Quando minha mente lentamente vai retomando a consciência ouço barulhos de equipamentos e um bipe continuo indicando meus batimentos cardíacos calmos e lentos. Então forço meus olhos a se abrirem e a claridade que vejo me sega momentaneamente até que eu possa voltar a enchegar e ver que estava em um quarto de hospital. E por fim não é só minha visão que clareia, como também a minha mente.
Me recordo da festa, me recordo de Louise rindo e dançando, lembro dos nossos planos, do quanto estávamos ansiosos por nossa viagem juntos. Então me recordo da saída da festa, da minha promessa a sua amiga, e sério que eu tive essa ideia absurda de uma festa com meus seguranças? Vicenzo deve estar querendo meu couro por propor algo como aquilo naquela noite. E então a proxima lembrança aumenta meus batimentos cardíacos fazendo o aparelho disparar.
Aquele pressentimento ruim, a pequena luz vermelha cortando o prédio, o sorriso no rosto da Louise, meu desespero, o sentimento que eu podia perder-la, o tiro. Dois tiros que eu me lembre. E por fim seus olhos assustados, seu pânico, sua voz distante me chamando e a escuridão.
Eu não havia registrado a dor, apenas aqueles belos olhos escuros assustados e ao mesmo tempo amedrontados olhando para mim. E aí que eu me dou conta. Eu estava no hospital pelos tiros, mas o que aconteceu depois? O que houve com a Louise? Quais eram as chances deles a terem atingido depois que eu caí?
E quanto eu estava entrando em surto e prestes a arrancar todos aqueles aparelhos ligados ao meu corpo, vejo a porta se abrir e meu tio passar por ela, com olheiras tão profundas que mal parecia ele.
Suas palavras só me acalmaram quando ele afirmou que Louise estava bem e em casa, e que ninguém mais havia sido atingido. Mas o desgraça que atirou em mim fugiu, de alguma forma ele fugiu aquela noite. E a sorte dele era eu estar aqui, com dois tiros muito próximos do meu coração, se não eu o caçaria com minhas próprias mãos e o faria pagar por pôr uma mira na cabeça da minha mulher.
Depois de estar mais calmo, e da visita de um dos médicos do hospital, Francesco me passou as informações dos dias que fiquei apagado.
Donatto havia voltado do Canadá. Ele havia descoberto que muitas famílias que eram nossas aliadas naquele país estavam se levantando contra nós, e ele quase precisou voltar fugido. Havíamos perdido o controle, e como o Canadá possuía aliados fortes, tudo indicava que os malditos russos estavam fazendo uma aliança com eles para me destruir.
Não estavamos mais seguros, tínhamos força, tínhamos poder e estaríamos preparados, mas isso nos custaria muitas vidas, e antes que eles fizessem um ataque precisávamos agir. Mas como? Eu estava naquela cama de hospital, Louise ainda não havia dito que estava grávida, e se eu continuasse me enfiam cada vez mais nessa lama de inimigos, seria dois toques para o conselho da nossa família se reunir e me derrubar. Eu precisava agir, tomar as rédeas do comando e voltar a ser o Don Lorenzo Santoro, o quanto antes.
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Mundo Cor de Rosa
RomanceE se, você tivesse um grande sonho? E se, para realizar esse sonho exigisse grandes sacrifícios da sua família? E se, de repente, surgisse alguém com uma bela proposta que poderia resolver todos seus problemas e que ainda poderia facilitar seu camin...