⚓️MARCO⚓️

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Assim que entramos, ele pega a prancheta das mãos da enfermeira, dá uma olhada e diz.

- Antes de tudo, seu pai está instável, isso quer dizer que ele não teve melhora ou piora desde que chegou. Infelizmente ainda não achamos nenhum doador compatível, mas estamos à procura em todos os bancos de sangue do estado, devemos ter sangue a qualquer momento. Até lá estamos fazendo se tudo para que ele continue estavel até a transfusão. O senhor diz com tranquilidade.

- Como eu posso descobrir o meu tipo sanguíneo?- Camilly pergunta ao médico.

- Bom, é um exame de sangue chamado de tipagem sanguínea, é simples e rápido.- senhor diz.

- Será que eu posso fazer?- Ela diz e me olha.

- Tem certeza?- Pergunto baixo e ela assente, abraçando a si mesma.

- Tem sim, o teste sai em alguns minutos. Por mais que o senhor Cavinsck, não tenha perdido uma quantidade muito grande de sangue, quaisquer quantidade de sangue perdida pode causar a queda da pressão arterial, então estamos lutando contra o tempo para substituir o sangue perdido.- O médico diz e acrescenta depois.- Você me acompanha enquanto a enfermeira aplica a medicação no paciente?- Pergunta para Camilly.

- Claro, vamos.- Ela me olha com um olhar que transmite paz, para que eu fique em paz.

Me sento em uma poltrona próximo a cama e pego na mão do meu pai.

- Vai dar tudo certo, meu velho.

Meu telefone vibra no meu bolso, sinceramente não quero falar com ninguém agora, só quero que meu pai acorde e diga que está bem.

O telefone acaba vencendo pela chatisse e pego para ver quem é, é Ellen.

- Oi Ellen, como está?- Pergunto assim que atendo, ouço um som abafado e distante no fundo mas para assim que eu termino a pergunta.

- Só estarei bem quando seu pai estiver em casa, não vou ficar em paz até lá.- Diz com a voz embargada. Eu liguei pra ela falando sobre o meu pai poucos minutos depois que meu pai deu entrada no hospital.

- Ele vai sair dessa e vai ficar mais saudável do que nós todos juntos.- Por mais que eu fale isso para acalmá-la, acho eu quero me convencer disso.

- Como ele tá, meu filho?- Pergunta com medo.

- Ele está em coma, precisa de sangue. O banco de sangue está em falta do tipo de sangue dele, mas fica tranquila que temos amigos que estão nos ajudando.- Tranquilizo ela.

- Agora quero saber como VOCÊ está, querido.

- Eu não posso perdê-lo Ellen, ele é a única coisa que me resta nesse mundo.- Quero ser forte, preciso ser forte pra quando ele voltar.

Meus pais não tiveram irmãos e meus avós já se foram, hoje é eu por ele e ele por mim, apenas nós dois. Em nossa volta temos Ellen, quem foi a figura materna pra mim depois que a minha mãe se foi.

- Ele não vai a lugar algum Marco! Seu pai ainda tem muita coisa pra presenciar, como sua formatura, sua carreira profissional e quem sabe o seu casamento e futuros netinho? Fica calmo que já deu tudo certo.- Isso me acalma por enquanto.

- Muito obrigada Ellen, isso me ajuda demais.- Passo minha mão livre no rosto e ouço a porta se abrir. É Camilly.

-Preciso desligar agora, ligo para você assim que tiver novas notícias. Beijo.- Me disperso.

- Se cuide, quero você e o seu pai aqui comigo logo! Beijos.- E assim ela desliga.

Coloco o celular no chão e cubro o rosto com as mãos. Meu coração acelera e sinto ele palpitar forte, minha respiração fica pesada, sinto falta de ar e que o quarto está cada vez menor.

Destino ou coincidência?Onde histórias criam vida. Descubra agora