⚓MARCO⚓

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"Nunca subestime a sua capacidade de se reconstruir"


Depois de uma longa corrida, estou estranhamente bem, sinto que o dia vai ser bom apesar de ter começado com pesdelos e com as costas ferradas. Volto para o restaurante que pensando bem, é definitivamente estranho. O lugar é totalmente vegano, e pelo que vi outro dia, Camilly não tem nada de vegana para frequentar e muito menos trabalhar num lugar desses.

Entro no lugar e já me deparo com Camilly limpando uma mesa no fundo do restaurante e assim que ela ouve o sino da porta, ela se vira com uma cara estranha e logo tranquiliza quando me vê. Caminho até ela e me sento na mesa que ela estava limpando.

- Está pronta?- Pergunto esperando que sim.

- Ainda falta alguns minutos para o meu horário, mas já estou pronta. Tenho um patrão estérico que permite sair no horário exato, para eu ter a obrigação de voltar no horário exato também, tenho um ódio disso.- Diz com a maior firmeza do mundo.

- Você deveria se abrir mais comigo sobre esse ódio, meu bem.- Uma voz grossa diz calmamente atrás de Camilly e vejo o rosto do homem.

Ela fica rígida e se vira rapidamente para poder encarar o homem grande e de cabelos longos, ele tem uma leve cicatriz na bochecha esquerda e outra mais marcante na sombrancelha do mesmo lado, fazendo um risquinho.

- O senhor está precisando de alguma coisa?- ela ignora o que ele disse.

- Assim que der o seu horário, vou te esperar no escritório para irmos almoçar. Não se atrase.- Ele diz, olha por alguns segundos para mim que não fujo o olhar e se vira para sair, mas Camilly diz algo que o faz parar.

- Eu não posso. Vou almoçar com outra pessoa hoje, desculpe.- Antes que ele faça outra pergunta, ela passa ao lado dele e sai.

Ele respira fundo e se retira com cara de quem comeu e não gostou.

Alguns minutos depois, Camilly volta e diz que podemos ir.

- Olha me desculpa por aquele clima com o meu patrão tá?- Ah, então ele é o patrão dela.- Não me surpreendeu ele ser um babaca.- Ela diz, vermelha.

- Fica tranquila, sei bem como caras como ele são. Mas mudando de assunto, onde você vai me levar? Já que você que me machucou bonito hoje.

- Conheço um restaurante com tema dos 80 e 90 maravilhoso, e cada nome de um prato do cardápio é uma banda de rock da época, além da comida ser deliciosa.- Diz toda empolgada.

Antes de entrar no carro, ela pega o celular e vê que tinha algumas chamas perdidas. Entramos no carro, colocamos o cinto e ela rapidamente liga para o número que a ligou mais cedo.

- Hospital Dimicchele, boa tarde.

- Olá, me chamo Camilly. Recebi algumas ligações de vocês e eu não pude atender porque eu estava trabalhando, sou responsável por um paciente, o nome dele é Tupã. Aconteceu alguma coisa com ele?

Quem será esse menino? Filho? Mas meu pai não me disse que ela tinha filho, ELA não me disse que tinha filho!

- Ligamos para lembrar que o paciente recebe hoje, tem algum responsável legal para buscar ele hoje?- A moça pergunta calmamente.

- Sim, eu mesma irei buscar ele hoje. Estou aí por volta das 17hs.

-Ok, o Hospital Dimicchele agradece o seu retorno.

Camilly agradece e desliga.

Ficamos em silêncio alguns instantes, queria saber quem é o menino que está hospitalizado, mas sei que isso não é problema meu.

Destino ou coincidência?Onde histórias criam vida. Descubra agora