Paraíso
Depois de alguns minutos, que mais pareceram horas, o BIP irritante soa. Abro a porta do micro-ondas, apanho o balde tentando ignorar o queima nos meus dedos, porém durando pouco.
Sem conseguir aguentar, Jogo o balde em cima da mesa, fazendo algumas pipocas voarem para fora. Tentando aliviar a dor, passo a balançar os dedos. Merda! Isso dói. Levo o indicador a boca e quase grito.
A ardência se intensificou de tal forma dando a impressão de que minha pele estava grelhando. Segundos depois, minhas mãos aliviam um pouco.
Dessa vez, trisco ligeiramente no balde grande de papel verificando se ainda está quente. Tendo a certeza que não me queimaria outra vez, pego-o e saio às pressas para a sala.
Ando entre os corpos jogados no chão tomando cuidado para não pisar em nem um, e sento-me no lugar que estava antes. Aconchego-me no sofá, apanho um bocado de pipocas antes da Alícia pegar o balde e passá-lo adiante.
A sala escura é constantemente iluminada pelos mais variados tipos de cores que divergem de acordo com a cena que está sendo passada na televisão.
O filme que estamos assistindo é o Capitão América. Onde ele junto com os outros soldados movem-se em cima dos vagões tentando entrar no trem em movimento.
Após gritar e xingar muito nas partes cruciais do filme, o mesmo chega ao fim. Levanto-me morto de preguiça, tropeço e quase dou de cara no tapete.
— Agora é limpar essa bagunça toda. — Jonh encara o chão sujo de caroços de milho e restos de pipocas, abrindo a boca preguiçosamente.
Limpamos tudo e seguimos para a cozinha.
— Cadê a Emma? — Pergunto de olhos grilados no celular.
— Já era para ela estar aqui. — Camille reclama.
— Relaxem, ainda não passou da hora. — Alícia senta-se a mesa com um copo de água em mãos.
A diretora pediu para que quando desse quatro horas todos a esperassem na cozinha. A própria avisou que tem algo importante para nos dizer e também uma surpresa muito boa para todos. Cá estamos e ela nada.
— O que deve ser de tão importante? A ansiedade tá me matando — Kevin rói as unhas.
— Não será mais necessário esperar. — Emma entra na cozinha atraindo a atenção de todos.
— Amém! — John dá graças fazendo todos caírem na rizada.
— A casa recebeu mais um doador. — Arregalo os olhos surpreso, assim como todos.
Em questão de segundos o lugar fica parecendo o refeitório da minha escola, de tão barulhento que está.
Também não posso reclamar, pois faço parte dos que conversam desenfreados fazendo um monte de suposição em vez de deixar a diretora terminar de dar o recado.
— Silêncio! — Emma exclama alto e em poucos segundos a ausência de som reina entre nós.
— Quem é o doador? — Pergunto curioso.
Faz tanto tempo que a casa não recebe doadores que chega a ser estranho e duvidoso. No momento há somente quatro, no qual, três são idosos e um de meia-idade.
A alguns anos atrás, havia mais gente contribuindo. Porém, como grande maioria eram de idades avançadas, quando faleceram, os herdeiros das suas fortunas passaram a não mais doar.
Foi o caso do contribuinte de maior valor. Emma contou que a pessoa morreu e avisaram-na que as doações se encerrariam. O casarão teve que entrar às pressas no modo econômico.
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Te Guiando No Subúrbio
Storie d'amoreVencedor do THE WATTYS 2022 🏆 Abandonado recém-nascido em um orfanato, Eric Evans aventura-se por toda a cidade através de buscas incessantes e muitas vezes perigosas, tendo que lidar com a frustrante falta de pistas concretas que possam levá-lo a...