Capítulo 3

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Eu mirava o chão, e belos sapatos masculinos invadiram minha visão, eu não conhecia muito bem coisa de marca, mas eu sabia que aquele era uma edição limitada de um sapato masculino feito pela Louis Vuitton com o couro de algum pobre jacaré. Conforme meu olhar ia subindo mais espantada eu ficava, o terno exibia riqueza e sofisticação, o cheiro era de um perfume embriagante que até me fez esquecer aquele fedor de mofo, e por fim olhei seu rosto. E nesse momento era como se eu houvesse esquecido como respirar, era o homem mais bonito que eu já tinha visto. Seus cabelos tinha um tom claro e estavam meio bagunçados, os olhos tinham a cor de uma fava de mel, sua barba por fazer me fazia sentir vontade de tocá-las, e para completar ele possuía uma cicatriz no canto da boca que descia até seu queixo, era pra ser feio, mas nele só parece ter o deixado ainda mais atraente, com um ar perigoso e selvagem. Eu apertei mais firme minhas pernas uma contra a outra, eu estava molhada. Se antes de me matarem eles forem me conceder um último pedido, será que vai ser muito estranho pedir para transar com ele? Se não fosse o medo percorrendo em minha veias juro que teria gargalhado com tal pensamento.

- Então é essa que está me devendo 12 mil reais... - Falou andando em minha volta, e aquela voz...

- Eu já tentei diversos acordos, pedi para esperarem eu começar trabalhar que eu pagaria, mas se preferem perder de vez essa grana e me matar, o que eu posso fazer, não é mesmo? - Falei dando de ombros e reparei que ele arregalou levemente os olhos com meu insulto, eu iria morrer mesmo, então que se foda.

- Que graça, além de caloteira é petulante - Disse sorrindo.

- Petulante sim, mas caloteira nunca. Eu não sei se você é bobo mesmo ou se faz, se eu mês atrás pedi 12 mil reais é porque eu não tinha no momento, aí vocês vão e me dão um prazo de um mês, não tem lógica. Se continuarem assim vão tomar prejuízo, pensa comigo, matando as pessoas você não vai receber do mesmo jeito e ainda por cima vai gastar com a bala da arma.

- Tem toda razão, com você a gente usa uma faca, sem gasto nenhum e ainda mais doloroso.

Aí aí, eu e minha boca grande. Já não basta morrer, ainda vai ter que ser torturada.

- Posso dar fim, senhor? - Perguntou o mesmo brutamontes na porta

- Não.

- Não? - Perguntamos nós dois juntos.

- Não, venha comigo, Maite.

Como eu não me levantei, o capanga dele veio e começou me carregar a força. Subimos por uma escada e o andar de cima era totalmente diferente, era lindo, todo decorado, aconchegante e principalmente elegante e glamouroso. Fomos caminhando até chegar no que julguei ser seu "escritório".

- Saia Lagarto e feche a porta.

Juro que tentei segurar, mas eu dei risada. Um puta homem grande daquele chamado de lagarto, ele já ia erguendo a mão para me bater, mas foi impedido pelo chefe.

- Eu mandei bater nela?

- Não, senhor.

- Ah bom.

E quando ele já estava na porta se virou para mim e mostrou a língua e eu entendi o motivo de seu apelido, sua língua era partida ao meio.

- Sente-se, Maite.

Parece que ele fazia questão de falar meu nome sempre que conseguia, como se quisesse testar como soaria a pronúncia em seus lábios.

- Tirou a sorte grande, nunca são mulheres que vêem a procura de um agiota, acredite se quiser, mas você é a primeira.

- Uau. - Respondi sem nenhuma surpresa ou entusiasmo.

- E eu estou precisando de uma mulher trabalhando para mim. - Falou me encarando de um jeito sensual.

Deseja-lo não significa que eu iria aceitar me tornar um objeto sexual dele.

- Olha aqui...

- Levy, William Levy.

- Olha aqui, William Levy, se você quiser pode me matar agora mesmo, mas eu não vou servir de bonequinha pra você. Antes disso eu mesma me mato!

Ele me encarou sério por alguns segundos e depois começou a rir como uma hiena.

- Eu posso ter a mulher que eu quiser, a rapariga mais bonita e gostosa que você consegue imaginar. E você querida é muito sem graça para o meu gosto, eu não lhe darei a satisfação de ter meu pau em sua boceta.

Enquanto eu o encarava calmamente em minha cabeça passava diversas formas cruéis de matá-lo, mas eu estava em desvantagem.

- O que você quer de mim então?

- Já disse, vai trabalhar para mim.

- Em que? - Perguntei impaciente.

- No que for necessário, se precisar você vai matar, se precisar você vai roubar, se precisar você como médica vai operar pessoas para que possam transportar drogas sem serem pegas. - Falou enquanto apertava insistentemente sua caneta fazendo um barulho extremamente irritante.

- Eu não vou fazer nada disso, NADA!

- Querida, não me obrigue a fazer meus capangas apagarem cigarros em seu corpo ou ficar jogando água na sua cara a noite toda. Você não tem opção.

Eu estava desesperada, entre matar alguém ou morrer, sem dúvidas eu escolheria a segunda opção, ainda mais sendo médica, minha missão é salvar vidas, não acabar com elas.

O AgiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora