Já fazia uma semana que o Lagarto havia ido embora, e eu percebi o quanto William estava chateado. Ele estava mais estressado que o normal, mais agressivo que o normal, eu realmente estava com pena dos homens que estavam devendo para William naquele momento.
Era hora do almoço, eu estava sentada num canto da mesa e William sentou no lado oposto. Eu o encarei confusa enquanto ele mastigava um pedaço de carne.
- O que foi? - Perguntou nervoso.
- O que é isso?
- Isso o que?
- Por que você está agindo assim? Está maltratando os meninos que acabaram de chegar, está matando sem piedade nenhuma e está me evitando.
- Você acha que é fácil, Maite? Naquela maldita luta eu perdi quase todos os meus homens, perdi meus amigos, e a culpa foi sua, ou já se esqueceu? Aí do nada agora eu tenho uma esposa, vou ter dois filhos, meu amigo que era praticamente meu irmão abandonou o barco e me deixou sozinho. Tudo o que eu não queria para minha vida está acontecendo.
- O problema sou eu e os bebês? Pois então não se preocupe, William. Assim que eles nascerem eu pego os dois e vamos embora. Pode ter certeza que eu tenho condições de cuidar deles, consigo arrumar um trabalho rapidinho no hospital. - Falei me levantando e saindo dali indo em direção ao quarto em que Ximena estava.
E como eu fazia várias vezes puxei uma cadeira e me sentei ao lado da cama e passei a mão em sua barriga.
- Não vejo a hora de vocês chegarem ao mundo pequenos.
Depois de mais alguns minutos eu peguei meu tablet e comecei acessar aquelas lojas virtuais para comprar algumas coisinhas para eles, até agora eles tinham muita pouca coisa. Eu não aguentava tanta fofura que eram as roupinhas, devo ter comprado quase a loja toda, fora os brinquedinhos, mamadeira, chupeta e outros utensílios.
Pelo menos gastando eu esquecia de William e suas palavras que me afetaram tanto.- Não vai jantar? - Perguntou William aparecendo no quarto.
Quando olhei o relógio já marcava mais de 20:00h, eu não fazia ideia de que tinha ficado tanto tempo ali.
- Estou sem fome.
Ouvi ele suspirar e depois caminhou até mim e se ajoelhou frente a cadeira que eu estava sentada e segurou minhas mãos entre as suas.
- Me perdoe, Maite. Eu estou uma pilha de nervos, muita coisa, muitas novidades. E a partida de Lagarto foi o estopim para acabar de vez comigo.
- Ele gostava demais de você, mas ele também queria ter uma vida, ele queria curtir um pouco. Ele não se mudou para outro Planeta, apenas para outra cidade. Podemos visitá-lo sempre que você quiser. - Falei acariciando seu rosto.
- Saiba que eu retiro tudo o que eu disse, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Sem você eu não sou mais ninguém. Porra, te amo. E se acontecer de eu falar alguma bobeira como eu fiz hoje, por favor desconsidere.
- Tudo bem, já passou. - Falei e o beijei, era disso que ele precisava.
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O Agiota
AcciónAté onde você é capaz de chegar para realização de um sonho? Colocaria sua vida em risco para alcançar um tão desejado objetivo? E foi exatamente isso que Maite fez, para conseguir se formar na faculdade recorreu a um caminho perigoso e sem volta, a...