Destino ou coincidência?

🌻 CAMILLY 🌻

Fomos para a área externa do salão, estava começando a ficar frio e eu estava sem agasalho, então me abracei.

Ele faz menção de tirar o paletó, mas começo a falar e ele logo para. Ele sabe que eu não iria aceitar, quis tentar e desistiu no caminho.

- Pra quê isso agora? Me vê por pura coincidência e diz que me ama, mas em que sentido? Me ama como amiga, pela amizade que nós tivemos? Ou pela pior alternativa?- Nessa altura do campeonato eu já estava estressada o suficiente para a semana toda.

Hoje ainda é terça.

- Eu amo pela história que nós tivemos, tanto ela amizade quanto pela vida de casal que nós tivemos, mesmo não parecendo.- James sabe mexer com o psicólogo de alguém.

- Onde você quer chegar com todo esse assunto? Seja direto, você melhor que ninguém sabe que eu sou péssima com joguinhos.- Se eu não estivesse com frio, estressada e com vontade de ir para casa, talvez rebatece a altura.

- Eu quero que você entenda que tudo que eu e a Angeline sentimos surgiu de repente, algo que não conseguimos ter controle, você não sabe o tamanho do minha angústia ao saber que um dia fui o motivo do seu choro. Eu sinto muito por ter feito passar por aquilo uma segunda vez.- Pedido de desculpas?

- Isso que você tem pra mim? "Sinto muito"? Quem me conhece sabe que sou a pessoa mais rancorosa que existe e eu sei que isso tudo não me leva a nada, mas infelizmente eu não consigo não ser. Na minha vida eu andei dois passos para frente e dez para trás e eu também não pude controlar isso.- Eu falo com o tom mais neutro que tenho.

- Eu tenho culpa nisso, a Angeline tem culpa nisso, mas você não acha que deve ter algo errado com você para isso acontecer? Duas vezes ainda por cima?

- Espera, a culpa é minha por ter sido traída? Isso foi um erro.- Sorrio fraco e sigo o caminho para o salão, ainda gasto minha saliva e meu tempo com ele.

Ele parece se arrepender ou perceber que saiu do personagem e me impede de continuar, me segurando pelo braço.

- Eu não quis dizer isso, desculpa.- Me desvencilho da sua mão e continuo andando.- Por favor Camilly, para.- Ele entra na minha frente, põe as mãos um pouco abaixo do meu ombro e me chacoalha de leve.

Empurro ele forte o seu peito e piso mais forte ainda no seu pé, não derrubando ele no chão, mas fazer tudo ele sentir bastante dor.

- Não encoste um dedo em mim, muito menos que me chacoalhar feito uma boneca de pano. Eu já cansei de qualquer coisa relacionado a essa festa de comemoração, esquece que eu já fiz parte da sua vida.

- Eu ainda gosto muito de você, quero você por perto, não quero mais perder contato contigo.- Esse cara só pode ser doido.

- Se nós não tivéssemos nós encontrado aqui, como seria? Não mudaria nada? Vocês continuariam vivendo normalmente sem qualquer pontinho de peso na consciência? São muitas perguntas que infelizmente não vou ter respostas.- Assim me viro, esbarro em algo, ou melhor, em alguém.

Ele me persegue, só pode.

- Tá tudo bem por aqui? Aconteceu alguma coisa? Você sumiu do nada.- Marco pergunta variando o olhar entre eu e James.

- Tudo bem, mas quem sumiu do nada foi você, eu reparei.

- Anda me reparando?- Diz o cretino, com o ar questionador e divertido.

- Muitas perguntas, eu quero sair daqui. Vou de táxi, não precisa se incomodar em me levar.- Quero fugir o mais rápido possível.

Sou covarde mesmo, qual o problema?