- Então pai, o senhor sabe que relacionamento da Isabella com o Matt não está sendo as das melhores a algum tempo. O Matt tem agido ruim e tendo comportamento explosivo, isso é algo que tem passado dos limites e o senhor sabe que Isa é uma pessoa que não se impõe devidamente quando está certa. - Comecei soltando. Nós jantamos e agora estamos resolvendo essa bomba.
Eu iniciei a conversa, como planejei com Isa. Ela estava receosa de como começar o assunto e eu também estava, mas a presença uma da outra impede de sairmos correndo pra bem longe.
- Isso eu sei, tanto eu quanto a mãe de vocês não nos damos bem com esse garoto mas como vocês estavam apaixonados.- Diz olhando para Isa- Não queríamos que acontecesse o quê aconteceu comigo. Estou sentindo que vocês não me chamaram só pra dizer que o Matt não é um bom homem pra Isa, não é? - Voltando o olhar pra mim.
Olhei para Isa e assenti fraco, a incentivando a falar.
- Pai, o senhor sabe que eu estava há cerca de 3 meses na casa dele, contei para o senhor e para a mamãe. Aliás, queria que ela estivesse aqui agora para que eu contasse ao mesmo tempo. Isso será mais doloroso talvez, mas enfim, como a Cami disse, o Matt tem agido muito diferente. Estamos brigando com uma frequência absurda e... em uma dessas brigas, ele se alterou muito e... - Olhou pra mim e voltou o olhar o nosso pai.- Ele acabou levantando a mão pra mim... foi horrível, ele nunca tinha levantado sequer um dedo pra mim, mas primeira vez eu tinha deixado passar já que ele tinha bebido e estava fora de si. eu tinha reclamado por ele justamente por ter bebido e dirigido logo depois. Eu reclamei e ele não gostou, me deu um tapa e apertou tanto meu braço que eu pensei ter quebrado.
- Espera, "a primeira vez"? Quantas vezes ele já tocou em você?- Nosso pai olhava abismado para ela. Talvez ele já estava desconfiado que a filha não estava sendo bem tratada, mas não a esse nível. Eu o conheço e sei que não fizesse ideia disso, sabe lá Deus o que estaria fazendo agora.
- Foram algumas vez e por coisas bobas, eu fiquei com medo de denunciar ou contar pra alguém e ele me matar ou matar vocês por isso. Ele praticamente me espancava, mas no outro pedia perdão dizendo que foi por causa do álcool ou porquê ficou cego pela raiva. Mas por mais que ele dizia que me bateu por causa do álcool ou raiva, era sempre culpa minha por fazê-lo me bater. - Diz de cabeça baixa e voz embargada pelo choro.
Me destruía saber que minha irmã sofria isso, ela sempre vinha me ver e almoçava ou jantava comigo com o pretexto pra eu não me sentir sozinha. Mas de repente ela ficava até 2 semanas sem dar as caras ou se quer mandar mensagens, e quando aparecia dizia que estava sem internet e que Matt estava trabalhando muito e por isso não conseguia trazer ela aqui pra dar notícias. A primeira vez que vi as marcas no corpo dela, ela veio jantar e dormir comigo, ouvia resmungos baixos quando fazia alguns movimentos e usava moletom sendo que não estava frio.
No momento achei que ela estivesse doente e estaria com febre, mas quando fui limpar a varandinha do quarto quando, ela saiu do banheiro somente de calcinha e começou a procurar uma roupa sem me ver ali. Vi hematomas por sua barriga e um pouco na costela direta, um corte recém cicatrizada no ombro me chamou a atenção. Ela finalmente me viu e colocou um vestido rapidamente, se irritou comigo por estar olhando ela trocar de roupa, certo que foi errado, mas foi por acidente e com isso vi esse horror no corpo dela.
Eu perguntei como ela se machucou daquela forma e ela disse que tinha caído da cadeira quando estava limpando a casa de Matt, estranhei que uma queda assim machuque tanto. Ela apareceu mais vezes em casa com machucados diferentes e sempre dando a desculpa que se machucou dentro de casa, mas um dia perguntei seriamente o quê ou quem estava causando aquilo tudo, ela negou veemente que nada estava acontecendo e ameacei ligar para nosso pai e dizer que ela estava machucada (eu estava blefando, mas não precisava saber disso). Ela contou a hipótese que eu tanto quis ignorar, disse por fim que Matt era o causador daquilo. Ela me contou que o machucado no ombro dela, quando vi a primeira vez foi um copo de vidro que ele jogou nela, ela se esquivou mas um pedaço do vidro acertou ela mesmo assim. Cansei de ver isso e não falar nada, o resto vocês sabem. Peço perdão a Deus sempre que lembro dele e tenho pensamentos assassinos.
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Destino ou coincidência?
FanfictionCamilly Gonzáles, uma mulher que enfrenta diversos desafios em sua vida. Ela presencia frequentemente o relacionamento abusivo do seu cunhado com a sua irmã, que a persegue e ameaça constantemente. Além disso, Camilly cuida de uma criança que encont...