros.

A cada passo dado mais perto fico do endereço, e o meu coração acelera demasiadamente intensificando o friozinho no pé da barriga.

Ando mais alguns quarteirões com casas, na sua maioria simples, de aparência bastante aconchegante com ruas arborizadas dando um charme a mais no caminho.

Retiro o papel amaçado do bolso certificando-me de que a pequena residência a frente, de cores claras é mesmo o endereço que anotei. Parado diante do portão de madeira, busco me acalmar.

Sem achar uma campainha e com as mãos trêmulas, bato palmas algumas vezes e espero. Apertando os meus punhos de forma inconsciente tento controlar algumas lembranças nada agradáveis.

Já passei por cada perrengue nessas buscas que perdi as contas e mesmo assim ainda não me acostumei.

Quando a possibilidade de surgir mais um aparece, o meu corpo inteiro entra em estado de alerta. A porta da casa se abre e uma bela moça vem me atender.

Te Guiando No SubúrbioOnde histórias criam vida. Descubra agora