Capítulo 7

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Assim que cheguei no local marcado meu coração parecia estar fazendo uma festa dentro do meu peito do tanto que ele batia aceleradamente. O prefeito havia marcado comigo em um hotel, o tipo de hotel que só entrava homens ricos e poderosos, e bom... Prostitutas para poder satisfazê-los.

- Senhorita Amália?

- Isso mesmo. - Sorri simpática, eles haviam mudado meu nome e me colocaram uma peruca loira, para evitar possíveis boatos e de fato saberem que fui eu a culpada.

- O senhor Golias está a sua espera no quarto 302.

Fiz um esforço tremendo para não tremer ao apanhar as chaves na mão do recepcionista. Enquanto o elevador subia eu senti que poderia desmaiar a qualquer momento, e logo eu estava adentrando o quarto do prefeito.

- Olha, bem pontual. - Falou o velho sorrindo.

- Eu não poderia me dar ao luxo de me atrasar para uma noite com o prefeito.

Ele tomou minhas mãos para si e começou a acaricia-las, eu só queria poder revirar os olhos diante aquela cena patética, porém não podia fazer isso.

- Vamos começar? - Perguntou enquanto já desabotoava a camisa.

- Tem algo aqui para que possamos beber?

- Logo ali na adega.

- E do que o senhor gosta?

- O que você quiser, meu anjo. A coisa que eu mais tenho cede no momento é do seu mel.

Que cara brega, e por alguns segundos eu pensei se ele realmente já havia conseguido conquistar uma mulher por mérito, e não por dinheiro.

- Vai tirando a roupa que eu já volto.

Tentei caminhar sem fraquejar, mas estava bem difícil. Quando cheguei na adega peguei um vinho branco qualquer, despejei o líquido em duas taças e sutilmente saquei o vidro de veneno que estava entre meus seios e coloquei na bebida. Enquanto eu caminhava olhei pela janela e vi dois homens no prédio vizinho, William não havia mentido, minha cabeça estava na mira o tempo todo.
Quando eu entreguei a taça a ele eu realmente pensei que a sensação teria sido pior, mas saber que eu estava dando fim a uma vida miserável, que espancava diariamente uma criança tranquilizou minha consciência.

- Vinho branco... Minha bebida preferida. - Falou sorrindo enquanto lambia os lábios.

- Que bom. - Dei um sorrisinho de volta.

Depois que bebeu todo o líquido ele caminhou até mim e me puxou para si tentando me beijar, mas eu sabia que eu não podia deixar isso acontecer, senão eu morreria junto com ele, assim  como no Conto de Romeu e Julieta, pois sua saliva estava infectada.

- O que foi? Não gosta de ser beijada?

- Gosto claro, mas sabe como é, gosto de colocar minha boca em outros lugares.

Aquilo foi o suficiente para ele grudar em meus cabelos e começar abaixar minha cabeça, que caralho de veneno que não faz efeito logo. Para tentar enrolar o máximo possível eu me afastei bruscamente.

- Calma, senhor prefeito, nós temos a noite toda. Sente-se aí e curta meu show.

Ele então obedeceu e eu comecei a rebolar, dançar sensualmente descendo até o chão. E quando eu ia começar tirar meu vestido percebi que ele começou a fazer caretas.

- Que dor! - Disse pressionando o abdômen enquanto se contorcia em cima da cama. - Chame uma ambulância. - Pediu.

- Eu não posso.

- Como assim?

- A dívida com William Levy foi paga.

E então ele arregalou os olhos já sabendo o que lhe iria acontecer.

- Maldito... - Murmurou em lágrimas.

Depois sangue começou escorrer pelo seu nariz. Eu estava tremendo, aquele homem estava morrendo, foi morto pelas minhas mãos.
Eu não sabia o que fazer e fiquei estática apenas o encarando, vendo seus último suspiros até baterem na porta, ótimo, iriam descobrir tudo e eu seria presa. Olhei ao redor procurando um lugar para me esconder, mas não deu tempo e a porta foi aberta.

O AgiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora