CAPÍTULO 23

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- Uma festa? - pergunto surpresa a Valerie

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- Uma festa? - pergunto surpresa a Valerie. Aí que raiva! Giulia, Giulia, ela não era mais a Valerie. Era Giulia. Me corrijo.

Ela tira dois vestidos do meu closet que a cada dia está mais cheio, com novas peças de roupas que as empregadas deixavam.

- Sim. Pelo que parece, será muito importante, e o seu noivo até me deixou ir.

Olho confusa para ela e decido tentar achar uma brecha para falar sobre o que eu vi naquela noite no corredor, enquanto Giulia analisar meus sapatos nas prateleiras. Eu ainda não tive chance de entrar sutilmente naquele assunto, então não falei com ela nem com o Lorenzo.

- Você e o Lorenzo parecem bem próximos. - tentei, mas Giulia para e virou-se para mim com uma cara confusa.

- O que? Você andou bebendo? Ele mal olha na minha cara, e quando nos encontramos nas refeições ele mal fala comigo.

É, ela tinha razão, ele não parecia engolir ela muito bem. Então decido ser direta, enquanto ela parece escolher um dos sapatos para provar.

- Tudo bem. Eu vou ser sincera. Eu ouvi vocês no corredor uma noite dessas.

Ela para o que está fazendo e olha para mim despreocupada.

- Tá, e o que tem?

- E o que tem? - perguntou surpresa com sua despreocupação - Ele a agrediu, a ameaçou, te tratou daquela forma, e eu ainda ouvi tudo o que vocês disseram um ao outro.

Giulia continuou provando o sapato até que colocou os dois em seus pés e virou-se para mim.

- Você gostou? São confortáveis. Acho que vou emprestar eles hoje.

Meu queixo caiu com sua mudança de assunto, mas eu não ia deixar ele passar assim não.

- Por um acaso você ouvir o que eu falei? Valerie. Ele falou de ameaças, ele pediu que você se sacrificasse por mim e disse que você trabalhava pra ele.

Ela então parou de remexer seus pés naqueles malditos sapatos brancos e me olhou.

- E por um acaso você ouviu o que eu te falei quando cheguei aqui? - ela perguntou me encarando - Eu tô pouco me lixando o que vão fazer comigo. Pior do que aquele cara desgraçado fez eu duvido, e se ele quiser matar? Tô nem ai. Ou melhor, tô aí só pra você, porque sei que irá sentir e não terá quem te ajudar. Mas minha família já acha que eu morri, não tenho mais ninguém, e é uma droga dormir e sonhar toda noite com o pesadelo das minhas lembranças. E sim, eu entendo o Lorenzo, eu disse que trabalharia para ele para te defender, em troca disso ele me deixa ficar aqui. - ela então vem até mim e coloca suas mãos sobre meu ombro enquanto me olha - O cara pode ser o mais filho da puta, mas ele salvou o que sobrou da minha vida, me trouxe pra cá e me deu uma nova oportunidade. Então ele não pode ser assim tão ruim, e você deveria começar a também olhar ele com outros olhos. Eu sei que a minha amiga de infância vê um Lorenzo diferente de baixo de toda essa casca grossa, se não porque você ainda dormiria com ele?

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