- Bom dia xe t-endy ( minha luz), acorde, hoje nós vamos para uma nova cidade, um novo país. Vamos meu amor, levante, senão vamos nos atrasar.
Minha mãezinha me falou que vamos nos mudar por um tempo, ir para outro país. Ela me disse que recebeu uma proposta para viver na cidade grande, onde ela iria receber dinheiro e ter uma vida boa junto comigo. Meu papai não gostou da ideia e não quis ir com a gente. Ele vai continuar cuidando da nossa aldeia.
Não entendo isso tudo de dinheiro e cidade grande, só vou fazer 7 anos. Minha mãe falou que eu vou ter brinquedos, mas diferente dos que eu tenho aqui, ela disse que os que eu vou ter são novos.
- Já vou mãe, só mais dois minutos.- Falo cheio de preguiça, mas na verdade estou muito animado.
Sinto minha mãe se afastar, espreguiço na rede .
Vou tomar comer o que a minha mãe faz quando acordo e como algumas verduras, bebo bastante água depois, assim evito cáries.
- Vamos no riacho tomar aquele banho que a gente ama, lá trocamos de roupa e já que não temos nada, vamos embora de lá. Mas vamos nos despedir do papai primeiro.
Ontem nos despedimos de todos na aldeia, eu gosto de todos e quero ver eles de novo logo logo.
- Pai, nós já estamos indo, ainda dá tempo de o senhor pegar a sua roupa, ir tomar banho de riacho e ir com a gente. A mamãe disse que lá a gente vai ter uma casa de verdade.- Falo animado, talvez ele mude de ideia e vá com a gente.
- Oi xe t-endy, não é tão fácil assim meu amor, você não entenderia.- Diz triste.
- Nós vamos voltar meu amor, vamos sempre estar visitando a aldeia.- Minha mãe se abaixa do meu lado e vejo que está chorando.
- Eu te amo muitão pai, já estou morrendo de saudades.- Falo o abraçando com todas as minhas forças.
- Tem certeza que não vai Guaraci? Por favor, vá com a gente. O pajé tem outras pessoas de confiança e que ajuda ele, pela última vez, vamos nós três juntos.- Minha mãe emplorou.
- Eu já disse que não Ticê, a minha decisão é essa, não vamos falar disso na frente do menino. Quero que você e ele vão em paz e que tudo dê certo. O pajé entrou em contato com Jurupari e ele vai guardar vocês nessa jornada. Eu te amo muito mulher, volte logo para mim, por favor.- Meu pai diz emocionado e abraça minha mãe, eu entro na onda e abraço as pernas dos dois.
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Um homem disse que ia mais gente com nós, então fomos levados para um lugar de um negócio chamado "van", eu só via de vez em quando, os grandes (como minha mãe chama) iam fazer alguma coisa lá na aldeia, mas nunca tinha andado de um.
Eles disseram que iam nos levar para pegar um "jatinho", não faço a mínima idéia do que seja isso, mas tenho certeza que é legal.
Chegamos e eu tinha razão, o tal "jatinho" era muito legal, cabiam todos e eu queria nunca mais sair dali.
Quando voltamos para o chão, depois de um tempão no céu, minha mãe falou que estava com um pressentimento ruim. O que não parecia boa coisa, mas o que poderia dar errado?
Fomos todos para outra van, mas quando entramos, eles começaram a tratar a gente diferente, não entendi isso.
- Olha aqui, a gente tá nos Estados Unidos, nada o que vocês falarem eles vão entender, e vice versa. Então quero todo mundo quietinho, se vocês pedirem ajuda ou correrem, vou matar cada um de vocês sem dó.- Ele disse com uma arma na mão, já vi aquilo, nossos irmãos usavam para caçar, só que os deles eram maiores e mais finos.
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Destino ou coincidência?
FanfictionCamilly Gonzáles, uma mulher que enfrenta diversos desafios em sua vida. Ela presencia frequentemente o relacionamento abusivo do seu cunhado com a sua irmã, que a persegue e ameaça constantemente. Além disso, Camilly cuida de uma criança que encont...